A educação da criança na primeira infância (0 a 6 anos) é
essencial para sua vida futura e deve ter início desde os primeiros dias de
vida. É um tipo de educação que não exige dia, hora ou momento específico para
acontecer, mas que deve ser constante e perseverante.
Este tipo educativo é da responsabilidade de pai e de mãe. É
função dos pais atuar sobre sua prole nos seguintes itens: 1- função
adaptativa; 2- psicomotricidade; 3- consciência fonológica e 4- interação
social.
a) FUNÇÃO ADAPTATIVA
O termo “função adaptativa” é usado em duas vertentes distintas:
a primeira numa vertente neurológica e a segunda em relação ao ambiente em que
vivemos.
A função adaptativa
neurológica fala do desenvolvimento do
CÉREBRO, órgão que controla tudo, e que tem como função é coordenar e regular
todas as atividades do nosso corpo para que venhamos a ter uma vida ampla e
saudável. SISTEMA NERVOSO CENTRAL (SNC),
principal auxiliar do cérebro, tem como função captar informações do ambiente e
levar até o cérebro e deste, levar respostas motoras a todas as partes e órgãos
do organismo. Exemplo disso, é quando encostamos a mão em um objeto quente e a
retiramos imediatamente. Todo este processo é muito rápido (cerca de 300 a
400 gramas. E vai aumentando até chegar ao normal à medida que vai crescendo.
Só para se ter uma ideia, o cérebro do bebê ao
nascer tem cerca de um quanto do tamanho e peso do cérebro de seus pais ou de
qualquer outro adulto. Embora o cérebro tenha uma predisposição genética
para se desenvolver, é preciso que os pais colaborem para que o bebê se
desenvolva a contento.
Nos primeiros 3 meses de vida, todas as ações do
bebê são reflexas. Isto significa que os movimentos de mãos e pés, o ato de
sugar durante as mamadas, defecar, urinar, chorar, acordar e dormir são atos
que não dependem da vontade do pequeno ser. Aliás, ele nem sabe que pode fazer
isso e muito mais.
A função adaptativa em
relação ao ambiente tem a ver com o que ocorre com o bebê após a saída da
maternidade. Mãe e bebê devem se adaptar a nova situação: a rotina da casa.
Desde a gestação, o bebê vive num ambiente aquoso e com uma
temperatura adequada e constante. A medida que foi se desenvolvendo dentro do
útero, seu espaço ficou cada vez mais apertado, cheiro de ruídos provenientes
do organismo da mãe e num ambiente completamente escuro. Porém, ao nascer o
bebê encontra um mundo bastante diferente: espaço ilimitado, uma temperatura
inconstante, muita claridade e ruídos muito abaixo do que estava acostumado a
ouvir. E precisa se adaptar a tudo isto.
COMO OS PAIS PODEM AJUDAR?
Saiba que quando os pais atuam na adaptação do ambiente, automaticamente
estão atuando na adaptação neurológica. Suprir as necessidades de alimentação,
higiene e outros cuidados com o recém-nascido faz parte dessa adaptação.
Mas em relação ao ambiente, os pais podem ajudar e muito para
que essa transição aconteça. Vejamos alguns pontos importantes, segundo o pediatra Harry Zehnwirth, dos EUA que
afirma que: se nos primeiros meses “recriarmos
a situação em que ele vivia, os pais vão ajudá-lo nessa transição e acalmá-lo”
a adaptação ao ambiente será facilitada.
ADAPTAÇÃO DOS RECÉM-NASCIDOS
1- TATO: O útero é um espaço muito limitado e a pele do bebê
estava em constante contato com as paredes desse órgão. Dessa forma:
a) Os pais devem manter o bebê “embrulhadinho” (como faziam nossas avós e bisavós).
b) Aproveitar os horários das mamadas para acariciá-lo e a
hora do banho para massageá-lo por 10 minutos diários. Isto fará com que
experimente novas sensações. O pai também pode fazê-lo.
