terça-feira, 23 de maio de 2017

PARALISIA CEREBRAL E AS ARTES

O garoto com Paralisia Cerebral que atendo, sempre me surpreende em cada um de nossos encontros, eu também lhe prego algumas surpresas. 

Ele nunca havia feito nenhuma atividade artística. Talvez tivesse visto alguma coisa na televisão ou em alguma revista ou livro. Mas foi só. E por não ter entrado em contato com nenhuma atividade artística temos que começar do zero e ainda levando em consideração os problemas motores, a baixa visão, os preconceitos etc. Por isso, como estava aprendendo as formas, foi por aí que comecei.


Esta foi a primeira atividade artística que fez na vida. Uma colagem aleatória de formas geométricas num espaço limitado. 

A segunda foi esta, também com colagens aleatóris. Com formas já recortadas em vários tamanhos. A única regra dada a ele, foi a de não colar as figuras da mesma cor muito juntas. De vez em quando sugeri que colasse umas sobre as outras, e ele fez. E vejam como ficou bonita. 


No encerramentos das atividades do ano passado, ele fez este trabalho. Não importava o motivo, o objetivo deste trabalho era a observação de uma regra: pequenos círculos para as florzinhas.E eu fiz os galhos e  as folhas.  Além da regra, o objetivo maior foi a preensão de peças pequenas, coisa que encontrava muita dificuldade. 


Embaixo, ele terminando de colar uma das flores deste trabalho.



No início deste ano, queria dar uma arrancada na alfabetização, nos conhecimentos da numeração  e  na coordenação motora fina, não fizemos este tipo de trabalho. Mas, em março, ele fez este trabalho que foi um dos temas de produção de texto, já mostrada anteriormente.


Foi um quebra-cabeça. No caderno havia um esboço da figura. Com peças semi-prontas do robô entregues a ele e usando quadrados e retângulos (formas que estava aprendendo na ocasião). O objetivo era verificar se ele reconhecia as formas no esboço, pois ainda encontra dificuldades para montar quebra-cabeças. Primeiro ele colocou as peças em seus devidos lugares e, por fim, fez a colagem.

Na época da Páscoa, ele fez este outro trabalho. Também uma espécie de quebra-cabeça.  A figura 1, foi como eu entreguei o trabalho a ele. E na figura 2, o resultado.

fig 1

fig 2

Este trabalho também resultou numa produção de texto oral que eu transcrevi para ele. Foi a mensagem que postei anteriormente. Como já se sabe, os textos orais tem o mesmo valor dos escritos, porque o que importa é o pensamento.

Até a próxima postagem com novos trabalhos. Aguardem!