Este é outro pré-requisito
para a leitura e para a escrita e diz respeito á possibilidade que o homem tem
de se movimentar e agir nos diferentes espaços existentes. È, portanto,
essencial para a vida em sociedade.
Essa
estruturação é um trabalho cerebral que nos permite lidar com os espaços e nor
relacionarmos com os objetos. Por meio dessa estruturação podemos selecionar,
comparar, extrair e agrupar, classificar e categorizar os objetos. Como diz
Kephart (1980) é a estruturação espacial quem nos leva a abstrair e a
generalizar.
Assim
como a imagem corporal, a estruturação espacial é aprendida, mas não pode ser
ensinada. E essa aprendizagem ocorre quando a criança se movimenta e
experimenta as várias posições do corpo nos vários tipos de espaço. Mais tarde,
a criança percebe a relação entre seu corpo e entre os próprios
objetos. Por isso, é importante que os adultos permitam o movimento e a
experimentação da criança, para que ela perceba e se organize espacialmente.
São
condições essenciais para a estruturação:
- uma boa visão –
permitindo que o cérebro aprenda a calcular e fazer estimativas
rapidamente e de forma precisa com relação aos movimentos que o corpo
executa no espaço.
- movimentos
cinestésicos – que permite identificar os objetos mais lentos
- uma boa
percepção auditiva – que estão ligadas á certos direcionamentos e ao tempo
- uma boa
percepção tátil – que nos permite captar as manifestações afetivas ou
agressivas dos objetos ao nosso redor.
Essa
estruturação tem início logo após o nascimento. No recém-nascido, a boca é o
ponto mais próximo dos braços e mãos. As sensações percebidas com a boca e os
movimentos reflexos que realiza com os braços, percebem e criam sensações de
bem ou de mal-estares, ligando-se à afetividade.
Por
volta dos 3 meses tem início a imagem corporal e dos 6 aos 9 meses, inicia-se a
separação do corpo em relação ao ambiente.
Aos
3 anos, a criança já deve ter conseguido uma boa vivência corporal e, com isso,
pode se locomover em diferentes lugares e pegar os objetos que desejar. A
verbalização permite que ela expresse o que quer e o que sente. Os gestos
diferenciados já ordenam suas atividades valendo-se da “classificação”. Também
já é possível perceber
a posição dos objetos e de se movimentar entre eles. Aprende as noções
e conceitos de “frente, atrás e no meio” devido a definição da lateralização,
passando a utilizá-los verbalmente.
Aos
6 anos, aprende outros conceitos, como os de “situação” (dentro, fora, alto e
baixo, longe e perto), de “posição” (em pé, deitado e sentado, ajoelhado e
agachado e o de inclinado); de “movimento”(levantar, abaixar, empurrar,
estender, girar, etc), de “qualidade” (cheio e vazio, pouco e muito, inteiro e
metade, etc); de “superfície” (liso, plano, inclinado); de “volume” (leve,
pesado, vazio).
Dos
6 aos 7 anos, a criança já é capaz de assimilar a orientação do espaço no
papel, podendo organizar em uma folha suas escritas e desenhos. Na leitura, é
capaz de se orientar graficamente, utilizando corretamente a posição das letras
(p,b,q,d).
Na
próxima postagem veremos as implicações da falta desta estruturação.
Fonte
OLIVEIRA, Gislene de Campos.
Psicomotricidade: educação e reeducação num enfoque psicopedagógico, Petrópolis,
RJ, Ed. Vozes, 1991
Bom texto,com explicações de fácil entendimento.Parabénssss
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