sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

E POR FALAR DE ALFABETIZAÇÃO...

Andando pelas ruas de nossa cidade vemos uma porção de cartazes, outdoors, uma imensa quantidade de jornais e revistas nas bancas, além das placas de sinalização, das ruas e das lojas, ofertas de empregos etc. Ligamos a televisão, e mais letras. De todas as cores e formatos. Vivemos cercados por letras e palavras. É a marca de nossa cultura. É o que chamamos de “letramento”. E, por isso mesmo, aprender o código (letras do alfabeto) se torna imprescindível.

A criança compartilha desse mundo. Vê os pais lendo, comentando, criticando ou apoiando determinado artigo, filme ou propaganda de televisão. Por essa razão, quando a criança chega à escola, já traz consigo algumas idéias ou hipóteses sobre a escrita das palavras.

Segundo Emília Ferrero e Ana Teberosky, essas idéias ou hipóteses são:

Hipótese pré-silábica

Nesta fase, a criança já diferencia o desenho de algo que é escrito porque já observou as pessoas lendo e escrevendo. Nesta hipótese a criança pode misturar traços, letras aleatórias e números. Passa o dedinho sobre o que “escreveu” e lê frases inteiras. Percebe-se que sua observação ainda não está completa, pois o registro escrito não corresponde ao que é “lido”.EX:

__OAR2LT1 (cavalo)

ST1RLOA (mesa)


Nesta hipótese, desaparecem os traços, aumentam a quantidade e a variedade das letras dentro da palavra. Ainda deslizam o dedo sobre o registro escrito, mas ainda esse registro não corresponde ao nome do objeto. EX:

OooooooaR (cavalo)

aaaaaaoooooLRST (mesa)

Hipótese silábica

Mais tarde, a criança atinge um estágio importante. Auditivamente percebe que as palavras podem ser longas ou curtas e que os sons variam dentro da palavra. Então, passa a representar com letras as sílabas que ouve. Nessa representação podem utilizar vogais ou consoantes.EX:

AAO ou CVL (cavalo)

EA, MZ  ou MA (mesa)

Hipótese silábico-alfabética

Este é um período de transição. Ora a criança usa uma letra para representar as sílabas, ora forma a sílaba perfeitamente.EX:

CAVAO (cavalo)

MZA (mesa)

Hipótese alfabética

Nesta hipótese a criança compreende que cada letra tem seu valor sonoro e já domina a seqüência sonora de acordo com a forma da palavra. EX:

CAVALO


MESA OU MEZA


Conhecer estas hipóteses é importantíssimo na sala de aula, pois norteia a tarefa de intervenção do professor. O conhecimento delas evita que o professor  e pais rotulem as crianças como “fraquinhas” ou que não as estimulem de forma adequada para que possam aprender o código.

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

QUE SAUDADES!!!

Oh! que saudades que tenho
Da aurora  de minha vida.
Da minha infância querida,
Que os anos não trazem mais!

                                                                                                        CASEMIRO DE ABREU.
                                                                                                               " Meus Oito Anos"

Lembro de ver minhas tias, depois de limpar a cozinha, enfeitar as prateleiras dos armários com umas toalhinhas de papel recortado, como estas.


Eu achava aquelas toalhinhas muito bonitas e ficava olhando para ver como faziam. Dobravam o papel e recortavam com a tesoura. Na inocência de criança, tentava imita-las. Mas, nunca saíam tão perfeitas, nem tão bonitas. Mas, dava para brincar com elas, enfeitando as minhas casinhas, como as deste tipo: 



O tempo passou. Já não se usam mais tais enfeites. Foram substituídos pelas de tecido bordado e, depois, pelas de plástico. Hoje, o mundo moderno abomina  toalhinhas de qualquer tipo. O mundo moderno precisa ser prático, precisa ser “clean”.

Não sei se minhas tias tinham conhecimento da origem dessas toalhinhas ou da técnica usada..Mas, usavam uma variação do origami chamada KIRIGAMI ou Kishigami, a arte de dobrar e cortar o papel.  
Eu uso os Kirigamis como recurso artístico expressivo, pois desenvolvem a criatividade, a coordenação motora, a concentração e atenção e a paciência. .As crianças ficam maravilhadas com os resultados. Logicamente, vou adaptando às idades e as dificuldades de cada um. 

Vejam alguns deles, feitos por alunos em atendimento:

Este trabalho foi realizado para o aprendizado das formas geométricas,

Este, para trabalhar a diferença entre círculos e circunferências,

Estas formas foram feitas com folhas coloridas de revistas e trabalharam simetria.

Os kirigamis possuem formas variadas que vão das mais simples (como as apresentadas  anteriormente) até as mais complexas que estas: 


Servem para decoração de cadernos, agendas e confecção de cartões. . 
Podem ter faixas únicas, duplas ou triplas, dependendo do que se quer.

Como recursos artísticos  podem formar belos quadros decorativos como estes que, além do dobrar e do recorte, ensina vários outros conceitos. 

A aprendizagem do Kirigami se faz aos poucos, uma etapa por vez.

Este trabalho mostra a sequência de aprendizagem da flor. 
A primeira foi a debaixo, com cortes ainda imprecisos e, 
por último, as de cima, já com mais segurança 

Este é um trabalho mais elaborado. Notam-se ainda algumas
 imprecisões, o que o torma mais original



Agora pessoal, usem a imaginação e mãos à obra!