quarta-feira, 9 de março de 2011

BONECAS DE PAPEL

Vocês se lembram destas bonecas?


E das roupinhas que as acompanhava?





 Quem não se lembra, não é mesmo?                                      


Pois é, são bonecas muito antigas, inventadas desde a descoberta do papel (segundo a História). Porém, como tudo na vida, sofreu transformações. As bonecas com que se brinca hoje, apareceram em Viena, Berlim, Londres e Paris e datam por volta dos anos de 1780. Acreditam os historiadores, que uma costureira a fez para mostrar como ficaria o vestuário encomendado por uma cliente, utilizando-a como se fosse uma maquete.


Seu apogeu aconteceu entre 1930 e 1950, quando as lojas femininas as vendiam em cartelas, onde se encontrava também um conjunto de vestimentas. Também foram publicadas em jornais e revistas. Foi uma “febre” este brinquedo por ser muito barato, favorecendo as crianças das camadas mais populares.

A lembrança de trazer à tona essas bonecas, é que elas podem ser muito úteis na escola. Pedagogicamente, por ser um brinquedo bi-dimensional e com detalhes realisticos, estimula a criatividade e a imaginação, oferecendo amplas possibilidades de atividades relacionadas ao ensino, como por exemplo, o vestuário adequado em relação à temperatura, as diferentes maneiras de se vestir ao longo do tempo, podem servir de tema para produção de textos, formação de diálogos etc. 

Além disso, as  bonecas de papel funcionam como as ilustrações dos livros. Estimulam, mão não respostas prontas. Cabe às crianças usar a imaginação para completar a informação. Por isso, desenvolve a imaginação e a criatividade.

A nível neurológico, as atividades com a boneca de papel  estimulam as imagens mentais e  desenvolvem a inteligência, ativam o sistema motor e a psicomotricidade, melhora a coordenação motora fina, desenvolve a atenção e a memória. Auxilia e desenvolve as áreas da linguagem e do raciocínio.

A nível de habilidades, melhora o recorte, o desenho, o traçado e a pintura, pois as crianças podem fazer suas próprias bonecas, seu vestuário, os acessórios e os cenários




Mais uma dica foi dada para tornar suas aulas mais interessantes. 

Agora... MÃOS À OBRA!

terça-feira, 8 de março de 2011

INFLUÊNCIA EXTERNA NO DESENHO DAS CRIANÇAS (II)

Muitas vezes, os adultos tomam certas atitudes pensando que estão ajudando a criança, mas infelizmente, estão prejudicando. E nem se dão conta disso. Superproteger ou fazer cobranças demais atrapalha o desenvolvimento da criança e isto reflete em seus desenhos.

Na superproteção, os adultos fazem tudo pela criança e no lugar dela. Com esta atitude, não deixam que a criança experimente os "enfrentamentos" necessários, ou que aprenda a tomar  inciativas. As crianças ficam dependentes, mimadas, mandonas, acreditam que as pessoas que estão à sua volta devem serví-la, acham tudo difícil ou impossível, são lentas, difíceis de agradar e muito resistentes à tudo o que se lhes propõe. No entanto, bem lá no fundo, são  crianças insatisfeitas, na maioria das vezes carentes (porque não aprendeu a distribuir seu afeto), egoístas e com baixa auto-estima. e baixo conceito de si mesma..Isso interfere primeiro nos desenhos e, depois, nas atividades escolares.

Vejam alguns exemplos disso:

Reparem na pobreza de detalhes, nas figuras minúsculas. Muitas vezes, é difícil para a criança desenhar e preencher toda a folha, razão pela qual, coloca riscos representando a chuva. .


Neste outro, a criança era indecisa. A todo instante perguntava se
 podia desenhar isto ou aquilo. No final, os elementos 
 ficaram isolados, desconexos e incoerentes.

Por outro lado, existem pais que querem que os filhos sejam "perfeitos".  E perfeitos em tudo. Por isso, exigem deles tanto, que acabam sufocando a criança.  Exigem posturas e atitudes, as quais a criança ainda não está pronta para responder a altura das cobranças feitas, por mais que se  esforcem. Um exemplo clássico é a criança que batalha para tirar um 9,5 numa prova e os pais reclamam porque não tirou um 10,0. Outro caso, é a criança que ajuda nas tarefas de casa  e toma conta dos irmãos como "obrigação" e ainda ouve que não faz nada, que é preguiçoso e mole. O resultado é a baixa auto-confiança,  a baixa auto-estima e  a auto-punição.


Os desenhos dessas crianças são pequenos, rente ás margens, ficando 
um espaço vazio e grande . As figuras humanas são minúsculas,
 porque é a forma como se vê.


O mesmo acontece  neste desenho, cuja marca é a. desproporção entre os elementos

Em todos os desenhos mostrados é possível notar a pobreza dos detalhes e dos elementos  que o compõem. Transparece  a falta de realidade através das desproporções, do enorme e incômodo vazio que sobressai e que contrasta com figuras muito pequenas. Por isso, usam a estratégia da chuva  (ou de outro elemento qualquer) para disfarçá-lo. 

Se você é pai e tem um filho que desenha dessa forma, mude sua atitude para com ele. Veja-o com a idade que ele tem. Compreenda que ele (a) não é mais um bebê, mas também não é um adulto.  Para assumir responsabilidades, estas devem estar de acordo com a idade e a capacidade de compreensão e da competência da criança. 

 Por amor a seu filho, deixe-o aprender a se cuidar, a tomar conta de si, a "quebrar a cara"   e a resolver seus pròprios problemas com os amigos, se for preciso.


