segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

QUE SAUDADES!!!

Oh! que saudades que tenho
Da aurora  de minha vida.
Da minha infância querida,
Que os anos não trazem mais!

                                                                                                        CASEMIRO DE ABREU.
                                                                                                               " Meus Oito Anos"

Lembro de ver minhas tias, depois de limpar a cozinha, enfeitar as prateleiras dos armários com umas toalhinhas de papel recortado, como estas.


Eu achava aquelas toalhinhas muito bonitas e ficava olhando para ver como faziam. Dobravam o papel e recortavam com a tesoura. Na inocência de criança, tentava imita-las. Mas, nunca saíam tão perfeitas, nem tão bonitas. Mas, dava para brincar com elas, enfeitando as minhas casinhas, como as deste tipo: 



O tempo passou. Já não se usam mais tais enfeites. Foram substituídos pelas de tecido bordado e, depois, pelas de plástico. Hoje, o mundo moderno abomina  toalhinhas de qualquer tipo. O mundo moderno precisa ser prático, precisa ser “clean”.

Não sei se minhas tias tinham conhecimento da origem dessas toalhinhas ou da técnica usada..Mas, usavam uma variação do origami chamada KIRIGAMI ou Kishigami, a arte de dobrar e cortar o papel.  
Eu uso os Kirigamis como recurso artístico expressivo, pois desenvolvem a criatividade, a coordenação motora, a concentração e atenção e a paciência. .As crianças ficam maravilhadas com os resultados. Logicamente, vou adaptando às idades e as dificuldades de cada um. 

Vejam alguns deles, feitos por alunos em atendimento:

Este trabalho foi realizado para o aprendizado das formas geométricas,

Este, para trabalhar a diferença entre círculos e circunferências,

Estas formas foram feitas com folhas coloridas de revistas e trabalharam simetria.

Os kirigamis possuem formas variadas que vão das mais simples (como as apresentadas  anteriormente) até as mais complexas que estas: 


Servem para decoração de cadernos, agendas e confecção de cartões. . 
Podem ter faixas únicas, duplas ou triplas, dependendo do que se quer.

Como recursos artísticos  podem formar belos quadros decorativos como estes que, além do dobrar e do recorte, ensina vários outros conceitos. 

A aprendizagem do Kirigami se faz aos poucos, uma etapa por vez.

Este trabalho mostra a sequência de aprendizagem da flor. 
A primeira foi a debaixo, com cortes ainda imprecisos e, 
por último, as de cima, já com mais segurança 

Este é um trabalho mais elaborado. Notam-se ainda algumas
 imprecisões, o que o torma mais original



Agora pessoal, usem a imaginação e mãos à obra!




quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

A CRIANÇA E SEUS DESENHOS (I)



 O desenho se desenvolve lentamente e por meio de etapas progressivas. Esse processo tem início com a manipulação dos objetos do ambiente em que a criança vive. Vendo os objetos, pegando-os, levando-os à boca, mordendo-os, ouvindo os sons que fazem ao cair no chão, a criança vai assimilando um certo número de informações a respeito deles. São informações visuais, auditivas e táteis que desenvolvem o lado direito do cérebro.

Após sentar-se sem apoio, a criança descobre que pode deixar suas marcas, ao brincar com uma  poça de água no chão.

1- AS GARATUJAS OU FASE DO RABISCO

Alguns meses depois, já com um bom repertório de informações, seu interesse muda. Passa a agarrar lápis e canetas e a esfregá-los sobre qualquer superfície. É o início das garatujas. Como ainda não tem controle dos músculos dos braços e da mão, faz movimentos amplos de ir e voltar. Esta é a etapa das “garatujas desordenadas”. 



Com essas garatujas a criança alcança uma certa maturidade neurológica. Alguns meses depois, consegue fazer movimentos curtos e longos. A principio, casualmente e, por fim, se nota uma certa intenção. São as “garatujas ordenadas”.


Mais tarde, a criança faz um risco e diz que é o pai, a mãe, o cachorro ou outro objeto qualquer. É a fase das “garatujas nomeadas”, coincidindo com o inicio a fala.



A seguir, aparecem em seus rabiscos linhas arredondadas. Essas linhas se fecham por volta dos 2 anos e meio, quando a criança passa a fazer “bolinhas”. 


Fechar um circulo e começar outro, em outro lugar da folha, representa uma importante maturação neurológica. 



Essa maturaçao representa a conquista do chamado “freio inibitório”, isto é, significa que a criança já é capaz de controlar os músculos da mão e do braço, fator importante para a escrita. Com os círculos fechados, ela volta-se novamente para os traços, que agora ficam soltos ou se cruzam sobre outras linhas..

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A seguir começam a aparecer o "círculo radiado", ou seja, um circulo rodeado de vários traços mais ou menos retos. 


Esta fase se constitui numa preparação para o desenho da figura humana