Para tratar e cuidar de
um autista é preciso que se entenda como funciona o seu cérebro. Pesquisas realizadas, através
de exames de imagens, apontam existem pequenas diferenças entre o cérebro de
pessoas autistas em relação a pessoas comuns.
cérebro humano
Investigações feitas
por Zilbovícius et al (2006), afirmam que essas diferenças ou anomalias se
localizam nos sulcos frontais e temporais de ambos os lados do cérebro. Segundo
o investigador, essas anomalias anatômicas atuam no funcionamento dos lobos
temporais superiores (STS), cuja função está relacionada com as aprendizagens
sociais.
lobos cerebrais
Por “aprendizagem
social” entende-se: o reconhecimento, a
regulação e a percepção dos estímulos sociais”. Chama-se de “reconhecimento”
quando olhamos para uma pessoa e compreendemos suas expressões faciais gestuais,
ou seja, se gostou ou não de uma situação, se está com uma dor ou não está
passando bem de saúde, se está feliz ou triste. Quanto aos gestos, refletem as
emoções que a pessoa está vivenciando como calma, nervosismo, raiva, ódio,
carinho etc. O reconhecimento influi
também a direção e a manutenção do olhar, ou seja, quando olhamos
ou encaramos os olhos da outra pessoa.
regulação
Chamamos de “regulação” a nossa atitude diante da
leitura que fazemos das expressões faciais, do gestual e do olhar da pessoa em questão.
Por exemplo: se você percebe que seu patrão está nervoso por algum motivo, você
não vai pedir aumento de salário, pois com certeza, não o obterá. Caso seu
chefe sempre trabalhar em sua sala com a porta aberta e em determinado dia ele
a fecha. Isto significa que você não poderá entrar no momento em que quiser ou
tiver necessidade, porque está resolvendo algo importante, quer refletir sobre
algo ou, simplesmente, descansar.
Para Zilbovícius, estes
sistemas estão interligados com outras áreas cerebrais, principalmente, com o
giro fusiforme e a amigdala cerebral. Sendo assim, qualquer anormalidade causa
problema. Da mesma forma, se essa região estiver muito ativada também pode
causar problemas.
circuito neuronal
Segundo pesquisas do
investigador, está explicada a dificuldade que os autistas têm ao se relacionarem
socialmente. Por não conseguirem fazer uma leitura das expressões faciais e gestos
e, consequentemente, regular suas ações e atitudes diante do comportamento,
emoções e sentimentos dos outros, adotam uma atitude de frieza, de
distanciamento ou de esquiva.
Da mesma forma,
encontram muita dificuldade de manter o “olho no olho” com outra pessoa. Isto
não significa que não olhem. Nas esse olhar é diferenciado de acordo com o que
ele sente, como por exemplo: olhar rápido e desviar, olhar com o canto dos
olhos ou olhar através do outro, dando a impressão que ele vê através da
pessoa, como se esta fosse transparente ou não estivesse à sua frente.
neurônios espelhos
Lameira, Gawryszenwski
e Pereira estudaram e investigaram as “teoria da mente”, em 2006, que afirma que
o lobo frontal é composto por um conjunto de feixes formados pelos “neurônios
espelhos”. Estes neurônios são super especializados. O conjunto desses feixes
formam o “circuito neuronal especializado”,
localizado no lobo frontal. A função deste circuito é permitir a formação de
pensamentos sobre si mesmo, sobre os outros e de prever comportamentos que os outros
possam vir a ter mediante as nossas atitudes. Para eles, os neurônios espelhos
e sua função no circuito neuronal especializado.
imitação
Concluíram que o “entendimento das ações”, “a imitação”, e a “empatia” são etapas importantes para a aprendizagem das relações
sociais. A primeira, refere-se ás atitudes diante de uma situação de perigo são
importantes como uma tendência de sentir o mesmo que o outro sente. A segunda, importante
por estar presente em todos os processos de aprendizagem. E a terceira, é
fundamental na construção dos relacionamentos sociais.
empatia
Frith e Cohen também
pesquisaram, em 2013, sobre as relações sociais nos autistas e nas relações com
os neurônios espelhos. E concluíram que, a grande dificuldade do autista é “a falta de capacidade de construir elaborações
sobre a mente alheia”. Ou seja, de entender e pensar como o outro pensa ou
age. E são, exatamente nestas funções, que se encontram alteradas nas pessoas
autista.
Logo podemos concluir
que, o comportamento estranho dos autistas em relação às pessoas que o rodeiam,
não é indiferença, descaso ou má educação. Mas, um provável comprometimento neurológico
que atinge várias áreas cerebrais e que afeta seu desenvolvimento, embora as
causas do autismo ainda estejam em estudo.
fonte teórica - vários textos encontrados na Internet
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