terça-feira, 8 de março de 2011

INFLUÊNCIA EXTERNA NO DESENHO DAS CRIANÇAS (II)

Muitas vezes, os adultos tomam certas atitudes pensando que estão ajudando a criança, mas infelizmente, estão prejudicando. E nem se dão conta disso. Superproteger ou fazer cobranças demais atrapalha o desenvolvimento da criança e isto reflete em seus desenhos.

Na superproteção, os adultos fazem tudo pela criança e no lugar dela. Com esta atitude, não deixam que a criança experimente os "enfrentamentos" necessários, ou que aprenda a tomar  inciativas. As crianças ficam dependentes, mimadas, mandonas, acreditam que as pessoas que estão à sua volta devem serví-la, acham tudo difícil ou impossível, são lentas, difíceis de agradar e muito resistentes à tudo o que se lhes propõe. No entanto, bem lá no fundo, são  crianças insatisfeitas, na maioria das vezes carentes (porque não aprendeu a distribuir seu afeto), egoístas e com baixa auto-estima. e baixo conceito de si mesma..Isso interfere primeiro nos desenhos e, depois, nas atividades escolares.

Vejam alguns exemplos disso:

Reparem na pobreza de detalhes, nas figuras minúsculas. Muitas vezes, é difícil para a criança desenhar e preencher toda a folha, razão pela qual, coloca riscos representando a chuva. .


Neste outro, a criança era indecisa. A todo instante perguntava se
 podia desenhar isto ou aquilo. No final, os elementos 
 ficaram isolados, desconexos e incoerentes.

Por outro lado, existem pais que querem que os filhos sejam "perfeitos".  E perfeitos em tudo. Por isso, exigem deles tanto, que acabam sufocando a criança.  Exigem posturas e atitudes, as quais a criança ainda não está pronta para responder a altura das cobranças feitas, por mais que se  esforcem. Um exemplo clássico é a criança que batalha para tirar um 9,5 numa prova e os pais reclamam porque não tirou um 10,0. Outro caso, é a criança que ajuda nas tarefas de casa  e toma conta dos irmãos como "obrigação" e ainda ouve que não faz nada, que é preguiçoso e mole. O resultado é a baixa auto-confiança,  a baixa auto-estima e  a auto-punição.


Os desenhos dessas crianças são pequenos, rente ás margens, ficando 
um espaço vazio e grande . As figuras humanas são minúsculas,
 porque é a forma como se vê.


O mesmo acontece  neste desenho, cuja marca é a. desproporção entre os elementos

Em todos os desenhos mostrados é possível notar a pobreza dos detalhes e dos elementos  que o compõem. Transparece  a falta de realidade através das desproporções, do enorme e incômodo vazio que sobressai e que contrasta com figuras muito pequenas. Por isso, usam a estratégia da chuva  (ou de outro elemento qualquer) para disfarçá-lo. 

Se você é pai e tem um filho que desenha dessa forma, mude sua atitude para com ele. Veja-o com a idade que ele tem. Compreenda que ele (a) não é mais um bebê, mas também não é um adulto.  Para assumir responsabilidades, estas devem estar de acordo com a idade e a capacidade de compreensão e da competência da criança. 

 Por amor a seu filho, deixe-o aprender a se cuidar, a tomar conta de si, a "quebrar a cara"   e a resolver seus pròprios problemas com os amigos, se for preciso.


Aguardem, ainda tem mais.

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