2- OLFATO – O útero tem um cheiro característico (perfume
natural) que o bebê identifica como sendo o da mãe. Por mais que possa parecer
incrível, os recém-nascidos apresentam um olfato apurado e a reconhece pelo
cheiro logo após o nascimento.
a) Coloque uma peça de roupa de uso da mãe ou uma fraldinha
com seu “cheirinho” próximo a ele. Se a roupa ou a fralda estiver lavada,
passe-a na região dos seios antes colocar junto a ele. Isto o acalmará. A
partir do segundo mês, o pai poderá fazer o mesmo. Mas não coloque muito perto,
dando um distanciamento de um palmo para evitar o risco de asfixia.
b) Não use perfumes e colônias compradas nas perfumarias
porque as químicas utilizadas em sua fabricação poderão agredir o olfato do
recém-nascido. Já o perfume natural é mais facilmente reconhecido, não
prejudica o bebê e é um calmante natural.
c) Na limpeza do quarto do bebê ou dos locais onde costuma
ficar evite produtos de limpeza a base de amoníaco. Ocorre o mesmo como os
perfumes não naturais.
3- AUDIÇÃO – O primeiro sentido que um embrião desenvolve é a audição a partir da 9ª semana. Ao ir para casa, muitos
país evitam fazer barulho ou evitam que os outros filhos brinquem ou falem
alto. Mas saibam que o silêncio extremo é muito estranho para o recém-nascido,
pois o útero é um órgão muito barulhento e equivale ao de um aspirador de pó.
a) O silêncio exagerado incomoda os recém-nascidos e não os
acalma como muita gente pensa.
b) Haja naturalmente e faça o barulho que for necessário.
c) Converse com seu bebê em tom natural. Leia ou conte
histórias para ele porque ele ouviu sua voz durante toda a gravidez.
d) Músicas também são agradáveis aos ouvidos do bebê. E não
precisam ser somente aquelas suaves, clássicas. Pode colocar aquelas que você
costuma ouvir, sim.
4- VISÃO - A visão começa a se desenvolver por volta de 26 semanas de gravidez. O
útero é um órgão escuro, portanto, iluminação excessiva pode irritar o
recém-nascido. O contato com a luminosidade dever se realizado aos poucos.
Saiba que a visão do recém-nascido ainda não é uma imagem perfeita, mas apenas
um vulto. Ainda assim, em poucos dias, ele reconhece a imagem da mãe e a de um
estranho. A visão do bebê fica completa após o 3º mês de vida. Em quanto isso:
a) Durante o dia, abra apenas uma fresta na janela. A cada semana abra
um pouco mais a cada 15 dias.
b) durante a noite, acenda um abajur com uma luz azul. O abajur deve
ficar longe do berço.
c) Por volta do 2º mês, aproxime o abajur (mais ou menos na metade da
distância) O tom da lâmpada pode ser verde, que é mais clara que a anterior.
d) No 3º mês, aproxime outra metade da distância restante e a luz pode
ser amarela.
e) Após o 4º mês o abajur já pode estar na cabeceira e com luz branca.
f) Quem usar o abajur ajustável, basta ir regulando conforme
o tempo for passando.
5- GUSTAÇÃO - Para esta fase, o melhor alimento é o leite
materno e água (pura ou em forma de chá). Mas não esqueça que dentro do útero,
o bebê consumia os mesmos alimentos que a mãe por meio do líquido amniótico
(água da bolsa). Depois de nascido, o bebê recém-nascido continua se
alimentando do que a mãe come através do leite materno. Diante disso:
a) Evite alimentos muito gordurosos, picantes e apimentados
pois podem causar estranhamento para o bebê.
b) Enquanto amamentar, mantenha uma alimentação saudável e se
possível, a mesma que adotou durante a gravidez.
OUTROS:
a) DORMIR - No útero, não havia dia ou noite. Tudo era uma
coisa só. Por isso, se ele acordar durante a madrugada não fique brava com ele.
Apenas compreenda. Controlar o sono nesta fase não é recomendável.
b) CHUPETA – O recém-nascido já nasce sabendo sugar pelo
reflexo da sucção. Porém, como costumava chupar o dedinho, ele sente falta. A
chupeta substitui o dedinho e o acalma. Porém, segundo especialistas, este
hábito deve ser retirado por volta dos 6 meses, quando começa a introdução das
papinhas.
d) AS FAMOSAS CÓLICAS – É difícil vermos nosso pequenininho
chorando de dor. É um choro irritante e contínuo. Nos dá uma sensação de impotência
diante desse choro, da recusa de mamar, da chupeta ou de outra atitude que se
venha a tomar. Coloque-o no colo de
barriga para baixo ou ofereça um chá e, se não acalmar, procure um médico. MAS NÃO
DÊ REMÉDIO POR CONTA PRÓPRIA ou POR RECOMENDAÇÃO DE ALGUÉM.
Continua com outras idades na próxima postagem.
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