Os homens e tempo convivem
em íntima relação. O termo “tempo” não se refere às horas ou ao calendário. mas,
aos momentos de mudança nos acontecimentos.
Engajados no tempo, os
homens nascem, crescem e morrem. E as atividades praticadas ao longo da vida são
uma sucessão de mudanças.
À noite dormimos e durante o
dia nos mantemos acordados e em atividade. O sono ou a vigília depende de uma
necessidade biológica e pelo hábito. Ao contrario do espaço, da velocidade, das
ações e dos movimentos que são facilmente percebidos, o tempo (desta forma) passa
despercebido. Por esta razão, a criança tem que construir o tempo a seu modo e
com os recursos que possui, Assim, é comum ouvirmos as crianças pequenas
dizerem: “Ontem eu vou ao cinema.” ou “ Amanhâ eu fui na casa da vovó.”
As crianças pequenas vivem
e agem no presente. Por não conseguirem ir além do vivenciam, o conceito de
passado se mistura ao presente e o futuro é um acontecimento vago e indefinido porque
ainda não conseguem perceber que os fatos se sucedem num determinado tempo.
Perceber a seqüência do
tempo e a sucessão dos fatos exige um grande esforço mental por parte da criança.
E este esforço leva algum tempo até que haja um avanço cognitivo.
Compreender e estruturar o tempo é um processo. E como tal, se dá por
etapas.Inicial-mente, as crianças estão preocupadas em conhecer o próprio corpo
e as possibilidades de movimentos e ações que ele lhe oferece. Este
conhecimento do corpo não se desliga do espaço externo, nem do tempo.
As percepções das crianças vão
acontecendo aos poucos. Assimilam e associam os gestos e movimentos corporais ao
espaço e ao tempo, juntamente com conceitos e noções de velocidade, de duração dos
movimentos, de ordem, de sucessão e de alternância
entre os objetos e as próprias ações. Aos poucos,
também percebem a noção de momentos do tempo, como o do instante, do momento
exato, da simultaneidade, da sucessão. A partir daí passam a organizá-las e a coordenar
as relações com o tempo.
A representação mental de tempo e de suas relações ocorrem bem mais
tarde, quando as crianças (por volta dos 5 anos) se tornam capazes de trabalhar
com o simbólico, quando então, poderão realizar
novas associações e transposições necessárias para o aprendizado das
disciplinas e para a realização das tarefas escolares.
Para que as crianças possam
aprender a ler, a escrever e a realizar os cálculos matemáticos é necessário que tenham compreendido que as
palavras e os números são uma sucessão, As primeiras de sons; os segundos, de
quantidades. Devem ter aprendido ainda a reconhecer cada som, sua freqüência e
duração. Ter percebido o ritmo e a melodia existente nas palavras e frases. Ter
desenvolvido a capacidade de diferenciá-los e de memorizá-los auditiva-mente. Por
isso, linguagem e tempo estão intrinsecamente relacionados
Fonte:
OLIVEIRA, Gislene de Campos. Psicomotricidade: educação e reeducação num enfoque psicopedagógico, Petrópolis, RJ, Ed. Vozes, 1991
Fonte:
OLIVEIRA, Gislene de Campos. Psicomotricidade: educação e reeducação num enfoque psicopedagógico, Petrópolis, RJ, Ed. Vozes, 1991
Oi Sueli!!! Um prazer em tê - la no meu cantinho!!! Adorei o seu!!! Parabéns!!! Ótimas postagens!!! Pode me visitar sempre e fique a vontade!!! Bjossss
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