terça-feira, 4 de dezembro de 2018

POR QUE "ESPECTRO" AUTISTA?


O termo surge a primeira vez em 1970, quando a psiquiatra inglesa Lorna Wing, conceitua o autismo como um “espectro de condições”, confirmando e reafirmando o trabalho de Hans Asperger, em 1981. Essa psiquiatra era mãe de um filho autista. Por isso, pesquisou e clinicou várias pessoas autistas. Wing defendia e compreendia essas pessoas e suas famílias. Considerava importante a defesa e compreensão dos autistas. Por isso, fundou o National Autistic Society (NAS) junto com Judith Gold e o Centro Lorna Wing.

Buscando entender o porquê o autismo foi ser nomeado de ESPECTRO recorremos ao dicionário. O significado desse termo é: fantasmagórico, imagem surreal, evocação obsedante, incorpórea, com a aparência de um fantasma.


E como esses significados se aplicam à definição do autismo? É mais ou menos assim: suponha que uma criança nasça e começa a se desenvolver perfeita e normalmente. Vira-se no berço, fixa a cabeça na posição ereta, alimenta-se bem, senta-se com ajuda e depois sozinha, engatinha, tenta ficar em pé, ensaia os primeiros passos e finalmente, consegue andar sozinha. 

A fala também segue sua caminhada. Assista ao vídeo com as fases de desenvolvimento da linguagem infantil do 0 a 5 anos, para reconhecer as diferentes fases pelas quais todas as crianças passam.


De repente, todos esses processos param de uma só vez. Ela fica calada, desinteressada, absorta em seus pensamentos, não responde aos chamados, nem se interessa pelo que era seu objeto de interesse anteriormente. Ou seja, não prossegue se desenvolvendo. Algumas não reconhecem os próprios pais.


E não há uma explicação sensata para isso. Não aparecem evidências em exames de imagens como tomografias, eletroencefalografias (ECG) ou outros exames mais caros. É mesmo como se um fantasma a atravessasse, bloqueasse tudo e não deixasse nenhum rastro de sua passagem. As crianças autistas com espectro mais severos ou mais graves agem como zumbis, vivendo alheios ao que está a seu redor. 


Mesmo as crianças com espectros mais moderados e leves (como os Aspergers) possuem comportamentos que saltam aos olhos. Os movimentos esteriotipados variam de criança para criança. Por isso, cada autista é único. 

Mesmo os que não apresentam esses movimentos é, em meio a outras crianças, que podemos perceber se há algo de anormal com determinada criança. E é somente por meio da observação das atitudes das crianças autistas que o diagnóstico é realizadoElas destoam na alegria, da vivacidade e na relação com os demais. 

E infelizmente, por agirem desta maneira, acabam se isolando ou sendo isoladas.