Toda criança gosta de ver
sua imagem refletida no espelho.
Até os 6 meses de vida, os
bebês possuem uma imagem fragmentada de seu corpo. E ao verem sua imagem refletida no espelho ficam surpresos, sorriem, brincam, outros choram. Isto porque não reconhecem aquela imagem como sua. E só se dará conta disto, mais tarde, por uma associação bastante complexa.
Casualmente, diante de um espelho com um adulto, a criança percebe as duas imagens refletidas. O adulto fala com ela e sorri para ela. É, neste momento, que as imagens e percepções anteriores se juntam com as atuais e a criança tem, pela primeira vez, a consciência que a figura do espelho é ela mesma. Então, ela passa a brincar mais com esta imagem, beijando-a, fazendo caretas, pulando etc.
Casualmente, diante de um espelho com um adulto, a criança percebe as duas imagens refletidas. O adulto fala com ela e sorri para ela. É, neste momento, que as imagens e percepções anteriores se juntam com as atuais e a criança tem, pela primeira vez, a consciência que a figura do espelho é ela mesma. Então, ela passa a brincar mais com esta imagem, beijando-a, fazendo caretas, pulando etc.
Por volta do 20º mês de
vida, a criança já é capaz de compreender que o reflexo de sua imagem pode aparecer
num espelho, num vidro ou noutro objeto qualquer. E é assim que, pouco a pouco,
a criança vai percebendo que “ela está onde se sente, e não onde ela se vê”
(Wallon),
Wallon nos diz também que, por
volta dos 2-3 anos, as crianças entendem que “o espaço em que vivem e sentem é o
mesmo que ela vê no espelho”. Isto significa que a criança deixa um pouco de
perceber a si mesma e passa a observar o reflexo dos mòveis e objetos do
ambiente. Ao perceber isto, a imagem especular se integra como um todo e a
criança passa a perceber que aquela imagem é apenas uma representação. Essa
percepção é quem organiza a imagem corporal e orienta a criança para se perceber
como um ser completo.
É a época em que as crianças mostram grande interesse por desenhar figuras humanas. Portanto, a fase do
espelho é de grande importância para o desenvolvimento da criança. Por meio
dele, ela se conhece, raciocina, descobre seu eu, desenvolve o esquema
corporal e se distingue das coisas e das outras pessoas. Ela passa a ser ela
mesma.Mas, a fase do espelho não termina por aqui. Ela reaparece de tempos em tempos para reajustar a imagem corporal devido ao crescimento físico.
Com maior impacto, a imagem especular reaparece por volta dos 7 anos, quando há o estirão do crescimento. Retorna aos aos 11 ou 12 anos, quando novas mudanças ocorrem no corpo dos púberes e adolescentes; aos 40 anos, quando entramos na maturidade e, depois dos 60, quando entramos na velhice. Essa imagem atua com um reforçador da auto-imagem.
O espelho é importante em
todas as fases da vida. Mas, na adolescência, o espelho pode vir a ser um amigo
ou um inimigo. O adolescente se questiona sobre suas mudanças corporais e
demora para aceitar-se com uma nova aparência. Por isso, passa horas diante do
espelho estudando olhares, sorrisos, posturas e perfis. Faz poses, e estuda
cada um de seus gestos e posturas corporais. O grande interesse dos
adolescentes pelo espelho é porque eles
querem saber como os outros o vêem.
Fonte
OLIVEIRA, Gislene de Campos. Psicomotricidade: educação e reeducação num enfoque psicopedagógico, Petrópolis, RJ, Ed. Vozes, 199
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