O grande problema de Savants e autistas (ou de ambos ao mesmo tempo) é a dificuldade que essas pessoas têm com a comunicação. E isso começa cedo, antes mesmo dos 3 anos de idade. Antes do diagnóstico e por aparentarem não ter qualquer deficiência física ou intelectual, essas crianças são consideradas mau educadas, insensíveis, que não gostam de ninguém ou não possuem empatia. E isto não é verdade.
Raiva, tédio, angústia, felicidade, alegria, carinho, amor são sentimentos profundos nessas pessoas, mas elas não sabem como comunicá-los. O resultado dessa inabilidade é um deslocamento do que acontece à sua volta e um represamento da realidade emocional. Essa inabilidade compromete a comunicação, a imaginação e a interação social, por que se trata de um distúrbio do sistema nervoso central (SNC). É um distúrbio crônico, genético (em muitos casos) e adquiridos (em outros), como consequência de infecções e/ou de problemas perinatais.
Estudos realizados mostram que outros fatores biológicos podem estar envolvidos e ainda não identificados. Com certeza, vivências psicológicas da infância não estão ligadas a esses distúrbios.
A integração social é uma dificuldade de autistas e Savants, pois não conseguem dividir suas experiências e descobertas infantis com outras pessoas.
A fala também fica comprometida (incapacidade de falar, a demora ou a ecolalia (repetição do que outro dizem)) são sintomas desse mesmo distúrbio. Mesmo a fala correta, mas não é usada para conversas e trocas de experiências, mas para discursarem sobre um tema de seu interesse. Segurar ou puxar o braço de alguém ou apontar para o que quer é uma característica comum entre essas crianças.
A forma como brincam é diferente das crianças comuns. Preferem brincar sozinhos (o que favorece o isolamento) e não brincam da maneira convencional. Os brinquedos e objetos possuem um ponto que lhes chamam a atenção e é nesse ponto que autistas e Savants depositam seu foco. Se desistem de uma brincadeira e, mais tarde, voltam a ela, brincam da mesma maneira e com o mesmo foco. Isto porque, a área cerebral da imaginação é diferenciada da mesma área em pessoas comuns. Isto porque, há uma fixação das rotinas, temas e comportamentos repetitivos.
Toda a ajuda aos
autistas e Savants (com ou sem diagnóstico) está nas mãos dos pais. Estes
precisam estar atentos e procurar ajuda profissional assim que percebam que há
algo errado com o filho. Embora parentes e amigos insistam para esperar com a
justificativa de que com o tempo a situação muda, não dê ouvidos. Procure o
PEDIATRA ou um PSICÓLOGO. Saber o que acontece com o filho é dever dos pais. E
tudo o que pode ser resolvido precocemente é MELHOR do que deixar que complique
ainda mais.
Para conseguir
melhorias, além do que o proposto pelos especialistas indicarem, é preciso que
os pais compreendam que o tratamento é custoso, mas necessário e que não podem
haver: faltas, displicências ou irregularidades e deve ser feita por toda a
vida. Embora o autismo e o savantismo não tenham curo, a melhoria da qualidade
de vida é importantíssima.
A medicação depende de
caso a caso e quando for recomendada. Em casa, os pais também podem ajudar o
filho, brincando com eles, propondo mudanças de comportamentos em relação às
tarefas diárias, com relação às habilidades de comunicação, no ensino de regras
e rotinas. Esse trabalho familiar é essencial e deve ser contínuo e
perseverante, para que os efeitos benéficos sejam alcançados.
Hoje em dia, há
autistas e Savants que frequentam escolas regulares e chegam a cursar
faculdades.
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