O termo surge a
primeira vez em 1970, quando a psiquiatra inglesa Lorna Wing, conceitua o
autismo como um “espectro de condições”, confirmando e reafirmando o trabalho
de Hans Asperger, em 1981. Essa psiquiatra era mãe de um filho autista. Por
isso, pesquisou e clinicou várias pessoas autistas. Wing defendia e compreendia
essas pessoas e suas famílias. Considerava importante a defesa e compreensão
dos autistas. Por isso, fundou o National Autistic Society (NAS) junto com
Judith Gold e o Centro Lorna Wing.
Buscando entender o
porquê o autismo foi ser nomeado de ESPECTRO
recorremos ao dicionário. O significado desse termo é: fantasmagórico, imagem
surreal, evocação obsedante, incorpórea, com a aparência de um fantasma.
E como esses
significados se aplicam à definição do autismo? É mais ou menos assim: suponha
que uma criança nasça e começa a se desenvolver perfeita e normalmente. Vira-se
no berço, fixa a cabeça na posição ereta, alimenta-se bem, senta-se com ajuda e
depois sozinha, engatinha, tenta ficar em pé, ensaia os primeiros passos e
finalmente, consegue andar sozinha.
A fala também segue sua caminhada. Assista ao vídeo com as fases de desenvolvimento da linguagem infantil do 0 a 5 anos, para reconhecer as diferentes fases pelas quais todas as crianças passam.
De repente, todos esses processos param de uma
só vez. Ela fica calada, desinteressada, absorta em seus pensamentos, não
responde aos chamados, nem se interessa pelo que era seu objeto de interesse anteriormente.
Ou seja, não prossegue se desenvolvendo. Algumas não reconhecem os próprios
pais.
E não há uma explicação
sensata para isso. Não aparecem evidências em exames de imagens como tomografias, eletroencefalografias (ECG) ou outros exames mais caros. É mesmo como se um fantasma a atravessasse, bloqueasse tudo e não
deixasse nenhum rastro de sua passagem. As crianças autistas com espectro mais severos ou mais graves agem como zumbis, vivendo alheios ao
que está a seu redor.
Mesmo as crianças com espectros mais moderados e leves (como os Aspergers) possuem comportamentos que saltam aos olhos. Os movimentos esteriotipados variam de criança para criança. Por isso, cada autista é único.
Mesmo os que não apresentam esses movimentos é, em meio a outras crianças, que podemos perceber se há algo de anormal com determinada criança. E é somente por meio da observação das atitudes das crianças autistas que o diagnóstico é realizado. Elas destoam na alegria, da
vivacidade e na relação com os demais.
E infelizmente, por agirem desta maneira, acabam se
isolando ou sendo isoladas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário