sexta-feira, 23 de setembro de 2011

É HORA DE ARTE!

ALÔ PESSOAL!

Venho, mais uma vez, trazer novidades para vocês. A primavera está chegando e os florais estão em moda. Então, que tal deixar a criatividade enfeitar a sala de aula ou a casa toda? Flores são a cara da nova estação. Coloridas, grandes ou pequenas, fáceis ou mais elaboradas,  sempre dão um ar de alegria ao ambiente.

Hoje, trouxe para vocês, flores feitas com jornal ou revistas. Faça rolinhos com um quanto de folha de jornal (colorido) ou uma folha inteira de revista (bem colorida) e cole para arrematar. Depois de prontos, achate-os e enrole de novo, prendendo a ponta com cola, durex ou dupla-face. Então, use sua criatividade. Faça ramos, use-os como miolo de flores recortadas.vasos com flores etc.

CRIE... INVENTE... REALIZE...


Além disso, pode trabalhar uma porção de coisas com as crianças, melhorando sua parte neurológica, a pedagógica e seu emocional. Quanto a parte neurológica, desde a coordenação motora fina, a preensão, noção de espaço e uma porção de habilidades motoras (recortes, colagens, autonomia, criatividade, imaginação etc), Quanto a parte pedagógica da nomeação das flores à produção de textos e oralidade. Na Matemática, da noção de quantidade à resolução de problemas. Além de servir para estudos de Ciências. Como valor emocional, melhora a auto-estima, a autoconfiança, pois sentir-se capaz é sempre muito bom.


SAIA DA MESMICE DOS DESENHOS XEROCADOS. 

terça-feira, 20 de setembro de 2011

O DESENHO E O EIXO PEDAGÓGICO

É o momento de observarmos o eixo pedagógico. Enquanto a criança desenha é importante observar se ela planeja o trabalho ou se coloca as figuras aleatoriamente. Também é de igual importância saber se ela faz antecipações, isto é, se diz o que vai fazer antes de colocar no papel.

Muitas crianças gostam de falar enquanto desenham, explicando o quê e porque colocaram esta ou aquela figura. Outras, trabalham silenciosamente e só falam no final. É, portanto, no momento em que a criança fala sobre o trabalho ou sobre um assunto qualquer, que observamos a linguagem oral. Neste sentido, observamos:

1-       Sobre a oralidade:

-         a pronuncia e a articulação das palavras (se correta, incorreta, se pronuncia todos os sons, se há trocas, omissões ou acréscimos de letras ou sílabas)
-         a fluência da fala ( fàcil ou dificultosa)
-         a tonalidade da voz (alta normal, gritada ou muito baixa)
-         se fala corretamente ou apresenta vícios de linguagem
-         se apresenta uma linguagem com termos regionais, estrangeiros ou não
-         se repete constantemente as mesmas idéias ou as mesmas palavras
-         feita uma pergunta, se a resposta é rápida ou se pensa  antes de responder
-         se as respostas são de muitas palavras ou monossilábicas, compulsivas ou defensivas
-         se entende as ordens orais.

Como exemplo, uma transcrição literal da oralidade de uma criança de 10 anos, estudante de 5º ano do EF:

“Cheguei a um mundu muitu bonitu. Lá tinha montanhas, um sol bem grandão e muitas nuvis e avis nu céu. Eu mi senti... muitu... feliz...Era um lugar um poucu calmu... i um poucu agitadu... purque as avis vuavam u tempu todu. Mais eu... tava feliz”.


2- As histórias orais:

Ao contar uma história oral sobre o desenho feito, observamos:
-         se essa historia possui começo, meio e fim.
-         se está coerente com o desenho feito e com o título que ela mesma escolhe.
-         se são histórias reais ou fantasiosas.
-         se são longas ou curtas.
-         se as idéias fluem com facilidade ou se pensa por algum tempo.
-         se encontra resposta para uma situação criada na história.
-         se há um enredo criativo ou se ele é econômico nos detalhes.

Outro exemplo, desta vez uma criança de 9 anos, estudante do 3º ano, sobre um desenho feito em 3 folhas, que a criança chamou de "partes":


Meu mundo tem um céu vermelho, nuvens pretas e sol, na primeira parte. A borboleta é só uma borboleta que voava por ali. Ela não sente nada, só voava por ali. Na segunda parte, eu estou nadando num rio de suco de laranja. Isto ( apontando para uma gota enorme e na cor laranja) é uma enorme gota de suco de laranja. É ela que forma o rio onde eu estou nadando. E lá, tinha um quadro com três portas. Escolhi a menor porque sou pequeno. Na terceira parte, cheguei a um mundo amarelo. Me senti  estranho. Tudo pesava. O amarelo é Alegria. Só alegria”.

