segunda-feira, 25 de junho de 2018

DOWN E A COORDENAÇÃO MOTORA FINA (II)

Como prometi na postagem passada, trouxe mais alguns exercícios de coordenação motora fina que podem ser usados não só por Down, mas com outras síndromes também, inclusive por autistas.


O primeiro exercício é a Caixa de Areia. Muito útil, porque serve para a criança
fazer exercícios de coordenação, como também para treinar o traçado das letras e números. Podem usar o dedinho, o lado contrário de um lápis ou caneta, bolinhas de gude, palitos, enfim, uma variedade enorme de objetos. Com a areia podemos trabalhar ainda as texturas e fazer atividades artísticas. 
È um material barato e que pode ser acondicionado em caixas de papelão ou em potes plásticos desde que seja grande.

Em segundo, um material alternativo que pode ser feito com um ou mais rolos de papel higiênico. É só forrar e fazer furos em dois lados de forma que um palito passe por eles. Este exercício obriga a criança a olhar para o que está fazendo. Vi um semelhante feito com garrafa pet. Para os palitos, aqueles de churrasco, pintados em cores vibrantes.
Este outro, sugestão encontrada nos livros de pano, faz com que as crianças usem a mão auxiliar para abrir as alças por onde passam um fio (de barbante no comprimento do caminho), fita larga ou corda. Além de trabalhar a coordenação motora, trabalha a textura do feltro, obriga a criança olhar para o que está fazendo e ensina a traçar no meio de duas linhas (como nos costumeiros exercícios de levar, como por exemplo, o patinho até a Dona Pata, ou a abelhinha até a flor etc.
Este outro, é feito de papelão coberto com feltro, também inspirado nos livros de pano. São tampinhas (de refrigerante, de leite ou do que quiser) coladas sobre a base com cola quente. Se a criança tiver muita dificuldade motora, as tampinhas devem ser mais altas e pode-se usar até copos plásticos mais resistentes. Num dos cantos fica preso um fio de barbante (ou outro de sua preferência) de uns 2 ou 2,5 metros, mais ou menos para que possam dar muitas voltas. 
O exercício consiste em passar o fio todo por entre os espaços ou enrolar o fio nos obstáculos. Trabalha-se o uso das duas mãos, ensina a criança a olhar para o que faz, ensina habilidades em ambas as mãos, a textura do fio, a preensão, ensina a trabalhar com fios longos e a noção de comprido e curto ao final, a seguir caminhos e desenvolve a criatividade, pois ela pode descobrir um outro jeito de passar o fio.

Este outro, é formado por uma pista retangular (tirada da internet) colada sobre a base de feltro com cola branca comum. As casinhas são de papelão não muito grosso e coladas com cola quente. Mas podem ser prédios, árvores ou outra coisa que desejar. Você irá precisar também de um carrinho. 
O exercício consiste em fazer o carrinho andar pela pista. Para quem conhece semáforo, podemos pedir que pare no vermelho e passe no verde. Mas como o Gael não conhece isso, ele passa direto. Mas não tem importância, porque o que quero trabalhar está mantido, que é olhar para o que esta fazendo, erguer o braço quando o carrinho passa atrás das casas que estão à sua frente, a textura do carrinho, a  criar saídas para não desmanchar as casas entre outras coisas, como criar uma história.

Quem tiver bonecos pequenos (de plastico, feitos com tecidos ou colados em papelão também podem usá-los como sendo pessoas que devem atravessar a pista para chegar em casa, por exemplo. Tudo o que vocês colocarem é bem-vindo e ajuda a criança a tomar decisões. Eu vou trabalhar mais um pouco assim como está e aos poucos vou colocando outros detalhes. Desta forma, a criança manterá o interesse por esta atividade. Estou preparando outros exercícios, e logo mostro a vocês.

Esta outra atividade que Gael adora fazer. Você só precisa de um pedaço de isopor e palitos de dente. O exercício é de preensão, de atenção e força, coisa que os Down tem pouca. O exercício é fincar os palitos no isopor mantendo-os em pé. Este exercício também trabalha a organização. Se Gael colocar todos os palitos nas da laterais do isopor e o meio ficar livre, quando ele colocar os palitos ali, com certeza os palitos espetarão a mão ou o braço. Com o tempo, vai aprendendo a começar de trás para a frente.

 Leva tempo para que perceba isto? Quem sabe? Tudo depende das vivências e experiências que a criança teve na infância. Se essas experiências forem frequentes e boas, com certeza logo descobrirá. Se não teve, terá que aprender aos poucos. Mas não importa o tempo que demore, sei que um dia, ele entenderá.