sexta-feira, 24 de junho de 2011

SÍNDROME DE EDWARDS

A Síndrome de Edwards é rara (1 em 8.000 nascimentos vivos), originária de um erro genético. Na análise de embriões ou fetos abortados espontaneamente, quer em mães adolescentes ou jovens, quer em mães adultas ou em idade avançada, esse erro foi encontrado em 95% dos casos.

Foi identificada e descrita pelo médico sanitarista britânico John H. Edwards como uma trissomia do cromossomo 18, isto significa que, logo após a concepção, numa das fases da divisão celular, uma das metades do cromossomo 18 aparece duplicada. Dessa forma, o cromossomo que normalmente tem duas metades, fica com três, surgindo daí o nome de trissomia. O dr Edwards descobriu também, que esse erro ocorre frequentemente em crianças do sexo feminino.

Um embrião ou feto com esta síndrome tem poucas chances de sobreviver. Porém, os que conseguem e completam 15 anos são considerados exceções.

Os sobreviventes apresentam: atraso intelectual, atraso de crescimento e uma malformação do coração de muita gravidade. Todo o paciente com a Síndrome de Edwards  apresenta uma série de características físicas pelas quais ela é reconhecida:
a)   cabeça aguda, ou  seja, é estreita horizontalmente e comprida no sentido vertical. Por falta de espaço, a caixa craniana obriga o cérebro a se desenvolver para cima, tornando-se agudo também.
b)       pavilhão auditivo rarefeito – as orelhas se apresentam quase sem as dobras
c)        boca menor que o normal
d)        pescoço muito curto
e)        a distância entre os mamilos e os órgãos genitais externos é desproporcional.
f)         dedo indicador maior que os demais e que se flexiona sobre o dedo médio
g)       pés arqueados
h)       unhas hipoplásticas (defeituosas ou ausentes)
i)          problemas no sistema nervoso central
j)         anomalias no corpo caloso (estrutura que liga os hemisférios cerebrais)
k)  hidrocefalia (aumento do líquido interno da caixa craniana)


Muitos leitores podem estar se perguntando por que coloco síndromes como estas, neste blog. A resposta é simples. Independente do tempo de vida que cada um de nós tem, temos um direito adquirido, que é o direito à educação. Portanto,  sobreviventes desta ou de outras síndromes quaisquer, podem chegar à escola e temos que aprender a lidar com eles. 

Chocante!?! Até pode ser. Mas, isto existe. Nós é que vivemos num mundo cor-de-rosa, que nos aliena dos fatos da vida. Enquanto uns reclamam da má sorte, outros a vivenciam sem direito de reclamar.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

AS CORES NOS DESENHOS DAS CRIANÇAS

RESPOSTA AO LEITOR

Segundo Vitor Lowenfelder, Philippe Greig, Mauren Cox e Arno Stern, todos estudiosos dos desenhos infantis, são unânimes em afirmar que no início do grafismo as crianças não se preocupam com cores, pois sua única intenção é deixar marcas. Nessa fase, tudo serve: uma poça d’água, um lápis ou caneta ou outro objeto que risque.  À medida que cresce, aumenta seu poder de observação. E elas podem ver o irmão ou os pais usando lápis ou caneta ao escreverem. Por imitação, seus desenhos podem aparecer coloridos. Mas, isto, não é uma regra. 

As crianças só começam a se interessar por cores depois dos 3 anos, quando seu poder de observar as coisas aumenta consideravelmente. As cores passam a encantá-las. Mas, não usam todas de uma vez. Gostam de explorar cada cor individualmente, para ver o resultado, sentir sua impressão. Por isso, desenham coisas e pessoas verdes, vermelhas, azuis, amarelas etc. Com isto, elegem a sua cor de preferência. Quando, nesta fase, as crianças misturam cores, com certeza é por influência dos adultos que insistem para que as utilize ou por imitação.

O uso da cor de uma forma mais consciente só acontece por volta dos 6 anos de idade, com uma margem de 6 meses para antes ou depois. Elas adoram colorir seus desenhos. Experimentam todas as cores e  fazem combinações. No início dessa fase, é comum fazerem um boneco e colori-lo com várias cores. Um pedaço de cada cor. Depois, começam a definir uma cor para cada coisa, por exemplo: blusa amarela e saia (ou calça) verde ou laranja. É quando descobrem, intuitivamente, a relação das cores, ou seja, que cores combinam ou não combinam entre si. 

O emprego das cores de forma consciente só acontece depois dos 7 anos, mais ou menos. Nesta fase, usam e justificam as cores utilizadas. Podem preferir os tons pastéis (mais claros) ou tons fortes (mais escuros), dependendo da pressão que a mão exerce sobre o lápis de cor. Nesta fase, há muito o que explorar. A realidade fascina a criança. E ela procura a imitar a realidade: árvores são sempre verdes e marrom. Casas são coloridas e com telhados vermelhos e marrons. Mas, as nuvens são azuis. O que comprova que ainda há muito que observar e decidir como resolverá esse problema.

Esta é uma fase demorada e se prolonga até os 10 ou 11 anos, e as vezes, até mais tarde, quando tem início o ensino de Artes e suas regras, na segunda etapa do Ensino Fundamental. É quando começa a auto-crítica.