É comum pais e professores acreditarem que
crianças e adolescentes com Paralisia Cerebral e sérios problemas motores não
consigam aprender os conteúdos escolares. Por essa razão, esses estudantes
passam horas sem fazer nada. Essa crença é mito e todos podem aprender respeitando-se
sua forma de aprender e suas limitações.
A primeira coisa que
precisamos saber é esse aluno sabe e se consegue “CONTAR”. E se não souber, temos
aqui o ponto de partida. O garoto que atendo, afirmava que só sabia contar e
reconhecer os números até 10. E para
verificar a veracidade dessa informação, coloquei grupos diferentes de
quantidades para que contasse, identificasse os numerais e os colasse a
resposta no lugar indicado em cada grupo.
Diante da certeza de que ele conseguia contar, parti para novos
conhecimentos. O conhecimento do “onze”.
Primeiro, fiz com que contasse 10 tampinhas de refrigerante e colocá-las
num saco plástico pequeno. E para que visualizasse a quantidade simbolicamente
escrevi o numeral correspondente. Montei e desmontei várias vezes. Só então,
coloquei mais uma tampinho e falei o nome “ONZE”.
Feito
isso, verifiquei se ele conseguia juntar os conjuntos apresentados e reconhecer
os numerais. Bastou olhar para ir contando
e disse ao terminar: Dá 6. Elogiei-o por isso. Espalhei os numerais
sobre o caderno e pedi que mostrasse qual era o “6”. Ele apontou corretamente.
Peguei o cartão escrito com o 6, passei cola, e entreguei a ele para que
colasse no lugar correto. E ele fez direitinho.
No atendimento seguinte, revimos o 10 e o
11 e partimos para quantidade maiores: 12, 13, 14 e 15. Sempre procedendo da
mesma maneira.
Ele contou, apontou o numeral e procedemos
a colagem dos numerais.
FAZENDO CONTAS
Na folha seguinte mais algumas continhas de adição com quantidades maiores (do 9 a 15).
NOÇÃO DE ANTES E DEPOIS
Aproveitei os numerais para
trabalhar essas noções, usando os numerais de 10 a 15 que foram trabalhados.
Fizemos isso usando o reconhecimento dos numerais e da colagem (os que tem a
borda mais escura para destacar o trabalho dele).
Aproveitei a oportunidade para
trabalhar essa noção para completar as séries a) de 1 a 10 e b) de 10 a 15, colocando
um tracinho indicando os que estavam faltando, do mesmo jeito como fazemos na
lousa.
Ele percebeu o número faltante, reconheceu os números colocados sobre o caderno, e colou-os no caderno como se vê na foto.
Espero que aproveitem estas ideias. Continuamos com
mais ideias na próxima postagem.