Há algum tempo atrás falamos sobre os vários tipos de deficiências intelectuais. No entanto, faltou um transtorno a ser dito: o do Transtorno do Espectro Autista. Não porque não quiséssemos falar dele, mas porque outros assuntos se tornaram prioridades no momento. Mas agora chegou a oportunidade.
QUE TRANSTORNO É ESSE?
O transtorno do espectro autista (mais conhecido como “autismo”)
é uma disfunção do desenvolvimento humano. Inicia na infância (até os 3 anos de
idade) e se caracteriza por haver um déficit na comunicação, nas interações
sociais e no comportamento.
Na maioria dos casos, a criança nasce bem e começa a se
desenvolver normalmente. De repente, a criança deixa de se comunicar e
interagir com as pessoas ao seu redor. Seu comportamento muda: fica mais
quieta, parece absorta. Deixa de atender ou se virar quando é chamada, perde o
interesse por coisas que antes a deixava ativa, restringe as atividades e passa
a usar movimentos repetitivos. Para uns, esta mudança ocorre entre um ano a
dois de idade é mais difíceis de ser observado ou de ser diagnosticado. Para
outros, entre os dois e três anos.
Muitos autistas podem apresentar problemas de fala (uns falam
e outros não), dificuldade em expressar seus pensamentos e/ou sentimentos,
sentir mal-estar por se ver cercado por outras pessoas (crianças ou adultos),
ter dificuldade em olhar nos olhos das pessoas e apresentar movimentos
estranhos e incomuns constantes e repetitivos.
Há outros comportamentos que são mais variados e dependem de
cada criança. Por exemplo, gostar de ficar observando objetos que fazem
movimentos giratórios, gostar de todo tipo de animais, inclusive dos peçonhentos,
sentir pavor de vegetais como folhas e todas as espécies de plantas, de subir
ou descer escadas, sentir-se mal com ruídos fortes e entre outros.
Em contrapartida, outros encontram uma enorme facilidade para
memorizar números, palavras, marcas de carros ou qualquer outra coisa. Porém, todas
estas habilidades são bastante estranhas e incomuns, em comparação com outras crianças
da mesma idade.
Normalmente, as pessoas acreditam ou pensam que os autistas
não estabelecem vínculos afetivos duradouros com pessoas, mas fazem sim. Só que
não são com todas as pessoas, mas com aquelas que eles se sentem bem, se sentem
respeitados, que deixam eles serem mais independentes do que aqueles que querem
que sigam as regras convencionais. Mas principalmente em quem lhes inspiram
confiança. Exemplifico. Não adianta querer que os autistas fiquem sentados na sala
de aula, prestando atenção e fazendo as tarefas. Eles até podem ficar por
alguns minutos, mas logo precisam levantar ou sair da sala, dar uma caminhada.
Depois voltam, fazem alguma coisa e tornam a sair.
O grau de afetividade dos autistas é considerado
satisfatório. E para isso, precisam ser estimulados e orientados desde a
descoberta do autismo. Porém, do mesmo jeito que se apegam, o esquecimento também
é rápido.
Os autistas pré-adolescentes ou adolescentes manifestam
interesse pela sexualidade devido aos hormônios e as mudanças corporais da
mesma forma que ocorre com os não autistas, porque a biologia corporal segue
seu curso, independente do fato de serem autistas. É preciso ensinar como flertar,
paquerar e namorar. Explicar sobre o namoro, casamento, família e filhos e as implicações
que essas coisas trazem para o casal, como por exemplo, a vida do casal,
momento de terem filhos, custos, aleitamento, mudanças corporais durante a
gravidez, comportamento dos pais etc.
Todos nós passamos por isso. E nossos
pais ou alguém de confiança nos dá ou deu essas explicações. Se não temos ninguém por
perto, podemos pesquisar num livro ou na Internet para obtermos uma resposta. Com os
autistas é diferente, por terem mentes mais literais e concretas. É preciso que
essas explicações sejam dadas por alguém em quem eles confiem muito
(geralmente, os pais). E do seu jeitinho de serem, vão assimilando aos poucos e
superando o problema.
Desses conhecimentos é que surgem: o amadurecimento emocional
e a autoestima. O amadurecimento emocional é essencial para um relacionamento
duradouro tanto para os autistas como para os não autistas.
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