Todo
ser humano nasce potencialmente capacitado para falar. Porém, transformar esse
potencial em linguagem comunicativa e expressiva é outra história. Uma história
que depende da adequada percepção auditiva, da condição do funcionamento
cerebral, de ambiente estimulador e de um longo processo de aprendizagens.
A
audição é a porta de entrada dos sons. Por isso, é importante que as pessoas
sejam capazes de ouvir (acuidade auditiva) para que os sons cheguem ao cérebro onde
serão identificados, analisados e armazenados na memória auditiva. Esta é a
razão pela qual os surdos não conseguem falar. O problema das pessoas surdas é
que os sons não chegam ao seu destino no cérebro, impedindo que desenvolvam o
potencial da fala. Já as pessoas com problemas auditivos (baixa audição)
apresentam uma distorção dos sons. Quando chegam ao cérebro, este se confunde
ou não os identifica, por isso, envia respostas igualmente distorcidas ou
confusas.
Com
o tempo, todo ser humano aprende a transformar o “ouvir” na “capacidade de
escutar”. Parecem sinônimos, mas não são. Ouvir é uma capacidade física que
independe da nossa vontade. Ouvimos mesmo sem querer ouvir. Escutar é
diferente. Depende da quantidade de atenção colocada. Por isso, lembramos
fielmente de um recado, de uma conversa, de uma explicação dada em aula.
Para
desenvolver a linguagem é necessário que o cérebro funcione perfeitamente. Em
especial, duas áreas cerebrais não podem falhar: a “área de Brocá”, responsável
pela formação das palavras e a “área de Wernicke”, responsável pela compreensão
delas. Embora tenham funções diferentes, essas áreas se ajudam para que
possamos manter uma conversação, ora ouvindo e compreendendo o que é dito, ora
formulando palavras e frases adequadas em resposta.
Para
que a criança desenvolva o seu potencial de linguagem é preciso que os pais conversem
muito com a criança, desde a fase intrauterina. Permitam que ela expresse o que
quer, do que necessita o que sente, do que gosta ou prefere. Jamais fale no
lugar dela e ouça o que a criança tem a dizer com atenção. Repita sempre que
precisar de forma pausada o nome correto dos objetos e pessoas para que perceba
os sons de cada palavra. Evite usar esses nomes no diminutivo como: copinho,
aguinha, papinha, pezinho, etc. Leia ou conte histórias para ela. Assim se
constrói um ambiente estimulador.
O
processo de aprendizagem da linguagem é longo. Dura praticamente a vida toda,
pois sempre estamos adquirindo novos conhecimentos, aprendendo novas palavras e
reformulando as aprendidas anteriormente.
Porém,
o período mais importante é o que vai do nascimento até os 5 ou 6 anos de
idade. Um processo repleto de fases que não podem ser puladas porque uma serve
de base para a outra e, mesmo sendo superadas, jamais perdem o valor.
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