domingo, 5 de julho de 2020

Conversa de adulto (14.7) De onde vem a ANSIEDADE?


A ansiedade infantil provém de duas causas diferentes: por hereditariedade ou por aprendizagem.



Por HEREDITARIEDADE, quando os membros de uma família são ansiosos por gerações, o embrião recebe a carga de material genético que é transmitida através das gerações.


Porém, a causa mais comum é a da APRENDIZAGEM. Neste caso, a criança não possui a carga de material genético, mas se torna ansiosa através da observação e da imitação verbais e gestuais dos comportamentos e/ou das reações emocionais dos pais e parentes com quem convive. Um exemplo bem simples: A mãe tem medo de barata e grita cada vez que vê uma. O filho observa a atitude da mãe e vai repetir os mesmos gestos, gritos, expressões faciais todas as vezes que se deparar com uma barata. Ao observar o pânico que a mãe sente diante do inseto, ele entende que todas as vezes que vir um semelhante, deve proceder daquela maneira. E isto vale para tudo, incluindo os medos e as preocupações, porque é uma espécie de condicionamento comportamental.

Normalmente, as mães é quem mais ensinam os filhos a serem ansiosos. Mas também pode ser a babá, a ou quem ficar mais tempo com a criança. E quem pensa que a criança pequena não observa e não entende nada, está redondamente enganado.

As mães (avó, tia, babá, irmão ou irmã) que mais ensinam seus pequenos a serem ansiosos são:


1-  SIMBIÓSES – ou seja, são aquelas pessoas que acreditam que o filho é extensão delas. São pessoas que não conseguiram cortar o cordão umbelical emocional ou psicológico. Assim, acreditam que o que é bom (ou ruim) para ela, também é para o filho. o que ela sente ou pensa, o filho deve sentir ou pensar. São aquelas que fazem tudo por, para e no lugar do filho. Conheci uma criança que falava poucas palavras e ficava irritada quando eu pedia para que ela explicasse alguma coisa, porque pai e mãe falavam por e no lugar dela. 

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2- SUPERPROTEÇÃO – o excesso de proteção é comum. E as pessoas que agem dessa maneira, veem perigo em tudo. Agem por meio de uma preocupação excessiva que a faz proteger o outro a qualquer custo para que, inconscientemente, ela se sinta bem. Está frio? Bota a blusa para não ficar doente (e já vai colocando). Viu nuvem escura no céu, sinal de chover? E lá vai ela correndo para a escola para levar o guarda-chuva. Nestes casos, as crianças ficam sempre tão protegidas que nem sentem vontade de tomar uma atitude para sair desse enredo de proteção.



3- ESTILO DE EDUCAÇÃO PARENTAL – são pais exigentes e intransigentes que focam apenas nos erros e falhas que os filhos cometem por não terem a mesma experiência que eles. São aqueles criticam mais do que elogiam. Essa pressão e exigências excessivas são contraproducentes o filho fará tudo com medo das reprimendas, contribuindo para a instalação da ansiedade.



4- SITUAÇÕES DE VIDA – considera-se situação de vida os acontecimentos traumáticos e os episódios estressantes da vida e os episódios familiares. 

a) São acontecimentos traumáticos estão os maus tratos físicos e emocionais, todos os tipos de acidentes (de carro, arma, fogo, quedas,...), catástrofes naturais, guerras, assaltos, dentre outros. 



b) Por episódios estressantes entende-se que a vida nos impõe como separações ou divórcio dos pais, doença ou falecimentos de familiares próximos, mudanças de escola ou de casa. etc. 


c) Os episódios familiares são aqueles em que, quando o filho precisa, os pais estão indisponíveis como: por viajarem frequentemente (a passeio ou a serviço), por rejeitarem os amigos do(s) filho(s), o nascimento de um irmão, alteração de situação financeira, pais emocional ou fisicamente indisponíveis.



A causa está na criança quando:

1- A criança tende a interpretar os desafios das situações de forma pessimista. Ela receia o enfrentamento e, por isso, não experimentam novas saídas. Os pais simbióticos, protetores em excesso, exigentes ao máximo ou os que acham que essa é uma atitude normal porque são pequenos, estão reforçando a sensação de que seus filhos são INCAPAZES E NÃO SABEM LIDAR com a ansiedade, o medo e a angústia que sentem.


2- Quanto mais FREQUENTES forem as EXPERIÊNCIAS NEGATIVAS da criança durante o seu crescimento, mais probabilidade ela terá de vir a desenvolver a ansiedade a curto, médio ou longo prazo.

FONTE:

apontamentos dos cursos que fiz