Como prometi, vamos voltar
a falar de alfabetização. Mas, com um olhar diferente do vínhamos discorrendo
até aqui. Isto porque tenho notado uma grande preocupação por parte dos
professores que acessam este blog em busca de idéias para trabalhar com deficientes
intelectuais.
Como vocês sabem, não há
livros, cursos ou outro meio qualquer que diga “faça assim” ou “faça deste
jeito”. Da mesma forma que não existe uma pedagogia ou uma didática que trate
específicamente desta turminha tão especial. Isto porque “não existem” receitas
prontas e cada caso é um caso. E quando se trata de alfabetização especial,
todo mundo fica apavorado e não sabe por onde começar.
As orientações contidas
abaixo do título deste blog são ainda muito gerais. O que posso fazer é passar
minha experiência pessoal a vocês. Mas, alguém pode ainda questionar: “E os
outros como ficam”?
Maria Montessori afirmava
que “todos os resultados do trabalho com deficientes intelectuais beneficiavam
as crianças sem deficiência”. Tudo o que se faz em termos pedagógicos foram e
continuam sendo tentativas de trabalho com os deficientes. Portanto, se os
deficientes progridem em seus conhecimentos com esses trabalhos, o mesmo se
dará com os não deficientes.
O que passo a postar aqui
fica como sugestão, Sei que todos vocês são criativos e com pequenos ajustes
poderão encontrar bom uso para elas, Seja no trabalho com deficientes, ou seja no trabalho com aquelas crianças a quem chamamos de “fraquinhos”, de “lentos” ou dos que
apresentam outras dificuldades.
DICAS IMPORTANTES:
1- Coloque o deficiente
próximo de você, professor (a). Eles precisam mais ajuda que os outros pelo
fato de serem mais dependentes e de terem mesmo, mais dificuldades. A maioria
dos professores faz o contrario e os deixam longe de si ou no fundo da sala,
revelando atitude preconceituosa contra essa criança.
2- Sempre passe a atividade
para os deficientes antes de cuidar dos outros. Isto porque eles são mais
lentos e levarão mais tempo para realizar a
tarefa pedida. Mesmo que terminem antes do previsto, não incomodarão nem
atrapalharão o seu trabalho com os demais.
3- Todo deficiente
intelectual tem fases de franco progresso e fases que parece que desaprendeu
tudo. Não desista e acredite no seu trabalho e no potencial dessa criança.
4- Alguns deficientes intelectuais (mentais ou cognitivos, como queiram) chegam à Escola com carência ou privação cultural, baixa auto-estima e autoconfiança, totalmente dependentes e sem nenhuma iniciativa. Possuem um histórico de rejeição. São defensivos por conta da discriminação que sempre sofreram e por serem vistos, repetidamente. como “incapazes” seja pela sociedade, pela própria família ou pela escola.
5- Já vou avisando: “O
trabalho é árduo. Exige muita paciência, perseverança e tempo adicional para confecção de materiais
apropriados”. Mas, os resultados são surpreendentes e recompensadores a longo prazo. Cada professor trabalha um pouco com esta criança e ela retribui com esforço, dedicação e superação de seus
próprios limites. Portanto, jamais os compare com outras crianças, nem mesmo
com outros deficientes. Não exija deles algo que não podem oferecer. Ser
deficiente não é doença, mas um estado, Um estado do qual não tiveram outra
opção.
Estas dicas valem para
qualquer síndrome da deficiência intelectual e para os diferentes graus de
retardo.
Adorei as dicas, sou mãe de uma menina de 15 anos e portadora de DI, valeu Thais.
ResponderExcluirParabéns pelo Blog,
ResponderExcluirSou professora alfabetizadora, trabalho com alunos DI ha 30 anos. elaborei uma proposta de alfabetização para pessoas com dificuldade de aprendizagem e deficiência intelectual, gostaria de postar no seu blog. Para conhecer o trabalho acesse : desafios do aprender alfabetização.
abraço
Claudia
Olá, Claudia. Entrei no seu blog e também gostei do que vi. Se quiser enviar algum material, envie para o contato onde está o título do blog. Posto e com seus merecidos créditos.
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