Fantasiar
faz parte do mundo infantil. É por meio das fantasias que as crianças pequenas
se desenvolvem, compreendem o mundo à sua volta e resolvem suas questões
internas.
Para
os adultos, as brincadeiras infantis são meros passatempos. Estudos científicos
comprovam que a atividade de brincar é coisa séria para elas. Mesmo se
divertindo, elas recriam o mundo real da forma como o entendem. Os personagens
que criam ou repetem (sendo os dos desenhos que assiste ou dos contos de fadas)
são importantíssimos não só para a educação dela como para a criação de valores
morais, sociais e do que virá a ser a personalidade delas quando os pais sabem
aproveitá-los.
Vivenciar
o mundo fantástico é algo natural e a interferência dos adultos nesse quesito
pode ajudar ou atrapalhar o bom desenvolvimento da criança. Brincar de
faz-de-conta é bom porque além de eliminar muitos medos e trabalhar suas
emoções tornam as crianças mais criativas e inventivas na solução de seus
próprios problemas, de problemas criados por outros ou pela vida.
Muitos
pais preferem educá-las na realidade com receio de que tenham uma visão
distorcida da vida. No entanto, viver apenas a realidade é algo terrível para
elas. Geram mais medos e não aprendem a lidar com suas emoções. Educadas dessa
forma tornam-se pessoas duras e amargas, medrosas, ansiosas e incertas sobre
tudo o que se relaciona ao futuro.
Há
que se prever também nessa questão a grande influência da mídia em todas as
suas formas. O interesse comercial com relação a determinados personagens é
grande e geram uma série de estratégias de marketing onde os personagens dos
desenhos ou dos contos de fada estão presentes em diversos produtos como
roupas, brinquedos, fantasias, materiais escolares durante o ano todo. E, em
especial, na Páscoa (os ovos de chocolate) e no Natal (na figura do Papai
Noel).
E
que mal há em que as crianças acreditem na figura do “bom velhinho”?
parte 1
parte 2
Papai
Noel é uma história lendária e secular, que desenvolve nas crianças a generosidade,
o compartilhar, o amor e o respeito aos outros (principalmente aos menos
favorecidos pela sorte), a compaixão entre outras tantas coisas boas que ele
traz. Quanto a ser explorado pela mídia, sua figura equivale a exploração de
tantos outros personagens que aderimos e incentivamos sem questionar. Por que
impedimos que essa figura se instale como fantasia?
Já
vi e continuo vendo muitas crianças acreditarem que são príncipes, princesas,
super-heróis. Mas nunca vi nenhuma criança acreditar e querer ser o Papai Noel,
nem agir como ele.
Mesmo
impedindo a criança vivenciar o “espírito do Natal” e “curtir o Papai Noel”, as
famílias lotam as lojas e se engalfinham para conseguir os presentes para elas.
Por que será?
Estudos
também revelam toda fantasia tem um tempo de duração na vida das crianças. E a
realidade se instalará na época adequada e correta para cada criança e sem
traumas. Mas depende de como o adulto encara as fantasias infantis.
Há
ainda quem não comemore o Natal, justificando que a data do nascimento de
Cristo não é essa e que o dia 25 de dezembro é apenas uma convenção. Por que
então comemoram os aniversários de cada membro da família com bolos, festas
(algumas luxuosas) e presentes? Só por que há um documento escrito e uma data?
Há
2017 anos atrás, ninguém se preocupava com isso. Nasciam e pronto. Apenas de
tempos em tempos, o povo era chamado para contagem (senso) da
população. E para que este senso fosse realizado, as pessoas tinham que
se deslocar da localidade onde viviam para a localidade onde haviam nascido. E
for falta desses documento escrito e dia registrado num papel estabeleceu-se
essa data (que poderia ser outro dia qualquer do nosso calendário) para
comemorar o nascimento de Jesus. É uma convenção? Sim, é. E daí? O importante
não é lembrar, de ser generoso e preocupado com os demais?
Aos
pais preocupados com estas questões há algumas coisas a fazer:
1-Refletir com
as crianças sobre a moral das histórias que assiste ou ouvem e tirar delas o
melhor de cada uma, servindo de aprendizado para a vida.
2- Deixar que a
criança fantasie e serem o que quiserem somente enquanto brincam. Nada de levar
essa fantasia para a casa dos avós ou em outros lugares como na escola (a menos
que seja permitido), nas igrejas, clubes e outros passeios.
3- Os limites entre
as brincadeiras e tarefas que as crianças precisam cumprir devem ser colocados pelos
pais e respeitados pelas crianças.
Nenhum comentário:
Postar um comentário