Responda
a esta questão: Você pensa
em que movimentos deve fazer para realizar as tarefas abaixo?
Com
certeza, você respondeu que não. Na verdade, ninguém pensa nesses movimentos. Simplesmente,
faz automaticamente. Por que isto acontece?
Ficar
em pé garante a todos os seres humanos uma imensa gama de possibilidades de
ação e de locomoção. Obtemos uma liberdade que nos permite explorar o corpo e o
ambiente de todas as maneiras possíveis e imaginárias.
Observando
os movimentos realizados por um bebê podemos entender melhor essa liberdade. Na
fase deitado, o bebê é totalmente dependente. Ao sentar, seu ângulo de visão
muda e os objetos do ambiente passam a despertar mais sua atenção, razão pela
qual dá início a um trabalho de exploração dos objetos próximos. Ao engatinhar,
o ângulo visual muda novamente e com mais familiaridade da locomoção permite a
exploração de objetos mais distantes.
Mas,
ao ficar em pé, tudo muda mais ainda. Já não precisa dos braços para apoiar o corpo. As
pernas obedecem aos comandos cerebrais e a locomoção se torna mais fácil. O
ângulo de visão se adapta à nova realidade permitindo uma nova exploração dos
objetos próximos e distantes, ir até eles e voltar ao ponto de partida. E a
palavra mágica é APRENDER.
O
bebê aprende que seu corpo é flexível e explora isso. Abaixa, levantar, sobe,
desce, esbarra nos objetos e aprende a desviar deles. Explora ainda diferentes
visões de mundo: deita-se de costas, de barriga, de lado, rola pelo chão, olha
por entre as pernas e de outras formas bastante engraçadinhas. Além de enxergar
o mundo de modos diferentes está ampliando os conhecimentos do seu campo de
visão também.
Ao
manipular objetos aprende que nem todos os objetos são iguais, nem tem a mesma
textura, nem a mesma forma, nem o mesmo peso. E aprende a usar a força muscular
e a distância adequada para cada objeto. Por meio dos ruídos, aprende a
distinguir as distâncias entre os objetos e seu corpo. É a audição presente.
Andar
é uma aprendizagem que implica numa série de movimentos orientados,
posicionados e equilibrados.
Todas
as aprendizagens começam tímidas, desajeitadas, inseguras e sempre estão
sujeitas a erros. Os erros do bebê resultam em quedas. Por não temê-las, logo
se levantam e retomam o movimento. E aqui entra uma outra palavra mágica:
REPETIÇÃO. Andar, cair e levantar é um jogo divertido para o bebê.
A repetição de um movimento
acelera o aprendizado e aprimora os comandos dos movimentos. Chamamos a isto de
hábito. Esse aprimoramento ainda não é totalmente isento de erros. Repeti-los continuadamente
é necessário e importante. É
quando entra a última palavra mágica: a PRÁTICA. Com o tempo e a repetição, o hábito se
transforma em habilidade: a prática.
A prática significa
que as funções cerebrais, vestibulares e motoras já conseguem dar respostas
imediatas e eficientes mediante a visão de um objeto. Os movimentos seguem uma
sequência prevista e organizada. Por isso, não precisamos pensar no que fazer. Isto
não acontece apenas com os bebês, mas com todas as pessoas e o tempo todo.
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