DISGRAFIA é a letra “feia”, irregular e ilegível. As letras saem ora grandes, ora
pequenas na mesma palavra, com agrupamentos de letras sem que se possa
distinguir quais são e misturam maiúsculas e minúsculas numa mesma palavra.
O traço pode ser tão forte que deixam marcas na folha ou tão fraco, que parece que
não há nada escrito. Geralmente, não respeitam as margens ou não usam a linha
como orientador. Param bem antes do final da linha ou amontoam várias letras no
final dela. Alguns disgráficos deixam um espaço muito grande entre as palavras
ou emendam uma na outra como se fossem uma só palavra. Podem escrever palavras
faltando sílabas, pará-las no meio ou acrescentar sílabas desnecessárias. Por
isso, muitos autores insistem em dizer que a disgrafia decorre de um
comprometimento intelectual denominado “disortografia”. Mas, sabe-se também que
a disgrafia pode aparecer em aprendizes que não possuem esse comprometimento.
Muitas
retocam as letras com várias passadas do lápis, as letras mais alongadas como o
b, d, f, g, h, k, l e t tem suas hastes encurtadas, malfeitas dando a impressão
de que estão atrofiadas; invertem a ordem do traçado dessas letras e números
com movimentos contrários ao natura da escrita.
Os
disgráficos são crianças que escrevem de forma lenta. E essa lentidão é devido
ao tempo que gasta tentando lembrar como é a forma ou o traçado das letras que
pretende usar. E, nessa tentativa de lembranças, acaba tornando-a numa escrita
ilegível, porque usa uma forma inadequada de escrita. O que pode levar a
confundir com “dislexia”.
Estas
características não são isoladas, mas aparecem num conjunto. Pode acontecer que
um ou outro item não entre nesse conjunto. Por isso, podemos dizer que variam
de um disgráfico para outro.
TIPOS
DE DISGRAFIA
As
causas da disgrafia podem ser: motora ou de percepção.
A
DISGRAFIA MOTORA (também chamada de “discaligrafia”) ocorre quando a criança
fala e lê bem, mas encontra dificuldade na coordenação motora fina para
escrever as letras, números, palavras ou frases. Em outras palavras, o
disgráfico vêm a figura gráfica e a reconhecem, mas não conseguem realizar os
movimentos da escrita de forma adequada. Neste caso, isto acontece por um
problema neuromuscular.
Na DISGRAFIA PERCEPTIVA, a pessoa não consegue relacionar o que ouvem (som das
letras, sílabas, palavras, frases) com a grafia que os representa. As disgrafias
perceptivas são, na maioria dos casos, confundidos com “disléxia”. E, neste
caso, elas acontecem por um distúrbio perceptivo.
Muitos
professores ao verificar que um aprendiz tem letra feia, logo pede para fazer
caligrafia. O caderno de caligrafia não resolverá o problema neuromotor, nem o
problema de percepção.
A
primeira providência de pais e professores é encaminhar o aprendiz para um
psicopedagogo. O tratamento requer uma estimulação linguística global,
atendimento individualizado e complementar ao trabalho escolar. Também faz
parte desse trabalho, a conscientização do problema que o aprendiz possui.
Pais
e professores não devem criticar ou repreender o aprendiz por causa de sua
letra, mas reforçar, de forma positiva, cada conquista que realizada. As
avaliações devem priorizar a expressão oral, evitando assim a forma escrita. Ao
corrigir tarefas, livros, cadernos, trabalhos e provas, o professor deverá
evitar marcar os erros com canetas vermelhas.