segunda-feira, 6 de maio de 2019

AUTISTAS E SAVANTS PODEM TER RELACIONAMENTO AMOROSO?


Há algum tempo atrás, não víamos tantas pessoas com autismo como vemos na atualidade. Os motivos disso eram: a) a falta de uma classificação clara do distúrbio; b) pelo preconceito que era muito maior do que é hoje (que ainda é grande), muitas vezes, os pais se “envergonhavam” de ter um filho com problemas e os escondiam dentro de casa; c) a falta de saber onde procurar ajuda profissional especializada e d) pela falta de conhecimento sobre esta Síndrome.

Embora o autismo e savantismo não tenha cura, o diagnóstico não é uma sentença condenatória para os possuidores desta síndrome. Muitos vivem uma vida muito próxima do que chamamos de “vida normal”. Com os avanços da neurociência já entendemos que, quanto mais cedo estimularmos os autistas e savants, mais próximos da “vida normal” eles se estarão. Não há impedimentos para sua vida futura de estudar e chegar à universidade, de trabalhar, namorar e constituir família, dizem os estudiosos do assunto.


Casar e constituir família? De que maneira, se os autistas e savants apresentam problemas de relacionamento? Como poderão compreender as obrigações que isso implica? O assunto “sexualidade” é discutível, desafiante e estimulante entre as pessoas comuns, mas é ainda mais instigante em se tratando de deficientes intelectuais, autistas e savants.

Sabemos que deficientes intelectuais, savants e autistas estão classificados como moderados graves e severos e com limitações físicas ou intelectuais devido ás chamadas “comorbidades”, isto não é possível. Eles apresentam um grande isolamento, ausência de contato com as pessoas do ambiente em que vive, apatia, falta de interesse a estímulos externos e sem qualquer interação social.

Muitos nem conseguem se comunicar verbalmente e, muito menos, da forma não verbal. Não são capazes de expressar afetividade e de receber carinho. Muitos não reconhecem os próprios pais. São comuns crises de agressividade contra si mesmos e para com os outros, acessos de fúria, raiva e gritos. Detestam mudanças de rotina e perdem o controle quando isso acontece. Necessitam de auxílio constante para iniciar e manter as atividades básicas do cotidiano como: alimentação, vestuário, banhar-se entre outras necessitando de uma pessoa que cuide disso. É comum a presença de padrões repetitivos de comportamentos inadequados e até bizarros, como cheirar e levar à boca objetos não digeríveis e não comestíveis. E com todos estes sintomas fica evidente que o assunto não se destina a essas pessoas. São pessoas que precisam de cuidados constantes e permanentes.


No entanto, as pessoas com graus mais leves (leves e moderados leves e sem outras complicações), quando bem estimulados precocemente e embora precisem de alguns cuidados, podem ter uma qualidade de vida bem próxima da realidade, pois encontram menos dificuldades que os mais graves.

Nos autistas e savants de todos os graus, os processos físicos da puberdade entram em ação como nas pessoas comuns. As glândulas sexuais entram em desenvolvimento e produzem seus hormônios, o corpo se modifica e a sexualidade desperta. A diferença é que os mais graves não percebem estas mudanças porque são demasiadamente introspectivos, o que não ocorre com os de graus mais leves. Estes percebem e acabam se interessando amorosamente por alguém.

OS RELACIONAMENTOS

Pessoas com autismo leve podem ter um relacionamento amoroso, se casar, ter uma família com pessoas comuns ou com outro autista.

Os relacionamentos comuns nem sempre é fácil devido as rotinas, maneirismos, crises e movimentos involuntários que possuem. Por isso, os responsáveis devem estar sempre vigilantes para as crises possam ser mediadas para que os déficits, quando presentes, não cheguem a comprometer a vida do casal.

Vale lembrar que pais e familiares também precisam de suporte e orientação adequados desde a fase da paquera porque vivem num mundo diferente do nosso. É preciso ensinar o que fazer, o que pode ou não pode dizer, amparar quando não dá certo. O mesmo acontece durante o namoro e posteriormente, durante o casamento, como acontece com os deficientes intelectuais.