domingo, 24 de dezembro de 2017

É TEMPO DE REFLETIR: A CRIANÇA DEVE ACREDITAR OU NÃO EM PAPAI NOEL?

Fantasiar faz parte do mundo infantil. É por meio das fantasias que as crianças pequenas se desenvolvem, compreendem o mundo à sua volta e resolvem suas questões internas.

Para os adultos, as brincadeiras infantis são meros passatempos. Estudos científicos comprovam que a atividade de brincar é coisa séria para elas. Mesmo se divertindo, elas recriam o mundo real da forma como o entendem. Os personagens que criam ou repetem (sendo os dos desenhos que assiste ou dos contos de fadas) são importantíssimos não só para a educação dela como para a criação de valores morais, sociais e do que virá a ser a personalidade delas quando os pais sabem aproveitá-los.

Vivenciar o mundo fantástico é algo natural e a interferência dos adultos nesse quesito pode ajudar ou atrapalhar o bom desenvolvimento da criança. Brincar de faz-de-conta é bom porque além de eliminar muitos medos e trabalhar suas emoções tornam as crianças mais criativas e inventivas na solução de seus próprios problemas, de problemas criados por outros ou pela vida.

Muitos pais preferem educá-las na realidade com receio de que tenham uma visão distorcida da vida. No entanto, viver apenas a realidade é algo terrível para elas. Geram mais medos e não aprendem a lidar com suas emoções. Educadas dessa forma tornam-se pessoas duras e amargas, medrosas, ansiosas e incertas sobre tudo o que se relaciona ao futuro.

Há que se prever também nessa questão a grande influência da mídia em todas as suas formas. O interesse comercial com relação a determinados personagens é grande e geram uma série de estratégias de marketing onde os personagens dos desenhos ou dos contos de fada estão presentes em diversos produtos como roupas, brinquedos, fantasias, materiais escolares durante o ano todo. E, em especial, na Páscoa (os ovos de chocolate) e no Natal (na figura do Papai Noel).

E que mal há em que as crianças acreditem na figura do “bom velhinho”?

parte 1

parte 2

Papai Noel é uma história lendária e secular, que desenvolve nas crianças a generosidade, o compartilhar, o amor e o respeito aos outros (principalmente aos menos favorecidos pela sorte), a compaixão entre outras tantas coisas boas que ele traz. Quanto a ser explorado pela mídia, sua figura equivale a exploração de tantos outros personagens que aderimos e incentivamos sem questionar. Por que impedimos que essa figura se instale como fantasia?
Já vi e continuo vendo muitas crianças acreditarem que são príncipes, princesas, super-heróis. Mas nunca vi nenhuma criança acreditar e querer ser o Papai Noel, nem agir como ele.

Mesmo impedindo a criança vivenciar o “espírito do Natal” e “curtir o Papai Noel”, as famílias lotam as lojas e se engalfinham para conseguir os presentes para elas. Por que será?

Estudos também revelam toda fantasia tem um tempo de duração na vida das crianças. E a realidade se instalará na época adequada e correta para cada criança e sem traumas. Mas depende de como o adulto encara as fantasias infantis.

Há ainda quem não comemore o Natal, justificando que a data do nascimento de Cristo não é essa e que o dia 25 de dezembro é apenas uma convenção. Por que então comemoram os aniversários de cada membro da família com bolos, festas (algumas luxuosas) e presentes? Só por que há um documento escrito e uma data?

Há 2017 anos atrás, ninguém se preocupava com isso. Nasciam e pronto. Apenas de tempos em tempos, o povo era chamado para contagem (senso) da população. E para que este senso fosse realizado, as pessoas tinham que se deslocar da localidade onde viviam para a localidade onde haviam nascido. E for falta desses documento escrito e dia registrado num papel estabeleceu-se essa data (que poderia ser outro dia qualquer do nosso calendário) para comemorar o nascimento de Jesus. É uma convenção? Sim, é. E daí? O importante não é lembrar, de ser generoso e preocupado com os demais?

Aos pais preocupados com estas questões há algumas coisas a fazer:

1-Refletir com as crianças sobre a moral das histórias que assiste ou ouvem e tirar delas o melhor de cada uma, servindo de aprendizado para a vida. 

2- Deixar que a criança fantasie e serem o que quiserem somente enquanto brincam. Nada de levar essa fantasia para a casa dos avós ou em outros lugares como na escola (a menos que seja permitido), nas igrejas, clubes e outros passeios. 

3- Os limites entre as brincadeiras e tarefas que as crianças precisam cumprir devem ser colocados pelos pais e respeitados pelas crianças.