3-     A linguagem escrita:

Algumas crianças gostam de escrever na folha em que desenham. Algumas fazem inscrições, nomeiam as figuras, escrevem frases ou parágrafos inteiros. Neste sentido observamos:

a- A letra:
         
-         o aspecto: legível ou ilegível
-         o tipo: se arredondada, angulosa, regular ou irregular
-         o tamanho; normal, grande ou muito pequena ou grande.
-         a pressão: se deixa marcas no lado oposto da folha.
-         o traçado (correto ou vicioso).
-         se observa o espaço entre as palavras ou une uma com a outra
-         se faz movimentos desnecessários
-         se resiste ou se recusa a escrever,
-         a organização e seqüência das letras na palavra.
-         se pedem opinião ou tiram alguma dúvida




(A criança que escreveu esta frase tinha 9 anos, estudava o 3º ano do EF e ainda utilizava o desenho como parte da frase. Ele estava se referindo às tristezas).

b- A formação de frases:
-         se usa desenhos como parte da frase
-         se as frases mantém a mesma estrutura, variando apenas no final
-         se há sujeito e predicado
-         se utiliza palavras novas na construção das frases e a que categoria gramatical elas pertencem
-         se percebem quando cometem um erro.
-         se corrigem esse erro.
-         se apagam moderada ou excessivamente ou se não apagam, se rabiscam e escrevem na frento ou por cima.
-         se utilizam palavras de várias classes gramaticais



A letra é bem ruinzinha e bastante irregular. A foto também não ajudou. Mas, está escrito literalmente, conservando todas as incoerências da escrita no início do acompanhamento: "Eu me sinti muito feliz nesa ora e Eu gostei de vim na treça e eu pençava que iríamos vicar centados na cartera mas não foi que pencei”.

3- Sobre a produção de textos escritos:
iInicialmente, observamos os mesmos itens da história oral, para depois completarmos a observação com outros dados, tais como:
-         se é rica ou econômica em detalhes
-         se a linguagem é clara ou confusa
-         se repete as idéias ou se diversifica através de sinônimos
-         se as idèias fluem com facilidade ou é dificultosa
-         se aparecem descrições de personagens, lugares ou situações
-        se as frases são completas, amarradas umas às outras ou são “jogadas e fora de lugar”.
-         se há continuidade de pensamento ou idéias truncadas.
-         se há desvios (trocas, omissões, acréscimos, repetições) etc. 
-     se percebem quando cometem um erro.
-         se corrigem esse erro ou não.
-         se apagam moderada ou excessivamente ou não apagam, rabiscando por cima.
-          se utilizam palavras de várias classes gramaticais
-      se há um mínimo de organização estrutural do  texto (fazem parágrafos ou num bloco único)
-          se a história é criativa, original e interessante.

4-     Domínio das regras gramaticais:
-         se usam letras maiúsculas nos lugares certos.
-         se acentuam as palavras e pontuam as frases.
-         se fazem concordância nominal e verbal
-        a limpeza e a organização do trabalho.
-         se possuem autonomia ou se precisam de ajuda

Exemplicando, uma história contada e transcrita literalmente, conservados todos os erros que ainda restavam. A criança é a mesma do exemplo anterior, com um mês de acompanhamento:

“Um dia, vi raius muitu brilhantis. Paricia uma notícia vinda du céu. Eu, não intendia bem o qui istava acontecendu.  Mas, naqueli dia, minha cachorrinha deu cria pra uma purção de filhotis . Elis era lindus. Mas aí, a mãe dos cachorrinhos morreu e os filhotis ficaram sozinhos. Como elis era muitu piquenus e não pudia ficar sozinhus e foram dadus pra que as pessoas cuidassem. Gostu mais desse aqui (aponta o desenho). Eli foi dado pruma família cuidá. A família tratam eli bem. Dá comida... dá carinhu... ensina coisas ... Mais... u cachorrinhu quiria qui nada disso tivessi acontecidu. Eli gosta da família ondi istá”. Mais eli queria a mãe deli pur pertu".

5- A expressão:
-     as idéias são claras e facilmente compreensíveis ou confusas e de difícil compreensão.
-         a fluência ao escrever
-         cansam-se logo ou prolonga-se com interesse.
-        rica ou pobre em termos de linguagem.