Há algum tempo atrás, não víamos tantas pessoas com autismo como vemos na atualidade. Os motivos disso eram: a) a falta de uma classificação clara do distúrbio; b) pelo preconceito que era muito maior do que é hoje (que ainda é grande), muitas vezes, os pais se “envergonhavam” de ter um filho com problemas e os escondiam dentro de casa; c) a falta de saber onde procurar ajuda profissional especializada e d) pela falta de conhecimento sobre esta Síndrome.
Embora o autismo e
savantismo não tenha cura, o diagnóstico não é uma sentença condenatória para
os possuidores desta síndrome. Muitos vivem uma vida muito próxima do que
chamamos de “vida normal”. Com os avanços da neurociência já entendemos que,
quanto mais cedo estimularmos os autistas e savants, mais próximos da “vida
normal” eles se estarão. Não há impedimentos para sua vida futura de estudar e
chegar à universidade, de trabalhar, namorar e constituir família, dizem os
estudiosos do assunto.
Casar e constituir
família? De que maneira, se os autistas e savants apresentam problemas de
relacionamento? Como poderão compreender as obrigações que isso implica? O assunto
“sexualidade” é discutível, desafiante e estimulante entre as pessoas comuns,
mas é ainda mais instigante em se tratando de deficientes intelectuais,
autistas e savants.
Sabemos que deficientes
intelectuais, savants e autistas estão classificados como moderados graves e
severos e com limitações físicas ou intelectuais devido ás chamadas “comorbidades”,
isto não é possível. Eles apresentam um grande isolamento, ausência de contato
com as pessoas do ambiente em que vive, apatia, falta de interesse a estímulos
externos e sem qualquer interação social.
Muitos nem conseguem se
comunicar verbalmente e, muito menos, da forma não verbal. Não são capazes de
expressar afetividade e de receber carinho. Muitos não reconhecem os próprios
pais. São comuns crises de agressividade contra si mesmos e para com os outros,
acessos de fúria, raiva e gritos. Detestam mudanças de rotina e perdem o
controle quando isso acontece. Necessitam de auxílio constante para iniciar e
manter as atividades básicas do cotidiano como: alimentação, vestuário,
banhar-se entre outras necessitando de uma pessoa que cuide disso. É comum a
presença de padrões repetitivos de comportamentos inadequados e até bizarros,
como cheirar e levar à boca objetos não digeríveis e não comestíveis. E com
todos estes sintomas fica evidente que o assunto não se destina a essas
pessoas. São pessoas que precisam de cuidados constantes e permanentes.
No entanto, as pessoas
com graus mais leves (leves e moderados leves e sem outras complicações), quando
bem estimulados precocemente e embora precisem de alguns cuidados, podem ter
uma qualidade de vida bem próxima da realidade, pois encontram menos dificuldades
que os mais graves.
Nos autistas e savants de
todos os graus, os processos físicos da puberdade entram em ação como nas
pessoas comuns. As glândulas sexuais entram em desenvolvimento e produzem seus hormônios,
o corpo se modifica e a sexualidade desperta. A diferença é que os mais graves
não percebem estas mudanças porque são demasiadamente introspectivos, o que não
ocorre com os de graus mais leves. Estes percebem e acabam se interessando
amorosamente por alguém.
OS RELACIONAMENTOS
Pessoas com autismo
leve podem ter um relacionamento amoroso, se casar, ter uma família com pessoas
comuns ou com outro autista.
Os relacionamentos
comuns nem sempre é fácil devido as rotinas, maneirismos, crises e movimentos
involuntários que possuem. Por isso, os responsáveis devem estar sempre
vigilantes para as crises possam ser mediadas para que os déficits, quando
presentes, não cheguem a comprometer a vida do casal.
Vale lembrar que pais e
familiares também precisam de suporte e orientação adequados desde a fase da
paquera porque vivem num mundo diferente do nosso. É preciso ensinar o que
fazer, o que pode ou não pode dizer, amparar quando não dá certo. O mesmo
acontece durante o namoro e posteriormente, durante o casamento, como acontece
com os deficientes intelectuais.
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