quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

POTENCIAL X DESENVOLVIMENTO DA LINGUAGEM

Todo ser humano nasce potencialmente capacitado para falar. Porém, transformar esse potencial em linguagem comunicativa e expressiva é outra história. Uma história que depende da adequada percepção auditiva, da condição do funcionamento cerebral, de ambiente estimulador e de um longo processo de aprendizagens.

A audição é a porta de entrada dos sons. Por isso, é importante que as pessoas sejam capazes de ouvir (acuidade auditiva) para que os sons cheguem ao cérebro onde serão identificados, analisados e armazenados na memória auditiva. Esta é a razão pela qual os surdos não conseguem falar. O problema das pessoas surdas é que os sons não chegam ao seu destino no cérebro, impedindo que desenvolvam o potencial da fala. Já as pessoas com problemas auditivos (baixa audição) apresentam uma distorção dos sons. Quando chegam ao cérebro, este se confunde ou não os identifica, por isso, envia respostas igualmente distorcidas ou confusas.

Com o tempo, todo ser humano aprende a transformar o “ouvir” na “capacidade de escutar”. Parecem sinônimos, mas não são. Ouvir é uma capacidade física que independe da nossa vontade. Ouvimos mesmo sem querer ouvir. Escutar é diferente. Depende da quantidade de atenção colocada. Por isso, lembramos fielmente de um recado, de uma conversa, de uma explicação dada em aula.

Para desenvolver a linguagem é necessário que o cérebro funcione perfeitamente. Em especial, duas áreas cerebrais não podem falhar: a “área de Brocá”, responsável pela formação das palavras e a “área de Wernicke”, responsável pela compreensão delas. Embora tenham funções diferentes, essas áreas se ajudam para que possamos manter uma conversação, ora ouvindo e compreendendo o que é dito, ora formulando palavras e frases adequadas em resposta.


Para que a criança desenvolva o seu potencial de linguagem é preciso que os pais conversem muito com a criança, desde a fase intrauterina. Permitam que ela expresse o que quer, do que necessita o que sente, do que gosta ou prefere. Jamais fale no lugar dela e ouça o que a criança tem a dizer com atenção. Repita sempre que precisar de forma pausada o nome correto dos objetos e pessoas para que perceba os sons de cada palavra. Evite usar esses nomes no diminutivo como: copinho, aguinha, papinha, pezinho, etc. Leia ou conte histórias para ela. Assim se constrói um ambiente estimulador.

O processo de aprendizagem da linguagem é longo. Dura praticamente a vida toda, pois sempre estamos adquirindo novos conhecimentos, aprendendo novas palavras e reformulando as aprendidas anteriormente.



Porém, o período mais importante é o que vai do nascimento até os 5 ou 6 anos de idade. Um processo repleto de fases que não podem ser puladas porque uma serve de base para a outra e, mesmo sendo superadas, jamais perdem o valor.