Para
que um bebê saia da posição deitado (horizontalidade) dos primeiros meses e
fique em pé (verticalidade), posição própria da espécie humana, necessita de
outros processos que se desenvolvem em paralelo e em conjunto com o
desenvolvimento do sistema motor.
Na
parte estrutural temos o sistema ósseo, o sistema muscular e o sistema nervoso.
O
sistema ósseo constitui o alicerce do corpo humano. O esqueleto é quem nos
permite a posição ereta e vertical. Por isso, precisam ser rijos e fortes. As
células que os compõem precisam absorver o cálcio contido nos alimentos. Quando
isto não acontece ficam frágeis e quebradiços e podem atrasar ou impedir o
desenvolvimento motor.
Os
músculos recheiam o corpo e são os grandes responsáveis pelos movimentos.
Presos aos ossos por meio de nervos, tendões, cartilagens e articulações devem
exercer plenamente sua função tônica, ou seja, serem capazes de contrair e
relaxar quando preciso. São eles também os grandes responsáveis pela posição
vertical e pelo equilíbrio ao andar (modulação anti-gravídica). Do trabalho dos
músculos dependem a harmonia, a automatização e a voluntariedade dos
movimentos.
Para
que se tenha ideia da importância dos músculos, o corpo humano possui 639 pares
deles. Desse total, 47 pares destinam-se ás funções neurovegetativas que
garantem a sobrevivência dos seres. Os 582 pares restantes são responsáveis
pelo equilíbrio nas diversas posturas que os corpos assumem, na ação e na
coordenação dos movimentos para que sejam leves, harmoniosos e coordenados.
Qualquer problema relacionado a eles, os movimentos se tornam endurecidos e
descoordenados.
Nervos,
tendões, capilares nervosos, cartilagens e articulações compõem o sistema de
enervação muscular. Eles partem do Sistema Nervoso Central e entram na
musculatura levando informações e trazendo respostas cerebrais (sensibilidade
corporal) para que os movimentos se realizem.
Depende
ainda do sistema circulatório. Ossos, músculos e enervações devem receber boa
quantidade de sangue constantemente, pois este é o meio de oxigenação e
alimentação das células que os compõem.
Mas,
toda esta estrutura depende ainda da participação de outros sistemas que devem
ser desenvolvidos em paralelo. O tato que, espalhado por todo o corpo através
da pele, nos coloca em contato com o mundo exterior. Sua função é a de receber
estímulos e enviar informações ao cérebro. O tato é responsável pela
orientação, localização, identificação e discriminação do corpo nos diferentes
ambientes. Da visão depende a excitação ou a inibição dos movimentos diante de
um obstáculo, da sequência dos movimentos, da identificação e da discriminação
do corpo com relação aos objetos do ambiente. A audição também exerce um papel
importante, garantindo o equilíbrio do corpo além da orientação, localização,
identificação e discriminação do ambiente através dos sons.
Do
sistema vestibular (comandado pelo cérebro) depende a orientação e por
endireitar o corpo garante nos diferentes movimentos que realizamos garantindo
a verticalidade e o equilíbrio. Ele também é responsável pelos movimentos
realizados pelos olhos.
As
conquistas motoras, elencadas no artigo anterior, dependem deste trabalho em
equipe. Dessa forma, qualquer atraso de cada uma das etapas, dão indício de que
algo não vai bem e merece investigação. São muitos os sistemas a serem
investigados e quanto mais precoce for a identificação da causa (ou das causas)
desse atraso, menores serão os efeitos sobre o sistema motor.
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