segunda-feira, 22 de abril de 2019

SAVANTS E AS DIFICULDADES DE COMUNICAÇÃO

O grande problema de Savants e autistas (ou de ambos ao mesmo tempo) é a dificuldade que essas pessoas têm com a comunicação. E isso começa cedo, antes mesmo dos 3 anos de idade. Antes do diagnóstico e por aparentarem não ter qualquer deficiência física ou intelectual, essas crianças são consideradas mau educadas, insensíveis, que não gostam de ninguém ou não possuem empatia. E isto não é verdade.


Raiva, tédio, angústia, felicidade, alegria, carinho, amor são sentimentos profundos nessas pessoas, mas elas não sabem como comunicá-los. O resultado dessa inabilidade é um deslocamento do que acontece à sua volta e um represamento da realidade emocional. Essa inabilidade compromete a comunicação, a imaginação e a interação social, por que se trata de um distúrbio do sistema nervoso central (SNC). É um distúrbio crônico, genético (em muitos casos) e adquiridos (em outros), como consequência de infecções e/ou de problemas perinatais. 


Estudos realizados mostram que outros fatores biológicos podem estar envolvidos e ainda não identificados. Com certeza, vivências psicológicas da infância não estão ligadas a esses distúrbios.


A integração social é uma dificuldade de autistas e Savants, pois não conseguem dividir suas experiências e descobertas infantis com outras pessoas.


A fala também fica comprometida (incapacidade de falar, a demora ou a ecolalia (repetição do que outro dizem)) são sintomas desse mesmo distúrbio. Mesmo a fala correta, mas não é usada para conversas e trocas de experiências, mas para discursarem sobre um tema de seu interesse. Segurar ou puxar o braço de alguém ou apontar para o que quer é uma característica comum entre essas crianças.


A forma como brincam é diferente das crianças comuns. Preferem brincar sozinhos (o que favorece o isolamento) e não brincam da maneira convencional. Os brinquedos e objetos possuem um ponto que lhes chamam a atenção e é nesse ponto que autistas e Savants depositam seu foco. Se desistem de uma brincadeira e, mais tarde, voltam a ela, brincam da mesma maneira e com o mesmo foco. Isto porque, a área cerebral da imaginação é diferenciada da mesma área em pessoas comuns. Isto porque, há uma fixação das rotinas, temas e comportamentos repetitivos.


COMO AJUDAR?



Toda a ajuda aos autistas e Savants (com ou sem diagnóstico) está nas mãos dos pais. Estes precisam estar atentos e procurar ajuda profissional assim que percebam que há algo errado com o filho. Embora parentes e amigos insistam para esperar com a justificativa de que com o tempo a situação muda, não dê ouvidos. Procure o PEDIATRA ou um PSICÓLOGO. Saber o que acontece com o filho é dever dos pais. E tudo o que pode ser resolvido precocemente é MELHOR do que deixar que complique ainda mais.

Para conseguir melhorias, além do que o proposto pelos especialistas indicarem, é preciso que os pais compreendam que o tratamento é custoso, mas necessário e que não podem haver: faltas, displicências ou irregularidades e deve ser feita por toda a vida. Embora o autismo e o savantismo não tenham curo, a melhoria da qualidade de vida é importantíssima.

A medicação depende de caso a caso e quando for recomendada. Em casa, os pais também podem ajudar o filho, brincando com eles, propondo mudanças de comportamentos em relação às tarefas diárias, com relação às habilidades de comunicação, no ensino de regras e rotinas. Esse trabalho familiar é essencial e deve ser contínuo e perseverante, para que os efeitos benéficos sejam alcançados.

Hoje em dia, há autistas e Savants que frequentam escolas regulares e chegam a cursar faculdades.