sexta-feira, 16 de março de 2012

DICAS PARA O TRABALHO COM DEFICIENTES INTELECTUAIS

Trabalhar com deficientes intelectuais é diferente do trabalho realizado com crianças sem deficiência ou mesmo com deficientes físicos, visuais ou auditivos, È diferente porque o funcionamento cerebral é diferente. O cérebro dos deficientes intelectuais é mais vagaroso, enquanto que o cérebro dos outros é normal. E quanto mais grave, mais lento é o funcionamento cerebral.


1- CRIANÇAS COM PROBLEMAS MOTORES SEVEROS

È diferente também porque a maioria das síndromes apresenta problemas motores que variam do leve ao severo ou profundo, impedindo a muitas crianças até mesmo de brincar. Na maioria das vezes, essas crianças passam do nascimento á idade escolar sem qualquer estímulo. Passam os dias, meses e anos deitadas e sem fazer nada.  Não reclamam porque, muitas vezes, não podem falar ou dizem poucas palavras de forma incompreensível. Suas vidas são monótonas e insípidas. 

Se chegam a escola, muitas possibilidades se abrem. O convívio com outras crianças é sempre benéfico, mesmo que briguem. Mas, ficar deitado num colchonete dentro da sala sem fazer nada, apenas olhando os outros se movimentarem é, apenas, manter a mesma postura em um outro lugar.  No entanto, a escola pode oferecer uma nova oportunidade a essas crianças. Mesmo que não possam ser alfabetizadas, podem aprender coisas da vida diária. 

Estas crianças possuem carência de tudo. Principalmente, a carência sensorial. E é por aí que podemos começar a trabalhar com elas. A primeira coisa que qualquer criança faz é segurar um chocalho, não é mesmo. Vamos pensar:

Porque damos um chocalhos para um bebê? Para estimulá-lo a se movimentar. Segundo Piaget, ao ouvir o som do chocálho ela se esforçará para movimentá-lo e ouvir aquele som novamente.  Arranje vários, com formatos e cores diferentes e bem coloridos.
 

No início, pode parecer que não resulta em nada. Assim mesmo, insista. Ofereça um  tipo de cada vez, sempre balançando-o antes, de forma a chamar atenção para o barulho que fazem. Como eles não pegam por conta própria, é preciso colocar na mão deles. E, se cair, é preciso recolocar. 

2- CRIANÇAS QUE CONSEGUEM SEGURAR OBJETOS

Ofereça objetos com vários formatos e diferentes tipos de texturas como: 

  • bichinhos de pelúcia, de feltro ou tecido que são macios e quentes
  • bola comum porque é lisa,  
  • bolas com cravinhos, 
  • bolas moles e duras 
  • bolas grandes e pequenas (não as de gude) 
  • cubos de madeira, 
  • carrinhos (sonoros ou não)
  • balões
 

C) PARA OS QUE POSSUEM MELHOR MOBILIDADE:

Pode-se verificar ou trabalhar alguns conceitos básicos e importantes para a alfabetização, como as cores, o grande e o pequeno, grosso e fino etc. Pode-se trabalhar esses conceitos com todos os elementos acima, bem como utilizar caixas de fósforos vazias para parear os iguais ou...
                                       


colocar do maior para o menor (ou vice-versa) com tubos de papel higiênico encapados.

Ou ainda, separar tampinhas de refrigerantes encapadas por cor. Na folha devem estar colados os circulos de cada cor para que a criança tenha um apoio visual.

Com estes exercícios vocês estarão trabalhando não só os conceitos básicos para a alfabetização de forma concreta, como também estimulando a sensibilidade tátil, a motricidade (movimentos), a psicomotricidade (preensão e coordenação motora fina), a percepção visual, discriminação de formas, cores, posição, ordenação e muito mais.