sexta-feira, 17 de junho de 2011

ESTIMULANDO A COORDENAÇÃO MOTORA

Nunca é demais estimular a Coordenação Motora das crianças. Há um exercício que é muito fácil e que se pode fazer em qualquer lugar. É ótimo para crianças que apresentam problemas motores ou letra feia. Mas também pode ser utilizado com crianças da Educação Infantil e das séries iniciais do Ensino Fundamental que iniciam a escrita. Também os utilizo para crianças com paralisia cerebral, deficientes intelectuais e autistas.


Esse exercício é feito em etapas, as quais devem ser bastante exploradas:
1- Ensine a criança a movimentar os dedos das mãos, como se estivesse andando sobre a mesa. Geralmente, eu invento uma história em que duas formiguinhas  ou duas aranhas apostam corrida sobre uma superfície (mesa, parede etc), para que fique mais divertido.

2- Desenhe ou recorte flores (em qualquer tipo de papel). Corte pequenos pedaços de papel crepom para que as crianças façam bolinhas e colem no miolinho das flores. Faça com que usem o polegar e o indicador de ambas as mãos, uma de cada vez.
3- Dê jornal ou outro papel grande para que aprendam enrugá-lo com a ponta dos dedos. Pode-se estimular esse movimento com um motivo qualquer. Como este, por exemplo, feito com jornal.
4- Quando estiverem bem afiados no movimento, proponha um desafio de fazer borboletas como estas, em que devem usar dois ou três pedaços juntos:
5- Por fim, flores de papel crepom em que devem juntar o papel e dar uma voltinha. É assim que ensino. Depois, colam sobre cartolina formando belos arranjos florais, como estes:

O exercício por si só, se torna chato. Mas, vendo os resultados artísticos , tudo fica mais interessante.

BOM  EXERCÍCIO!

quarta-feira, 15 de junho de 2011

QUAIS AS CONSEQUÊNCIAS DE SER UMA CRIANÇA DEFICIENTE?.

RESPOSTA AO LEITOR
No final da semana passada, o Google trouxe a pergunta acima como pesquisa. Venho tratando do assunto a bastante tempo, mas sempre é bom reforçar e não me importo em repetir, desta vez, mais explicitamente..


Todo ser humano planeja o que vai acontecer, seja uma festa, um passeio ou o nascimento de uma criança. isto acontece em qualquer idade e com ambos os sexos.
 Quando a mulher sabe que está grávida, começa a fazer planos para a vida do bebê que vai chegar. Imagina seu rosto, seu corpo, a cor dos olhos e cabelos, como ele se comportará diante das coisas e da vida, sua profissão, etc. E não existem exceções, mesmo para aquelas que não querem a gravidez, que os abandonam ou os colocam para adoção. Isto é próprio do sentido de maternidade que envolve as mulheres. Durante os nove meses de gravidez, a futura mãe imagina um filho perfeito em todos os sentidos. Com a proximidade do parto, deseja certificar-se de que seu sonho se transformou em realidade.

O bebê nasce e então, vem a noticia de que seu filho jamais será do jeito que ela sonhou. Ele tem uma deficiência qualquer.

Ao receber a notícia, os sentimentos da mãe se confundem. Forma-se um misto de decepção e de vergonha, de tristeza, desespero e de angústia, de medos e de incertezas. A única certeza é a de que o filho não é o que ela esperava. E a primeira atitude é a “rejeição”. E segundo Winnicot, são os primeiros cuidados e afetos que definem a relação mãe-filho e a relação filho-mãe.

Mas, o bebê precisa de alimentação e de cuidados. E mesmo contra a sua vontade, a mãe o faz. Aos poucos, o lidar com o bebê cria laços afetivos e ela percebe a dependência, as necessidades e as prioridades daquele ser. È a maternidade que lhe dá essa “coragem”, mas não podemos chamar a isto de “aceitação”. Existem mães que se desdobram em cuidados pelos filhos deficientes sem que jamais tenham aceitado sua condição.

A mãe os alimenta, troca, banha, brinca com eles, os leva a médicos, à fisioterapia, etc. Corre o tempo todo. Sua força se contrasta com a do parceiro, que tenta por um tempo, mas se resigna e desiste. E com a desistência do parceiro vem, geralmente, a separação do casal. E novamente, a criança deficiente é considerada a “culpada” pela situação.

Muitas precisam ganhar a vida e voltam ao mercado de trabalho. A criança deficiente passa a ser cuidada por um familiar ou por uma pessoa contratada. Estas pessoas,não possuem a mesma força da mãe e, em 90% dos casos, passam a considerar o deficiente como um “estorvo”. Daí, as notícias constantes de maus tratos.

