Muitas vezes, os problemas motores causam
problemas para a escrita convencional e, muitas vezes, tornando-a impossível. Não
há necessidade de pressa ou ficar angustiado porque a criança com PC não
consegue escrever da maneira convencional.
E independente de nossas crenças,
conceitos e preconceitos a respeito da Paralisia Cerebral, é preciso tentar alguma
coisa, visto que pessoas nessas condições tem sonhos e desejo de aprender.
À medida em que trabalhamos com alunos com
Paralisia Cerebral vamos percebendo as possibilidades que eles apresentam. E,
se não podem escrever, podem fazer alguma outra coisa.
LIGAR é uma alternativa, como vimos anteriormente.
Porém se usarmos apenas esta alternativa para tudo, se tornará monótona e
passamos para essa criança que ela só pode fazer isso. Por isso, é preciso experimentar
novas formas. Se der certo, ótimo. Se não der, procuramos outras para alternar
nas atividades.
Uma outra forma é “CIRCULAR” figuras,
palavras, sílabas, letras e números. Eu tentei com o garoto que atendo, mas não
deu certo. Por isso, peço que faça uma “MARCA” que saiba fazer. Essa “marca” pode ser um risco, uma
tentativa de círculo, um quadrado, um (X) ou outra coisa qualquer.
Se a Paralisia Cerebral for “espástica” os
movimentos são descoordenados e quando inicia um movimento, a “espasticidade”
faz com que os traços desviem da rota e fiquem sem rumo e trêmulas. Por mais
que a criança insista em voltar para o movimento iniciado, não conseguem
dominar os movimentos. É preciso que se entenda que cada criança com Paralisia
Cerebral, ou outra dentre as inúmeras “síndromes” existentes, apresentam possibilidades
diferentes devido ao tipo de comorbidade que apresentam e a (s) área (a) que envolvem.
Se a criança não pode escrever, como a
maioria das crianças, podem “MONTAGEM DE PALAVRAS” com o alfabeto móvel ou com materiais
alternativos. Este tipo é bom porque podemos trabalhar a sequência de letras
existentes numa palavra ou sílaba. Podemos trabalhar também a leitura das
palavras formadas, mesmo que a leitura seja lenta e pensada do tipo B + A = BA.
Usando essa forma de escrita, podemos
ainda trabalhar o número de letras e sílabas que a palavra formada tem. Podemos
ainda trabalhar a separação e a junção de sílabas, incluindo a leitura.
Com as sílabas aprendidas podemos formar
pequenos cartões que servem para formar novas palavras.
Se a criança colocar letras que formam palavras
sem sentido ou sem significado, nos dá a chance de explicarmos o porquê isso
não deve ser feito. Exercícios como este facilita a visualização a diferença na
quantidade de letras que as sílabas podem ter. E se não perceberem sozinhos,
podemos chamar a atenção da criança para elas.
Com esse material, podemos mostrar como
fica a separação de sílabas. Se não conseguem perceber sozinhos, podemos chamar
a atenção para a observação das letras existentes em cada pedaço.
Com o mesmo material podemos trabalhar as
sílabas iniciais de palavras, para que compreendam de modo concreto que outras
palavras podem começar com a mesma sílaba. O mesmo pode acontecer com palavras
que terminam com a mesma sílaba.
Mas
podemos avançar e tornar mais dinâmica o aprendizado. Com uma “COLAGEM” podemos
trabalhar vários exercícios que passamos no quadro para a maioria das crianças,
como completar palavras com letras ou sílabas e completar frases com palavras
inteiras.
Vejam:
1- Nomeando figuras
2- Ler a palavra e encontrar a figura
correspondente e colar no lugar correto.
3- Completando as palavras com as
sílabas que
faltam.
4- Completando frases com palavras sugeridas
por desenho ou figura.
Como registrar as questões matemáticas?
Aguardem a próxima postagem