Aguardem, ainda tem mais.

domingo, 6 de março de 2011

AS DEFICIÊNCIAS NA SALA DE AULA.

Sabemos que, pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB) nº 9394/96, grande parte de deficientes tem chegado às escolas. Sabemos também que os professores não sabem como lidar com eles, porque recebem pouca ou  nenhuma orientação a esse respeito Esta é a razão principal de trazer este assunto. à tona.
O primeiro passo é conhecer um pouco da história da deficiência. Primeiro para sensibilizar e, segundo, estimular uma mudança no olhar sobre as deficiências, em especial, sobre a deficiência intelectual.
Como o assunto é amplo e extenso, o faremos em capítulos. Sabendo da urgência dos professores, prometo postagens mais rápidas sobre o assunto.

CAPÍTULO I – HISTÓRICO
Na era primitiva, os povos por serem nômades e por estarem sujeitos a uma grande possibilidade de acidentes naturais viam a normalidade do corpo como uma questão de sobrevivência Portanto, era natural que os mais fortes sobrevivessem e que abandonassem todos aqueles que pudessem atrapalhar sua caminhada como os idosos, os acidentados e os deficientes. Faziam assim uma espécie de “seleção natural”.
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 Na antiguidade, os espartanos cultuavam o corpo como um ideal de perfeição. Conta a história que os bebês ao nascerem deviam ser apresentados por seus pais, a funcionários do Estado para uma avaliação física. Caso fossem considerados inaptos (por serem muito miúdos, adoentados ou tivessem uma deficiência qualquer), eram atirados do monte Taigeto. A alegação era a de que essas pessoas feriam o ideal de beleza espartana. Ao contrario, os atenienses cuidavam deles com todo o respeito que mereciam.
Conta ainda a história, que os patriarcas romanos autorizavam a morte dos bebês deficientes e, caso os pais se rebelassem contra essa autorização, eram punidos severamente. Em Roma, os bebês deficientes eram afogados num rio que cortava a cidade onde, mais tarde, foi construída uma catedral.  Sêneca dizia, que não era por ódio que matavam esses bebês. Mas, a morte deles servia  para separar o" inútil do saudável", exatamente como faziam com os cães raivosos, os touros muito bravos e as ovelhas doentes. Faziam isso para que o restante da população não fosse contaminado..
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Os hebreus viam os deficientes como pessoas que haviam cometido graves pecados contra Deus. Justificavam com as Escrituras. Alegavam que estava escrito no Antigo e Novo Testamento que cegos, paralíticos e leprosos traziam no corpo a marca do pecado cometido e sofriam as penalidades divinas por terem pecado. Por isso, todos os acessos aos templos e aos serviços religiosos eram negados a eles.
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No início da Idade Média, os deficientes eram vistos como demônios ou possuídos por ele. Por isso, eram perseguidos e mortos. Os povos bárbaros do norte europeu (Visigodos, Ostrogodos e Celtas) viam nos deficientes presságios de mau agouro. Por serem nômades, os deixavam para trás em suas andanças.

Na metade do período medieval, a Igreja ganha corpo e força de dominante. Os deficientes. ainda eram vistos como impuros e sofriam castigos como flagelações e torturas. Com esses castigos tentavam purificar os pecadores. Na época da caça às bruxas, passaram a ser considerados como tal e a punição era a morte na fogueira.

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No final da idade média, o ensinamento de Cristo sobre o amor ao próximo, traz algumas mudanças. Matar os deficientes passa a ser um pecado grave. Apesar de tudo, um deficiente na família era sinal de vergonha, e por isso mesmo, “não merecedor do amor familiar”. Então, deficientes e filhos bastardos eram colocados na “roda dos enjeitados”. Estes eram acolhidos pela Igreja e pelas ordens religiosas. Mas, não eram tratados com piedade. Eram colocados em sótãos e nas torres das igrejas e lá ficavam por vários anos. Um exemplo clássico é o Corcunda de Notre Dame, apresentado em livro, filme e desenho animado.


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Durante a Segunda Guerra Mundial, Hittler defende a “raça ariana” como ideal de perfeição. Aprova o uso de anões e deficientes em experiências científicas e de esterilização para que não contaminassem a raça com sua prole. É ainda para defender esse ideal que tem início o holocausto judeu.


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Depois da Segunda Guerra, um novo olhar surge sobre os deficientes. Aparecem as escolas especializadas. Na realidade, embora cuidassem e apresentassem um programa educativo, ainda ficam à margem da sociedade, isolados do resto do mundo. Na verdade, eram verdadeiros depósitos de deficientes. Depois, melhorou um pouco.


Mas, foi em junho de 1994, na cidade de Salamanca (Espanha), que o mundo decidiu que estava na hora de se fazer alguma coisa por essas pessoas. No mesmo ano, a Unesco publica o conjunto de medidas que regulamenta a “EDUCAÇÃO PARA TODOS”.
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Fontes de pesquisa
Apontamentos e apostilas do curso de educadora de deficientes intelectuais fornecidos pela APAE de São Paulo.
Informações encontradas no site www.website.com/articles/22485/1/FATOS-HISTÓRICOS-SOBRE-OS-PORTADORES-DE-NECESSIDADES-ESPECIAIS-E-TAMBÉM-O-CONTEXTO-HISTÓRICO-AO-LONGO-DOS-TEMPOS/página1.html , com acesso em 6/3/2011.
Imagens do arquivo Google, mas que fazem parte de blogs e sites, a quem eu agradeço pelo empréstimo.