sexta-feira, 1 de abril de 2011

CARIMBAGEM

Carimbar é uma atividade muito gostosa. As lojas de comércio estão repletas desse tipo de brinquedo. Existem carimbos de animais, de letras, de histórias, de personagens de quadrinhos, de fadas. princesas etc.

Mas, o gostoso mesmo é carimbar com o que aparece à nossa frente. E aí vira uma festa. São tantas as descobertas que se faz! Estas são com legumes. Um pedacinho de couve-flor logo vira uma árvore. A cenoura vira flor. Com pimentões partidos ao meio surgem flores originais. O legal é que podemos usar o que quisermos. 

E as cores? Ora, um pouco de tinta guache resolve o problema. Agora, é só conferir os resultados.


                                                   


Este tipo de atividade deixa as criança boquiabertas. E então, querem experimentar tudo. E com essa curiosidade toda vão desenvolvendo a criatividade, vão aprendendo a compor cenários interessantes, vão aprendendo a solucionar os problemas que aparecem como borrões ou figuras não tão perfeitas. vão criando habilidades porque fazem uso do sensorial ao mesmo tempo em que adquirem as capacidades como a de construir uma cena, de sentir-se capaz de pintar, de melhorar a comunicação, de melhorar a oralidade, de perguntar e de responder etc. Enfim, tornam-se capazes de pensar.

Depois de prontas, as pinturas servem para uma série de outras atividades, como produção de textos orais e escritos na disciplina de Lingua Portuguesa e uma série de problemas envolvendo o nome dos legumes que passaram a conhecer.

A idéia está dada. Agora, é só colocar a mão na massa e deixar rolar a criatividade.

quinta-feira, 31 de março de 2011

DEFICIENCIA INTELECTUAL E AS APRENDIZAGENS

A deficiência intelectual atua nas funções cerebrais, logo, influencia o desenvolvimento da inteligência. Esse funcionamento é mais lento, por isso, a inteligência se desenvolverá com atraso. Daí chamar-se "retardo".

Considera-se inteligente a pessoa que tem a capacidade de realizar aprendizagens e de se adaptar ás novas situações. Quando se fala em aprendizagens, não nos referimos somente às aprendizagens escolares, mas principalmente, aquelas que são básicas e que garantem sua sobrevivência, como por exemplo: vestir-se, alimentar-se, cuidar de si mesmo.

Dependendo da gravidade da deficiência, o deficiente intelectual terá maior ou menor dificuldade para aprender e necessitará de maior ou menor apoio das pessoas que o rodeiam. 

Quanto às aprendizagens escolares, o deficiente intelectual pode aprender tudo o que o que lhe for ensinado, desde que suas necessidades especiais sejam respeitadas. Podemos afirmar, então, que o deficiente (em graus leve e moderado) é uma "pessoa inteligente", porém, dentro de "suas limitações".

Que necessidades especiais são essas?

1- Aprender uma coisa de cada vez,repetindo-se até que consiga fazer sozinho, ou seja, adquira autonomia. 

2- Devemos ir direto ao ponto, sem muitos rodeios. Muitas informações, explicações ou pontos de vista os deixam confusos.

3- Se o que for ensinado tiver uma sequência de procedimentos, ensinar passo a passo. Quando tiver dominado o primeiro passo, ensina-se o segundo, e assim por diante.. De tempos em tempos, revisa-se a sequência de passos, repetindo-a até que consiga fazer sozinho. E assim por diante.

4- Eles precisam trabalhar com conteúdos concretos, pois possuem muita dificuldade em abstrair, generalizar e relacionar. 

5- Respeite seu ritmo de aprendizagem e de trabalho. A maioria dos deficientes intelectuais são mais lentos para aprender e para realizar uma atividade.

6- Por sua própria condição, por questões ambientais e familiares, a maioria dos deficientes intelectuais apresentam carência de imagens mentais. Para que as aprendizagens escolares se realizem, é preciso que suas atividades sejam bastante ilustradas e com muito colorido para despertar-lhes o interesse.

7- Não exija o que ele não tem e não pode oferecer. O deficiente não pode realizar coisas que as pessoas "normais" fazem com a mesma velocidade e com o mesmo rendimento. Assim, na escola, a avaliação deve ser de acordo com o que foi trabalhado com eles. Mas, também, não é um incapaz. Eles apenas tem  limitações e dificuldades.

8-  Ao ser avaliado na escola, deve-se levar em conta o seu esforço e rendimento dentro do que foi trabalhado com ele..jamais deve ser comparado com o restante da turma, pois, neste caso, sempre estará em desvantagem.

9- Segundo os documentos oficiais, o deficiente intelectual tem direito a um currículo especial (mínimo, mas que garanta o prosseguimento dos estudos), aprendizagem apropriada e avaliação especial.( diferente da avaliação da turma).

10- Lembre-se que atender as necessidades educativas especiais dos deficientes não é "discriminação". É respeito à sua condição. Dar notas baixas porque ele não faz o que o restante da turma faz  ou deixar de ensinar-lhe, é que é discriminação. 

11- Elogie sempre e muito. A cada acerto faça uma "festa". Eles precisam sentir que são valorizados.. Com isto, a auto-estima e a autoconfiança melhoram muito.

12- Tenha paciência e seja perseverante. As coisas não se resolvam rapidamente. Mas, não desista nunca.

quarta-feira, 30 de março de 2011

O QUE É LETRAMENTO?

A moda é falar em letramento. Mas, a maioria das pessoas ainda não sabe o que isso significa.

Até bem pouco tempo atrás, dizia-se que uma pessoa que conhecesse as letras do alfabeto era “alfabetizada”. Quem não as conhecesse, eram “analfabetos”. Dentre as pessoas alfabetizadas havia aquelas que se dedicavam e faziam uso constante da leitura e da escrita, como os estudiosos, os escritores, os autores de livros e, por estarem em constante contato com as letras, eram chamados “letrados”.

