Dos 5 aos 6 anos, as mãos já estão mais hábeis, inclusive no
traçado dos desenhos. Mas ainda podem cometer alguns erros.
1- PODEM ERRAR NAS
CORES DOS OBJETOS: O Zezinho quer fazer um desenho “do pai e seu carro”, como um presente a ele. Zezinho
quer reproduzir o pai e o carro bem bonito de forma que agrade o pai. Por isso,
deposita mais atenção nessas figuras. E dá um colorido caprichado, porém,
colore um “céu amarelo” para terminar
de compor a cena.
Zezinho estava preocupado em fazer um desenho bonito “do pai
e o carro do pai” e para o progenitor, uma coisa muito importante para a
pequena criança. O pai era o foco principal, alguém a quem amava muito e queria
agradar, colocando aí toda a sua atenção. O céu era apenas um complemento, um
dado secundário e de menor importância. O menino usou o amarelo, como poderia
ter usado outra cor qualquer. Em crianças de 5 a 6 anos, o grau de envolvimento
emocional é grande e os erros cor-objeto podem ocorrer como um fato natural.
Á medida que as crianças se aproximam do 6º ano, as relações
dos objetos com suas formas, tamanhos e cores vão acontecendo espontaneamente.
Mas o “envolvimento emocional” entre as relações com os objetos está registrado
nos seus desenhos. E outros erros podem ocorrer, como por exemplo, os “erros de proporções”.
Imaginem:- Normalmente, Laurinha parece um furacão. Faz mil coisas o
tempo todo e não para quieta um só instante. Hoje, no entanto, Laurinha acordou
com uma chata e irritante dor de cabeça. Apesar de ter tomado remédio, a dor
custava a passar.
Mesmo assim, Laurinha que adora desenhar e colorir, pegou um papel e começou a
desenhar uma figura humana. A figura tinha braços e pernas no lugar e um
vestido cobria um corpo compatível com o tamanho dos braços. No entanto, a cabeça era o dobro do tamanho do restante do
corpo.
O Juquinha desenhou uma porção de figuras: casa, árvore,
bola, gato e uma figura humana feminina. Desenhou os primeiros em tamanho
pequeno. A figura humana, no entanto, era muito grande. Ao falar sobre seu
desenho, ele falou da casa em que vive, da árvore que havia no quintal, da bola
que era seu brinquedo preferido e o gato de estimação. Ao falar da figura
feminina, ele disse ser a “mãe”.
Como se vê, nos relatos de Laurinha e de Juquinha, eles
tinham motivos importantes para desenharem suas figuras de “forma
desproporcional”: Laurinha, por uma dor que a incomodava e Juquinha, mostrando
a importância da mãe em sua vida. Há algo de anormal nisto? Não, claro que não.
Se isso acontecer com os desenhos de seus filhos, procurem saber o motivo antes
de fazer julgamentos e sem ficar mostrando o correto.
Gente, tem coisas que precisamos ensinar às crianças. Outras
coisas, ela precisa aprender sozinha. Tem que adquirir experiências por conta
própria. As cores e as proporções são assim. Não adianta influenciar. Ela
precisa dessa experimentação para a formar sua futura personalidade. A
experimentação estimula a capacidade inventiva e torna a criança mais flexível
e ajustável aos obstáculos que a vida impõe. São condições humanas que não podem
ser compradas na lojinha da esquina.
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