INTRODUÇÃO
Para falarmos dos transtornos motores precisamos compreender, pelo menos um pouco, o que é o sistema locomotor.
Ao ouvirmos esse termo
“locomotor” logo imaginamos que se trate da movimentação nos diversos
ambientes. Mas, esta é somente uma pequena parte das tarefas deste sistema.
Outras partes, igualmente importantes, são os movimentos que repetimos
constantemente como chorar, sorrir, olhar, falar, ler, escrever, recortar,
pintar, vestir, cozinhar, comer, beber e tudo mais que conseguimos fazer. Por
esta razão, os movimentos são preciosidades.
O sistema locomotor é
formado pelas ramificações nervosas, nervos, tendões, músculos, ossos e
articulações. As ramificações nervosas ficam sob a pele e sua função é captar
os estímulos vindos do ambiente e transmiti-los aos nervos. Os nervos têm a
função de transformar os estímulos em impulsos elétricos e encaminhá-las ao
tronco central (feixe de nervos próximo ao cérebro) que, por sua vez, os
encaminha para o cérebro. Os ossos não se movimentam sozinhos. Precisam dos
músculos que, presos a eles por meio dos tendões, os puxam para a realização
dos movimentos. Portanto, o sistema locomotor se liga diretamente ao SISTEMA
NERVOSO CENTRAL e que é comandado pelo cérebro.
Os movimentos são tão
essenciais aos seres humanos que o cérebro estabeleceu uma área específica só
para cuidar deles. Essa área chama-se ÁREA MOTORA e se localiza na parte
frontal do córtex cerebral (tecido que recobre todo o cérebro). A função dessa
área motora é de receber as informações do ambiente, ler, interpretar e
produzir respostas motoras, ou seja, movimentos.
A maioria dos movimentos
que praticamos necessita das articulações. E a área motora se vale do auxílio do
CEREBELO, responsável pela programação, preparo e controle das articulações e
pelo equilíbrio do corpo na realização dos movimentos. Uma resposta motora é dada em
milésimos de segundos. Por isso, ao encostarmos a mão numa panela quente a
retiramos imediatamente.
O sistema
locomotor fica pronto entre o 4º e o 5º mês de gestação, razão pela qual os
bebês realizam movimentos intrauterinos. Mas, é uma prontidão básica. Somente o
exercício contínuo após o nascimento faz com que os movimentos se aperfeiçoem e
tornem-se cada vez mais complexos.
O
desenvolvimento motor ou do sistema locomotor é muito importante para as
rotinas de casa, da escola, dos esportes e, mais tarde, do trabalho. Esse
desenvolvimento acontece em duas etapas de suma importância. A primeira,
chamada de “desenvolvimento motor” e vai de 0 a 7 anos de idade, época em que as
crianças o desenvolvem através das brincadeiras. A etapa seguinte é chamada de
“psicomotricidade” e vai dos 7 anos até o final da vida.
Ao falar dos
movimentos é preciso lembrar que há tipos importantes: os voluntários, os
involuntários. Os movimentos “voluntários” são aqueles que fazemos porque
queremos realizar, portanto, dependem de nossa vontade. No início de qualquer
movimento voluntário é sempre impreciso. Mas, com a repetição constante se
transformam em habilidades. Ex: Ao iniciar o andar, os passos do bebê são
imprecisos. Com o tempo, anda com destreza e não pensa mais sobre como deve
fazer para realizar esse movimento. O mesmo acontece com uma atleta que, quanto
mais pratica sua modalidade esportiva, melhor fica a sua performance.
Já os
movimentos “involuntários” são realizados para manter nosso corpo vivo, como
por exemplo, os batimentos cardíacos, os movimentos pulmonares, cerebrais e
encefálicos, digestivos, metabólicos etc. Eles independem de nossa vontade.
Porém, com a
chegada da velhice os movimentos vão, pouco a pouco, perdendo a potência e os
idosos passam a não ter a mesma eficiência das habilidades conquistadas. Por
isso, o vovô e a vovó encontram mais dificuldade na realização de determinados
movimentos.
Muitas das
dificuldades escolares têm como causa um mau desenvolvimento motor, seja por
conta de um modelo educacional equivocado ou por problemas neurobiológicos.
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