Muitos
dos movimentos que fazemos no cotidiano (andar, dirigir, escrever) são
automáticos. O responsável pelos nossos automatismos é o "núcleo de base”, uma estrutura
cerebral pequeníssima, localizada na parte mais interna do cérebro e formada por
um conjunto de nervos muito sensíveis.
Falar
também é um movimento automático. Um movimento que exige uma série de
articulações que precisam de constante controle da musculatura e das
articulações e ajustes e reajustes da força muscular empregada. Para que a
linguagem seja fluente tudo deve estar muito bem sincronizado.
Quando
existe uma falha nessa sincronia surgem os distúrbios de linguagem. Um deles é
a GAGUEIRA, um distúrbio neurológico, hereditário, constante e persistente. O sintoma
principal é a repetição de um determinado som ou sílaba prejudicando a fluência
da linguagem. Por que o sujeito faz essas repetições?
Um
exemplo claro, é o de uma impressora. Selecionamos um arquivo a ser impresso e
marcamos a quantidade de cópias desejadas (comando). A impressora inicia seu
trabalho, mas nesse momento ocorre um erro, seja de comando ou de leitura. E,
além das cópias desejadas, a máquina imprime inúmeras outras a mais e sem
necessidade.
Percebido o erro, tentamos interrompê-lo e clicamos no botão de “cancelar a impressão”. Mas, não obtemos sucesso. E ela continua imprimindo até que o computador corrija automaticamente ou... que desliguemos o aparelho. Quem já passou por isso sabe muito bem como é chato e o nervoso que dá, não é mesmo?
Percebido o erro, tentamos interrompê-lo e clicamos no botão de “cancelar a impressão”. Mas, não obtemos sucesso. E ela continua imprimindo até que o computador corrija automaticamente ou... que desliguemos o aparelho. Quem já passou por isso sabe muito bem como é chato e o nervoso que dá, não é mesmo?
Na
gagueira, acontece a mesma coisa. O núcleo de base dá o comando de uma
sequência de movimentos que devem ser realizados para a emissão de uma palavra.
Surge então o erro e, com ele, a repetição do último comando registrado. Os
sujeitos gagos querem prosseguir na emissão de seu pensamento, mas ficam presos até
que o cérebro consiga gerar o comando necessário para dar prosseguimento.
Os
sintomas da gagueira diferem de um sujeito para outro. Nem todos repetem o mesmo
som ou sílaba, nem todos apresentam problemas respiratórios e nem todos fazem
meneios corporais. Por isso, a gagueira é considerada um distúrbio de fluência
de linguagem complexo e sui generis, pois depende da região onde o erro motor
se manifesta.
Se
o erro for na boca, afeta os músculos que formam a cavidade bucal e a língua. O
erro motor prejudica as articulações dessa região. Se o erro for na região
cervical (pescoço e boca) prejudica não só as articulações da boca, mas também
a respiração e a deglutição. Se estiver no corpo todo, além das repetições
ocorrem meneios de cabeça e de braços.
A
gagueira é um distúrbio que surge na infância e acompanha o sujeito por toda a
vida. No entanto, quando detectado, avaliado e tratado precocemente obtém-se
excelentes resultados.
A
observação de como a criança fala é essencial para qualquer diagnóstico em
todas as etapas. Mas, com relação à gagueira, essa observação deve ser mais
intensa a partir dos 4 ou 5 anos porque, nesta idade, a criança já deve ter
adquirido os principais sons de nossa língua.
É
importante que essa observação seja feita em várias situações:
a)
enquanto a criança brinca (porque brincar é uma atividade livre de pressões, portanto,
mais relaxante);
b)
se acontece em todos os lugares ou em lugares específicos;
c)
que som ou sílaba são repetidos.
De
posse desses dados, procurar imediatamente um (a) fonoaudiólogo (a). E na
dúvida, é melhor prevenir do que remediar.
GAGUEIRA
NÃO É ENGRAÇADO! É UM PROBLEMA SÉRIO E TEM TRATAMENTO.
Amei, Sueli. Você explica muito bem. Observo que você só pontuou a gagueira hereditária, mas tem a gagueira gerada por conflitos psicológicos, as quais são temporárias, não tem?
ResponderExcluirAbraços!
Tem sim, Terezinha. Mas, uma coisa de cada vez. Obrigada pelo comentário.
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