segunda-feira, 4 de março de 2019

ENTENDA A GRANDE DIFICULDADE DOS AUTISTAS


Para tratar e cuidar de um autista é preciso que se entenda como funciona o seu cérebro. Pesquisas realizadas, através de exames de imagens, apontam existem pequenas diferenças entre o cérebro de pessoas autistas em relação a pessoas comuns.

cérebro humano

Investigações feitas por Zilbovícius et al (2006), afirmam que essas diferenças ou anomalias se localizam nos sulcos frontais e temporais de ambos os lados do cérebro. Segundo o investigador, essas anomalias anatômicas atuam no funcionamento dos lobos temporais superiores (STS), cuja função está relacionada com as aprendizagens sociais.
lobos cerebrais

Por “aprendizagem social” entende-se: o reconhecimento, a regulação e a percepção dos estímulos sociais”. Chama-se de “reconhecimento” quando olhamos para uma pessoa e compreendemos suas expressões faciais gestuais, ou seja, se gostou ou não de uma situação, se está com uma dor ou não está passando bem de saúde, se está feliz ou triste. Quanto aos gestos, refletem as emoções que a pessoa está vivenciando como calma, nervosismo, raiva, ódio, carinho etc. O reconhecimento influi também a direção e a manutenção do olhar, ou seja, quando olhamos ou encaramos os olhos da outra pessoa.

regulação

Chamamos de “regulação” a nossa atitude diante da leitura que fazemos das expressões faciais, do gestual e do olhar da pessoa em questão. Por exemplo: se você percebe que seu patrão está nervoso por algum motivo, você não vai pedir aumento de salário, pois com certeza, não o obterá. Caso seu chefe sempre trabalhar em sua sala com a porta aberta e em determinado dia ele a fecha. Isto significa que você não poderá entrar no momento em que quiser ou tiver necessidade, porque está resolvendo algo importante, quer refletir sobre algo ou, simplesmente, descansar.

Para Zilbovícius, estes sistemas estão interligados com outras áreas cerebrais, principalmente, com o giro fusiforme e a amigdala cerebral. Sendo assim, qualquer anormalidade causa problema. Da mesma forma, se essa região estiver muito ativada também pode causar problemas.

circuito neuronal

Segundo pesquisas do investigador, está explicada a dificuldade que os autistas têm ao se relacionarem socialmente. Por não conseguirem fazer uma leitura das expressões faciais e gestos e, consequentemente, regular suas ações e atitudes diante do comportamento, emoções e sentimentos dos outros, adotam uma atitude de frieza, de distanciamento ou de esquiva.

Da mesma forma, encontram muita dificuldade de manter o “olho no olho” com outra pessoa. Isto não significa que não olhem. Nas esse olhar é diferenciado de acordo com o que ele sente, como por exemplo: olhar rápido e desviar, olhar com o canto dos olhos ou olhar através do outro, dando a impressão que ele vê através da pessoa, como se esta fosse transparente ou não estivesse à sua frente.

neurônios espelhos

Lameira, Gawryszenwski e Pereira estudaram e investigaram as “teoria da mente”, em 2006, que afirma que o lobo frontal é composto por um conjunto de feixes formados pelos “neurônios espelhos”. Estes neurônios são super especializados. O conjunto desses feixes formam o “circuito neuronal especializado”, localizado no lobo frontal. A função deste circuito é permitir a formação de pensamentos sobre si mesmo, sobre os outros e de prever comportamentos que os outros possam vir a ter mediante as nossas atitudes. Para eles, os neurônios espelhos e sua função no circuito neuronal especializado.

imitação

Concluíram que o “entendimento das ações”, “a imitação”, e a “empatia” são etapas importantes para a aprendizagem das relações sociais. A primeira, refere-se ás atitudes diante de uma situação de perigo são importantes como uma tendência de sentir o mesmo que o outro sente. A segunda, importante por estar presente em todos os processos de aprendizagem. E a terceira, é fundamental na construção dos relacionamentos sociais.

empatia

Frith e Cohen também pesquisaram, em 2013, sobre as relações sociais nos autistas e nas relações com os neurônios espelhos. E concluíram que, a grande dificuldade do autista é “a falta de capacidade de construir elaborações sobre a mente alheia”. Ou seja, de entender e pensar como o outro pensa ou age. E são, exatamente nestas funções, que se encontram alteradas nas pessoas autista.

Logo podemos concluir que, o comportamento estranho dos autistas em relação às pessoas que o rodeiam, não é indiferença, descaso ou má educação. Mas, um provável comprometimento neurológico que atinge várias áreas cerebrais e que afeta seu desenvolvimento, embora as causas do autismo ainda estejam em estudo.

fonte teórica - vários textos encontrados na Internet
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