domingo, 1 de maio de 2011

AS REGIÕES CEREBRAIS, A VIDA E AS APRENDIZAGENS

Como vimos anteriormente, o cérebro é formado por dois hemisférios e que são ligados por uma estrutura central, denominada “corpo caloso”.

Na primeira infância (do nascimento até os dois anos) utilizamos mais o hemisfério direito por lidar com questões mais sensoriais. Formam-se então as estruturas que nos capacitam para as primeiras aprendizagens. Enquanto isso, embora já formado e atuante, o hemisfério esquerdo se capacita e se prepara para desempenhar tarefas mais sofisticadas, e uma delas é a aquisição da fala.

Cada hemisfério possui quatro regiões importantes chamadas “lobos”. São eles: o lobo frontal, o lobo parietal, o lobo occipital e o lobo temporal. Cada um é responsável por receber um tipo de informação vinda do ambiente, cabendo a cada um processá-las e transportá-las para uma memória específica.


O lobo temporal é responsável pelos estímulos auditivos. O lobo occipital, pelos estímulos visuais. E o lobo parietal, pelos estímulos sensoriais (táteis, gustativos, olfativos ). O bom funcionamento destes lobos depende quase que exclusivamente das percepções do sujeito sobre o ambiente. Pessoas com problemas sensoriais (auditivos, visuais ou táteis) não recebem as informações do ambiente de forma adequada e o cérebro processa mal essas informações porque chegam de forma incompleta ou confusa.

O lobo frontal tem funções mais sofisticadas. É responsável pelo ajuizamento das coisas, ou seja, pelas iniciativas e tomadas de posição diante de uma situação qualquer e pelo comportamento emocional, já que comporta o córtex pré-frontal. Ao contrário dos outros lobos, o bom funcionamento deste lobo depende em grande parte das oportunidades que o indivíduo tem em adquirir experiências e vivências. Depende, portanto, das oportunidades que os adultos promovem às crianças, dando-lhes a oportunidade de enfrentar dificuldades, de tomar decisões,  de fazer escolhas e julgamentos.

Muitos pais, por excesso de amor pelo (s) filho (s) fazem tudo no lugar deles, impedindo que a criança  adquira certas experiências e vivências. Por exemplo: a criança que já consegue comer ou tomar banho sozinha, mas os pais insistem em lhe dar a comida na boca ou banhá-la. Outro exemplo comum, é a criança que briga com um amigo de mesma idade e os pais é quem resolvem a situação. Existem ainda milhares de outros exemplos em que erros educacionais impedem o bom funcionamento do lobo frontal.

: "As crianças são o que os pais fizeram delas até os 6 anos de idade"
 Carl Gustav Jung

Criam-se, então, pessoas infantilizadas, sem iniciativa, que não sabem optar por isto ou aquilo, com medo de tudo o que é novo e achando que qualquer proposta ou situação é difícil de enfrentar.

Em atendimento, ouço muito esta frase: “NÃO QUERO QUE MEU FILHO SOFRA DECEPÇÕES”. Mas, a vida não é somente feita de “sim”. Recebemos o “não”, numa quantidade maior que o “sim”. Ficar frustrado faz parte de nossa vida e são as frustrações  quem nos ensina a superar os obstáculos que a situação exige ou que a vida impõe. Nunca dizer “não” à criança é ensinar-lhe a ser mole, preguiçosa, dominadora, egoísta e dependente de todos.
As aprendizagens escolares dependem do bom funcionamento cerebral. E para isso, é preciso que a criança tenha sido muito bem estimulada antes de entrar na escola.


Pais, quem ama não “tira” da criança as oportunidades de crescimento. Ao contrário, oferece desafios progressivos para que ela experimente, vivencie e tire proveito desses desafios




PAIS, 
SEJAM AMIGOS DE SEUS FILHOS.


fontes:
FIORI, Nicole, As Neurociências Cognitivas. Trad. de Sonia M. S. Fuhrmann. Petrópolis: RJ, Vozes, 2008
KANDEL, Eric (org); SCHWARTZ, James H e JESSEL, Thomas M, Fundamentos da Neurociência e do Comportamento”. Trad de ESBÉRARD, Charles A e ENGELHARDT, Mira de C. Rio de Janeiro; ed Prentice-Hall do Brasil Ltda, 199

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