sexta-feira, 6 de maio de 2011

PRÉ-REQUISITOS PARA A AQUISIÇÃO DA LEITURA

Pesquisas revelam que o ato de ler é um processo mental que contribui para o desenvolvimento intelectual. Este ato coloca em ação uma infinidade de neurônios, várias regiões cerebrais e os dois hemisférios.

Ao contrário do que todos pensam, o processo de aquisição da leitura não começa na escola, Apenas se consolida. Na verdade, começa bem antes. Começa com a aquisição da fala. Falar significa adquirir a linguagem verbal. E para isso tem início um processo mental que se desenvolve através de vários níveis.

Alguns meses após o nascimento, o bebê descobre que pode produzir sons. E a chamada fase de lalação, onde estão presentes os gritinhos. Esta é uma fase de experimentações vocais onde aparecem as modulações sonoras.
Poucos meses depois, a criança inicia uma nova fase: o balbucio. É a fase do “mã-mã”, “dá-dá”, Também é uma experimentação, mas que encanta os adultos, que por sua vez, passam a estimular a criança para que diga sua primeira palavra.  Na verdade, “mã-mã” ou “pa-pa” ainda não são palavras, porque a criança repete esses sons para todos os seres e objetos que despertam sua atenção. Mas, os adultos entendem como palavras (mamãe e papai)  e passam a repetir "mamãe e papai" para a criança e o fazem, com grande festa. A criança gosta e passa a  repitir também diante da visão ou aproximação dos seres que lhes inspiram afeto e confiança. Em pouco tempo, por imitação e por repetição, a criança aprende que aqueles sons representam o pai ou a mãe. Aquele som passa a possuir um significado, tornando-se. então, uma palavra.
 
 A partir de então, começa o nível da “linguagem auditiva receptiva”, com novas estimulações associadas ás necessidades básicas da criança: papá (na hora de comer), tetê (para a mamadeira), que se estendem a outros seres próximos: vovò, vovô, titi (tia (o)), au-au etc. A criança ouve e faz a ligação entre o objeto e o som ouvido. E, assim, adquire novos significados. Em pouco tempo, seu repertório já possui um bom número de significados.

Quando a criança passa a fazer uso desse repertório ou “vocabulário infantil”, dizemos que a criança já “fala”. Na verdade, ela passou para um novo nível: o da “linguagem auditiva expressiva”, onde novas aquisições de significados são aprendidos ainda por imitação. Seu repertório aumenta consideravelmente.

Com a produção de novos sons e a aquisição de novos significados forma-se uma “linguagem interior”, que a torna capaz de expressar pensamentos e sentimentos. Mais um nível é galgado. Dessa linguagem interior desenvolvem-se as imagens mentais.

Sua atenção volta-se agora para certos detalhes que os objetos possuem. Formas e movimentos são os mais importantes entre os detalhes. Começa um novo nível: a “linguagem visual receptiva”. É a época do gosto pelos seus próprios desenhos, por desenhos animados da televisão, dos livros de histórias e das tentativas de leitura de imagens. É a época também do inicio das atividades escolares. Época em que se torna capaz de ser alfabetizada. O nível seguinte, é a “linguagem visual expressiva”, quando se torna capaz de escrever.

FONTE

FONSECA, Vitor. “introdução às Dificuldades de Aprendizagem”. Porto Alegre, Artes Médicas, 1995.

Um comentário:

  1. Quantas pessoas deveriam conhecer isto, não é verdade? Adorei esta postagem, já indiquei pra muitas pessoas esta e outras matérias que você postou aqui. Parabéns Sueli, continue dando a sua colaboração para tantos pais que necessitam saber e aprender.

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