As crianças crescem. E com o crescimento, a vida social. A partir de então, todas as vezes que a criança sai à rua, é olhada de forma “diferente”, cheio de “curiosidade”. E a mãe sente isso. Brigar, arrumar confusão, sentir vergonha do filho não ser perfeito? Não. O melhor é deixa-lo em casa. E com isto, a criança deficiente passa a ter uma “privação cultural”. Isto significa que seu mundo passa a ser restrito ao ambiente caseiro, desconhecendo o restante do mundo e das relações. Faltam-lhe imagens desse mundo amplo para que desenvolva seu conhecimento sobre as coisas e a falta dessas imagens lhe causará mais dificuldades na escola.
E por falar em escola, a luta começa pela matrícula. Mesmo tendo a obrigatoriedade de aceitar sua matrícula no curso regular, muitas escolas ainda não as aceitam, justificando-se com a falta de pessoal especializado. Na verdade, um aluno de inclusão “dá trabalho” para a escola que deve instruir seus professores a lidar com as diversas deficiências e isto inclui, muitas vezes, o retorna à Universidade. Por outro lado, os professores alegam não saber lidar, de não estarem preparados etc. Na verdade, é o “preconceito” quem fala mais alto.
Ainda na escola, 95% dos alunos deficientes que as freqüentam “não vêem respeitadas as suas necessidades educativas especiais”. Os deficientes devem fazer o que todos fazem e com a mesma carga de tarefas, devem produzir de forma igual a todos os outros, as provas são idênticas, mesmo fazendo-se uma programação especial.  É o que eu escrevi numa postagem anterior: querem que cegos vejam, que surdos ouçam, que paraplégicos andem e deficientes intelectuais compreendam da forma que a escola e os professores entendem como certo.

Ainda na escola, se uma criança normal bate na outra por uma querela qualquer, leva uma repreensão e pronto. Se um deficiente se defende de uma agressão sofrida e bate, ele é o “triste”, “agressivo”, “impulsivo” da história e logo tratam de pedir ou de induzir sua transferência.


Ainda na escola, os deficientes são as maiores vítimas de bullyng ou de brincadeiras vexatórias, que os expõe ao ridículo. Isto porque nem as famílias, nem a própria escola se dispõem a trabalhar os alunos normais para aceitarem as deficiências.


Outra coisa que escola, como representante da sociedade num espaço limitado como o recinto escolar, e a sociedade ampla (como espaço de cultura) fazem, é negar a “deficiência”, chamando-a de “diferença”, com medo de serem chamados de "discriminadores" ou "de preconceituosos".
Diferentes? Todos somos diferentes.  Não existe ninguém igual a mim ou igual a cada um de vocês. O deficiente sabe que é deficiente e não adianta esconder isso de ninguém. Fato é fato. E ninguém se chateia com  fatos, mas com a negação deles, sim.

A sociedade não vê o deficiente pelo seu interior, mas pelo que aparenta ser. As pessoas julgam as outras pela “casca”, pelo “papel de embrulho”, e não pelo que são de verdade. No caso dos deficientes intelectuais, por exemplo, ou julgam que jamais poderão aprender alguma coisa ou negam sua deficiência, exigindo deles coisas impossíveis Essas pessoas têm medo de descobrirem que são mais deficientes que os próprios deficientes, porque a maioria delas tem uma deficiência de caráter, de personalidade ou de alma.


Gostaria muito que as coisas fossem diferentes. Que houvesse mais compreensão, mais ética e mais respeito na Educação. Gostaria sim, que o mundo fosse melhor, mais humano, mais fraternal. Gostaria que a escola e a sociedade fossem mais inclusivas. Mas, não posso mentir, nem florear a realidade. Falta muito para chegarmos lá. 


E esta é a minha luta. Minhas armas, como afirmei na postagem anterior, são as palavras nas postagens deste blog e o meu trabalho com deficientes intelectuais. Se eu conseguir que uma única pessoa olhe os deficientes com outros olhos, já estarei feliz.


Espero ter ajudado!!!

domingo, 12 de junho de 2011

ABRINDO O CORAÇÃO

Hoje, completou-se a marca de 10.000 visualizações das páginas deste blog. Um número bastante expressivo para apenas 6 meses de existência.

Um blog que começou com a finalidade de divulgar meu trabalho e  que, aos poucos, foi se transformando. Abriu-se a oportunidade de expor minhas idéias, de informar e, quem sabe, de mudar para melhor a vida dos deficientes, sejam eles intelectuais ou não.

Quando comecei a postar, tinha em mente um espaço restrito. E me surpreendi, quando me dei conta de que pessoas de lugares distantes, do outro lado do planeta, de outros hemisférios,  tinham acesso ao que eu escrevia. Fiquei feliz. Mas, também, tomei consciência do peso da responsabilidade. E isto, me fez estudar mais, rever conceitos, e melhorar como pessoa e como profissional. 

Por isto, hoje QUERO AGRADECER. 

Agradecer a todos vocês que, lendo ou não, concordando ou discordando de minhas idéias e comentários, continuam a visitar ou a seguir este blog. Aos leitores, seguidores e visitantes de passagem, de perto e de longe, o meu muito obrigado. Espero que continuem assim por muito tempo ainda. 

Agradecer a outros blogueiros e blogueiras que indicam este blog a seus seguidores e vistantes, sem me conhecerem pessoalmente e sem nada pedirem em troca.

Agradecer a Deus pela oportunidade de lutar por meio de palavras, na tentativa de ajudar os deficientes intelectuais a terem uma educação melhor, voltada para suas necessidades educativas e, realmente inclusiva, para que possam ter uma vida mais digna.  

Agradecer aos meus pequenos e grandes pacientes, que me ensinaram tanto sobre suas deficiências, sobre suas necessidades, fossem elas educativas ou pessoais.

Agradecer a minha família, cujo apoio foi essencial. 

OBRIGADA A TODOS.