segunda-feira, 11 de março de 2013

A IMPORTÂNCIA DOS RASTREAMENTOS


Rastreamento é a atividade de ligar pontinhos ou pequenos traços. Muita gente diz que esta atividade já está ultrapassada, que é coisa do tradicionalismo escolar. Ah, a modernidade!

E em nome da “modernidade” nunca se viu tantas crianças com letras ilegíveis, irregulares e cheias de erros de traçado de letras e números. Muitas delas fazem malabarismos para escrever por conta dos gestos pouco econômicos que usam. E por que isto acontece?

Na classe, a lição é passada na lousa pela professora. E por mais que ela peça a atenção, as crianças acabam se distraindo por um motivo qualquer. Mas, a tarefa tem que ser feita. Então, a criança se esforça para copiar a letra ou número feito pela professora. Mas, a criança não viu, ou se viu, não fixou. Então ela passa a copiar da forma que percebeu a letra (ou o número). No momento da correção, a letra parece perfeita.

Um “C” (de certo) é o prêmio do esforço infantil. A criança passa a acreditar que a tal letra (ou número) é feito daquela forma. A repetição cria o hábito que, com o passar do tempo, se cristaliza. Nesta fase, corrigir o que foi aprendido errado é quase impossível.

O rastreamento é a forma de ensinar a criança a se valer de um jeito mais econômico dos movimentos da escrita. Favorece com naturalidade a rapidez e a fluência da escrita, além de desenvolver a coordenação motora e a coordenação viso-motora.

Como tudo o que se ensina na escola, o rastreamento também tem um processo que começa numa atividade simples e vai num crescer de dificuldades até que cheguem ao traçado dos números e letras.



Vejamos alguns exemplos:

Começo com os exercícios de contornar linhas retas, bolinhas, tracinhos verticais, horizontais , oblíquos e em ziguezague. 

Enquanto isso, trabalho rastreamento com colagem de palitos de fósforos, com bolinhas de papel crepom e com perfurações.


Mais tarde, ligam figuras com um traço reto e a mão livre. Enquanto isso, vão ligando pontinhos. Poucos, no início, e vou aumentando  devagar.
  
Quando sinto que já estão bem firmes nestes exercícios, entramos nas letras. Primeiro, seguindo as flechinhas. A criança traça primeiro com um lápis comum, depois com lápis de cor ou canetinhas coloridas.
  
Estes rastreamentos podem ser feito com uma só cor (como no L) ou triplo (passado 3 cores, uma por cima da outra).

E a partir daí, vou inventando e criando outras formas diferentes para as demais letras. Podem colocar sobre os pontinhos a massa de modelar ou fazer carrinhos  e bonecos andarem sobre o pontilhado.
 

  
                                        O gato serve como capa e 
                                                          sua silhueta, como exercício.

O mesmo faço para trabalhar o traçado dos números
  

Se é importante para as crianças sem deficiência que estão iniciando a alfabetização, é essencial para as crianças que apresentam  deficiência intelectual. E se acham que estou perdendo tempo com todo esse trabalho, se enganaram. Os resultados, até agora, foram bastante positivos.

Um comentário:

  1. Olá Sueli!
    Sigo seus blogs e os tenho na minha lista de acompanhamento.
    SEU TRABALHO E MATERIAL SÃO MUITO RICOS E PERTINENTES para a prática pedagógica e psicopedagógica.
    Gostei desta postagem.Hoje trabalhei pontilhado no computador.Liga pontos.Muito bom.As crianças gostam e trabalham os movimentos finos.
    Que bom contar contigo.Obrigada por prestigiar os blogs.Conte sempre comigo.
    Um abraço!

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