Muito se tem falado sobre a
importância do desenho infantil na vida e nas terapias. É importante que se
ressalte sua importância na escola. Para começar vamos tecer um comentário
sobre da importância desse desenho na educação infantil.
Depois das garatujas
ordenadas, o grafismo infantil entra em franco processo de desenvolvimento. Um
desenvolvimento que coincide com a passagem da criança pela Educação Infantil.
Infelizmente, nossas
escolas e professores ainda não se deram conta da importância deste processo e
o consideram como uma atividade menor, por estarem preocupados com o início do
ensino das letras e da escrita. No entanto, o que querem e exigem dos alunos é
uma conseqüência do bom desenvolvimento do grafismo.
Como uma atividade menor, o
desenho infantil é utilizado para preencher uma lacuna na programação do dia.
Geralmente, permitido num momento ocioso ou no final da aula para que fiquem
quietos à espera do sinal. Mesmo que seja em outro momento, a atividade de desenho
é recolhida e guardada num canto do armário para, mais tarde, ir para a pasta
do aluno que será entregue aos pais no dia da reunião. Poucos são os
professores que detém um olhar mais apurado sobre eles.
Se considerassem os
desenhos infantis como importantes, perceberiam que os desenhos se transformam
rapidamente. E são, nessas transformações, que as crianças mostram, flagrante
ou sutilmente suas conquistas ou atrasos nos esquemas gráficos.
Mas, nossas escolas e
professores estão preocupados com as letras, números e coordenação motora
(evidenciando uma preocupação com o traçado das letras na escrita). No entanto,
esquecem que até mesmo o processo gráfico é individualizado e que cada criança
tem seu momento certo para para aprender uma coisa nova.
Assim
como o da leitura e escrita, o processo gráfico também tem o seu momento de instalação, de
desenvolvimento e de maturação neural. Dessas etapas dependem: as
aprendizagens, a produção escolaro e o ritmo de trabalho. Mas, no nosso sistema
educacional, as escolas e professores não querem saber da individualidade de
cada aluno, já que para eles, é importante o “coletivo”. E é, por olhar sempre o
coletivo e não “o individual em meio ao coletivo” que os absurdos acontecem, como o de priorizar os resultados sem levar em conta os processos.
Fonte:
LOWENFELD, V. Desenvolvimento da capacidade criadora. São Paulo: Mestra Jou, 1977.
MOREIRA, A. A. A. O Espaço do desenho: a educação do educador. São Paulo: Loyola,1984.
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