Mas, o mundo mudou. A globalização trouxe inovações inimagináveis, encurtou distâncias, mexeu com o ritmo e o estilo de vida das pessoas pois tudo ocorre em tempo real e, por isso mesmo, impôs certas regras. O mercado de trabalho tornou-se mais exigente do que já era. O conhecimento que se tinha antigamente e que, antes, era bom para esse mercado, hoje é supérfluo, ultrapassado e obsoleto.

A globalização e o mercado de trabalho da atualidade exigem um conhecimento muito maior e mais aprofundado em todos os setores. Há pouco tempo atrás, um empregado especializado em apertar um parafuso era altamente qualificado. Hoje, isso já não tem mais serventia, pois há robôs e máquinas para desempenhar essa função e com mais perfeição que a ação humana..

O trabalhador do século XXI precisa ter desenvolvido várias capacidades e dominio em várias habilidades, como por exemplo, fazer bom uso da comunicação, saber resolver problemas matemáticos e do cotidiano, estar antenado com as “mudanças tecnológicas” do mundo contemporâneo e saber operar as tecnologias de ponta. E, para isso, a leitura e a escrita são essenciais. Para que possa se comunicar, os sujeitos devem saber distinguir, compreender, interpretar, redigir e fazer uso constante de vários tipos de textos que vão desde o anotar um simples recado até a redação de um trabalho científico. 

Problemas não faltam para resolver. Os problemas vão desde os cálculos de uma despesa no supermercado até os cálculos financeiros de um sistema gestor. É preciso que saiba ler, compreender e interpretar desde um gráfico simples até a leitura de um manual de instruções de uma máquina sofisticada. É a este complexo conjunto de saberes que, na falta de uma palavra mais adequada, chamamos de “letramento”.

Evidentemente, para que todas essas capacidades e habilidades sejam desenvolvidas, é preciso que se conheça as letras do alfabeto e que se aprenda os mecanismos necessários da leitura e da escrita. No letramento, a alfabetização, a leitura e a escrita estão inclusas.

O letramento, como se pode ver,  não é um método de alfabetização. Mas, a compreensão e a utilização da linguagem, numa escala bem maior de saberes e conhecimentos, do que a que vem sendo ensinada pela escola.

O letramento não começa na escola, mas no seio familiar. Pais que fazem uso da leitura (de jornais, revistas, manuais, livros, contas de água, luz, telefone, artigos do computador) e da escrita (de recados, bilhetes, listas, de mensagens sites de relacionamento etc) ensinam ás crianças que essas capacidades são importantes e essas habilidades devem ser valorizadas. E as crianças vão entrando no mundo das letras por imitação.

Com sua sistematização, a escola fará o restante do trabalho. Ensinará a distinguir, a compreender, a interpretar, a utilizar e melhorar o que a criança já sabe espontaneamente.

Letramento é, também, saber aproveitar os conhecimentos e saberes que a criança (ou o jovem) aprende “fora” da escola. Coisas que sempre foram descartadas pela escola em favor de um padrão culto elitista e preconceituoso..

Para que as exigências da globalização e do mercado de trabalho atinjam seus objetivos, é necessário uma reformulação no pensamento e das práticas da escola e de seus agentes. 

segunda-feira, 28 de março de 2011

A CRIANÇA DOS 9 AOS 12 ANOS E SEUS DESENHOS

Aos 8 anos , segundo Greig (2002), as crianças atingem a "idade de ouro do grafismo". Elas gostam dessa atividade e sentem prazer em realizá-la. Porém, ao completar os 9 anos, parece que todo aquele entusiasmo cessa. E passam a reclamar porque a professora pediu um desenho ou tem que ilustrar um texto ou um trabalho. E quando o fazem, parece que as idéias fogem do pensamento e, a maioria prefere não colorir. Isto acontece porque as crianças, a partir dessa idade, passam a ser auto-críticas, isto é, analisam e criticam suas próprias atitudes. É a fase que Greig chama de "idade da razão".


Isto acontece também porque passam a comparar seus desenhos com os desenhos dos amigos. E sempre existem os comentários. " O do fulano está legal, mas o seu... " 

Essa idade, coincide ainda com o início da puberdade, uma fase em que a criança se volta para os amigos e para o grupo. Pais e professores deixam de ser os " modelos" ou referências de comportamento e de formas de pensar. Os modelos, agora, são os amigos. E o que o amigo diz, é lei.

Um outro ponto importante para que surja a auto-crítica coincide com o aprendizado da disciplina de Artes.. O "belo", expresso pelos grandes artistas, impressiona a criança e esta passa a achar que é incapaz de realizar obras daquele nível. Infelizmente, essa idéía de incapacidade, é reforçada pelas exigências da própria disciplina. Vem à tona, então, a lembrança das "revistas para colorir", as cobranças, a opinião e as gozações dos amigos.  A criança fica confusa, desobediente, mandona, inquieta.


Por outro lado, é a época de maior expressão gráfica, porque a criança coloca todos os seus sentimentos (alegria, tristeza, raiva, ansiedade) em seus desenhos. E também a época da descoberta da perspectiva, do domínio do  traço, do mostrar e ocultar e da consciência da realidade. Mas, como ainda não dominam bem essas novidades, o desenho parece-lhe estranho.

É normal até os 9 ou 10 anos que, nesse testar e aprender a conhecer a realidade, as crianças cometam alguns erros, como por exemplo, a transparência das paredes de uma casa mostrando todo seu interior. Quando isso acontece por volta dos 12 anos, já não é tão natural. Ela  pode estar passando por algum problema emocional.