Em primeiro lugar, é preciso informar que o autismo não tem cura. Ou seja, uma vez autista, continuará sendo pelo resto da vida. Geralmente, os autistas são observados pelas famílias, familiares e professores, possibilitando serem diagnosticados entre os 3 a 5 anos. No entanto, esta não é uma regra fixa, pois muitos outros são diagnosticados bem mais tarde como na puberdade, adolescência ou na idade adulta, já que esse transtorno está em todas as fases da vida. O que ocorre é que, quanto mais precoce for o diagnóstico, melhor será a qualidade de vida desse sujeito.
Os sujeitos diagnosticados como autistas possuem
características comuns a todos os graus e níveis pelos quais o diagnóstico é
realizado. As principais características do autismo são: dificuldades na
interação social, na comunicação e no comportamento. Mas como saber isso para
observar?
1) DIFICULDADES NA INTERAÇÃO
SOCIAL
Entende-se por interação social todas as formas como as pessoas se relacionam umas com as outras e como elas agem entre si. Lembrando sempre que é uma condição do espectro e não como um ato voluntário, os autistas encontram dificuldades nesse relacionamento e na interação. Uns encontram mais dificuldades que outros e não se encontra dois autistas que ajam da mesma maneira. Portanto, afirmar que cada autista é único em sua forma de ser e agir, é verdadeiro.
As características mais gerais
são:
a) mostram-se indiferentes às
pessoas, mesmo estando em meio a elas. É como se ignorassem a presença das
pessoas ao seu redor. Os autistas, na maioria das vezes, parecem não perceber
que existem pessoas à sua volta. Obs: os de grau leve são mais sociáveis, se
relacionam e interagem com os outros de forma mais adequada.
b) parecem não perceber ou não se
incomodar com os sentimentos das pessoas, como por exemplo: se estão tristes,
alegres, bravos, doentes etc.
c) evitam o contato visual com as
pessoas, porque quando as pessoas forçam este tipo de olhar, os autistas se
sentem ameaçados e invadidos.
d) passam muito tempo sozinhos
(isolamento) como se estivessem absorvidos por algum pensamento. Ou se afastam
quando estão em um grupo. Um bom jeito de contornar esta situação é olhar para
a ponta do nariz deles.
e) brincam sós e sempre com as
mesmas coisas, sejam elas brinquedos ou um objeto qualquer (coisas que giram,
espelhos, animais etc). E com eles passam muitas horas (hiperfoco). Um fato
interessante é que, quando um objeto sai do seu campo visual, os autistas não
os procuram. É como se deixassem de existir.
2) DIFICULDADES NO COMPORTAMENTO
Além do isolamento que também é
um tipo de comportamento, os autistas podem:
a) se batem ou esbarram em alguém
acidentalmente, não pedem desculpas, porque não conseguem perceber as regras
sociais.
b) rirem ou repetem palavras e frases
inadequadas e/ou improprias em momentos inoportunos, como por exemplo,
gargalhar num velório ou xingar e/ou ofender pessoas desconhecidas.
c) demonstram não sentir dor, nem
sentir frio, fome/sede e saciedade, por não saber identificá-los. Por isso,
tiram a roupa e andam descalços, mesmo em dias muito frios. Ex: fazem isso em
qualquer lugar e em público.
d) demonstram não terem medo de
situações perigosas. Como exemplos, pulam de escadas altas, sobem e descem com
agilidade em lugares altos, enfrentam animais perigosos e peçonhentos. Em
contrapartida, a maioria teme coisas que são inofensivas, como folhas de uma
planta, de um bibelô que enfeita sua casa ou um objeto de uma determinada cor.
e) apesar do “hiperfoco” (capacidade
de se manter concentrado por longos períodos de tempo), os autistas encontram
dificuldade em manter a concentração em tarefas simples. E, em geral, essas
tarefas não são terminadas.
f) agem como surdos quando
chamados pelo nome.
g) na maioria dos casos são
calmos, mas teimosos. Porém, diante de algumas situações (sensibilidade a
ruídos, luzes fortes e a mudanças inesperadas na sua rotina) podem ter acessos
de raiva e se tornarem agressivos.
h) a maioria dos autistas
apresentam movimentos motores estereotipados (estranhos). Esses movimentos são
reflexos, inconscientes, involuntários e repetidos com uma certa frequência.
Portanto, impossível de ser controlado. Estes movimentos diferem de um autista
para o outro e não importa o grau.
São movimentos que nada tem a ver
com expressões de alegria, tristeza, raiva ou outro sentimento qualquer, mas
que chamam a atenção de qualquer observador.
3) DIFICULDADES NA COMUNICAÇÂO
a) Os de grau severo não falam, embora ouçam. Os de grau médio falam com dificuldade, geralmente com uma palavra e frase com duas ou três palavras. Os de grau leve falam com certa fluência, fazem uso de frases inteiras e com sentido. Mas todos encontram grande dificuldade em expressarem seus sentimentos por gestos ou pela própria fala. Pouco falam de si mesmos.
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