Desde que as crianças passam pegar um lápis e papel para rabiscar, sua preocupação maior são as marcas que fazem. Os instrumentos que usam são ocasionais e dependem do momento. Diante de uma poça d’água ou tinta podem usar a mão toda, um ou mais dedos. As marcas também podem ocorrer em outros locais: parede, móvel, sofá, brinquedo, etc. O que importa para as crianças de tenra idade são as marcas que deixam e não onde ou com o que são feitas.
Quando a criança procura de lápis e papel, é porque ela já fez uma
porção de testes e outras tantas observações, até compreender que alguns
instrumentos são usados naquilo que os adultos chamam de “papel”. E se é um
lápis preto, colorido ou caneta, não importa para ela. Ela usa o que está a seu
alcance.
A partir do terceiro ano de vida, as cores começam a despertar sua
atenção. E nova série de experiências, testes e observações são realizadas. E os
adultos podem e devem observar essas experiências e os progressos que a criança
faz.
1- A criança pega um lápis colorido, não importa a cor e desenha tudo:
sol, lua, estrela mato, flores, jardim, casa, figuras humanas etc., mesmo que
estas coisas não se pareçam com o real. Isto porque seus conhecimentos ainda
não atingiram esse patamar. No dia seguinte, desenha as mesmas coisas com outra
cor. E assim vai experimentando uma a uma todas as cores, de sua caixa de
lápis.
E se os adultos tentarem impor uma cor para que ela desenhe, ela desiste
de fazê-lo. Por isso, não devemos corrigir, ajudar ou fazer por ela. A
criança aprende a desenhar sozinha, por meio de suas próprias experiências e
pelas observações que faz. Aprende por tentativas que dão certo e pelas
que dão errado e pela repetição dessas experiências, para que se
transformem em hábitos automatizados. E isto, “ninguém pode fazer por
ela”.
2- Nesta fase as cores não têm significado. São apenas
experiências e aprendizado. Por isso, se espanta ao desenhar com branco num
papel branco. Por isto, é bom que deixemos algumas folhas coloridas no
“cantinho de desenhar”.
3- Por volta do quarto ano, por já ter explorado bastante as as várias
cores de sua caixa de lápis, as crianças passam para uma segunda fase de
experiências: a integração de cores num mesmo desenho.
E novamente se encanta. As possibilidades de combinação de cores são
infinitas. No início, começam com duas cores diferentes. E a cada produção
vão juntando duas cores escuras, claras, uma escura e outra clara e, assim
construindo novas experiências e fazendo novas observações. Os mais avançados,
podem experimentar mais que 3 ou 4 cores num único trabalho.
Mas ainda não existem cores “preferenciais”. Ela gosta de todas, porque
as combinações trazem sensações visuais que lhe agradam ou que não lhe
agradam. Essas sensações ainda não são bem definidas pela criança como eu gosto
desta ou eu não gosto desta cor. Por isso, se nesta idade a criança diz que
gosta do roxo, do azul ou do vermelho é porque o adulto a está influenciando de
alguma forma.
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