quarta-feira, 12 de setembro de 2018

HPV? O que é isso?

HPV é a sigla inglesa do vírus “papiloma humano”, uma das vacinas que está sendo negligenciada por muitos pais. Um vírus que atinge a pele e as mucosas do útero formando verrugas ou lesões que podem dar origem ao câncer de colo de útero, pênis, garganta, ânus ou em outras partes do corpo também.

vírus papiloma humano

O que sabe sobre esse vírus é ele tem mais de 200 tipos e, apenas 150 tipos foram identificados. Dos tipos identificados, 14 tipos podem causar lesões que se transformam em câncer.

lesões do papiloma

Esse vírus é considerado uma das doenças sexualmente transmissíveis (DST) por ter uma infestação nas primeiras práticas sexuais. Estatisticamente, entre 80 a 90% da população já entrou em contato com o vírus HPV em algum momento da vida, mesmo que não tenham tido sintomas ou desenvolvido lesões.  Embora a maioria tenha se livrado do vírus e dos seus efeitos espontaneamente, 10% não consegue se livrar dele e vê suas lesões transformar-se em “CÂNCER”.

Você poderá estar pensando que 10% e pouco.  Porém, se considerarmos a população mundial que é de quase 7,5 bilhões de pessoas, 10% corresponde a 750 milhões de pessoas. Um número bastante significativo, não acham?

A transmissão do vírus papiloma humano se dá pelo contato da pele com pele nas relações sexuais. E como as práticas sexuais estão começando cada vez mais cedo do que em tempos atrás, rapazes e moças podem entrar em contato com papiloma humano mais cedo do que em outras épocas.

Toda verruga que aparece no corpo é preocupante e incômoda. Porém, quando elas aparecem nas áreas genitais de rapazes e moças (porque o vírus não tem preferência com relação ao sexo que irá infectar) é ainda mais preocupante e incomodo, porque pode ser causado pelo papiloma. Ou se aparecerem manchas brancas ou acastanhadas e que coçam muito, é preciso de um tratamento rápido.

                           
                            As verrugas (pontos escuros) no colo do útero, nas trompas e nos ovários

Nos rapazes, as verrugas de pênis ou manchas são logo observáveis, pois se localizam na parte externa do corpo. No entanto, nas mocinhas, nem sempre podem ser vistas porque elas ocorrem mais internamente, embora possam também aparecer na vulva ou nos lábios genitais. Outro lugar que não podem ser observadas é quando aparecem na garganta ou na parte interna do ânus. Nestes casos, só com os exames clínicos de colposcopia, vulvoscopia e peniscopia podem ser detectadas.


Para saber se as manchas ou as verrugas que surgem nas áreas genitais são ou não são cancerígenas, é preciso fazer outros exames: o PCR (sigla da Reação em Cadeias da Polimarese), um exame genético que investiga o tipo e a carga viral e o TCH (teste de captura híbrida) que detectam a presença do cãncer. São exames caros, cujo preço pode variar entre 700 a 1500 reais. E a resposta desses exames costumam sair em 5 dias.

Mas não é apenas pelas práticas sexuais que o vírus é transmitido de pessoa a pessoa, embora seja a forma mais comum. Correm risco de contaminação quando as pessoas costumam compartilhar roupas íntimas ou toalhas de banho de outras pessoas. Esta forma é rara, mas pode acontecer.

Uma outra forma é se relacionar sexualmente com uma pessoa que não sabe que está infectada. Mas como não saber?

Existem duas maneiras de uma pessoa não saber que tem o HPV: a) os sintomas só começam a aparecer de 2 a 8 meses após a contaminação; b) em algumas pessoas, o vírus fica “encubado” por até 20 anos. Isto significa que o vírus está no corpo, mas ele não produz os sintomas. Em ambos os casos, fica difícil da pessoa saber, não é mesmo?
                                                      transmissão vertical

A “transmissão vertical”, como é chamada quando a mãe passa o vírus para o filho no momento do parto, é uma outra forma de contaminação.

Para todas as pessoas que possuem uma atividade sexual ativa, o fator de risco de contrair HPV é muito grande. Principalmente, para as pessoas que começam precocemente a vida sexual, se relacionam sem proteção (não usam camisinhas), possuem múltiplos parceiros, não fazem exames de rotina, são imunodepressoras (que apresentam queda no sistema imunológico), as que apresentam outras DSTs (doenças sexualmente transmissíveis), as que tem múltiplas gestações, usam contraceptivos orais de dosagens altas e por muito tempo, ter soro positivo do HIV (AIDs), ter herpes simples ou clamídia, fumantes e quem faz uso de drogas.


A complicação maior é não ligar e deixar que as lesões se transforme em câncer. Neste caso, os procedimentos serão outros. No mais, o HPV é tratável e após um ano e meio ou dois anos de tratamento o paciente tem alta, principalmente se o paciente for jovem. Para os pacientes adultos ou mais idosos o tratamento é um pouco mais longo, envolvendo também o cônjuge com quem se relaciona seja para avaliação ou para tratamento.

Nos homens, o vírus do HPV pode afetar sua capacidade de fecundação (esterilidade) ou o deslocamento dos espermatozoides. Em ambos os sexos, as lesões na boca, amigdalas, palato e nariz podem afetar o sistema respiratório.

Qualquer pessoa pode ter HPV, mas as pessoas que fazem tratamentos com quimioterapia, radioterapia ou com imunossupressores, o risco é ainda maior.
O câncer é sempre um problema sério por ser uma doença silenciosa, que não traz sintomas imediatos. Enquanto isso, o vírus vai fazendo seus estragos no interior do corpo.

Para se proteger desse vírus existem três maneiras: usar “camisinha” em todas as formas de se relacionar sexualmente (oral, anal e da forma convencional); fazer exames regulares e tomar a vacina ainda na infância (aos 9 anos) ou no início da puberdade (dos 11 aos 13 anos).

vacina contra o HPV

O governo brasileiro oferece estas vacinas gratuitamente nos Postos de Saúde para meninos e meninas para que fiquem imunizados antes de iniciarem as práticas sexuais. A vacina é composta apenas de duas doses.

No caso de perceber os sintomas ou ter suspeitas ou dúvidas sobre o HPV basta procurar um infectologista, ginecologista, urologista, o clínico geral ou o dermatologista. O tratamento pode ser breve ou prolongado dependendo dos sintomas (manchas ou verrugas), do grau e da localização das lesões. Geralmente, os médicos indicam cremes e ácidos para colocar sobre as manchas se forem visíveis, cauterização a laser (se forem internas) para retirar as lesões.

Infelizmente, não há como eliminar o vírus por meio de medicamentos ou procedimentos médicos. A única forma de eliminá-los é pelo sistema imunológico da pessoa, mas que pode ser acompanhado clinicamente com exames periódico. A manutenção dos cuidados básicos de saúde é importante para ajudar e fortalecer o sistema imunológico.

FONTES:
Ministério da Saúde
Clínica Mayo