sexta-feira, 9 de setembro de 2011

CONHECENDO UM POUCO MAIS SOBRE A LATERALIDADE.


Vimos na postagem anterior que, para aprender a ler e a escrever, as crianças precisam ter maturidade. Ter maturidade significa "estar pronta neurologicamente, que por sua vez, significa "ter adquirido certas habilidades". E uma dessas habilidades é a lateralidade ou dominância lateral, que vem a ser a possibilidade de utilizar, com mais habilidade, um dos lados do corpo. Essa possibilidade é importante porque envolve a força muscular, mais agilidade e rapidez na execução das tarefas. Como é uma determinação cerebral (não vontade dos sujeitos), esse lado sempre iniciará e executará melhor as atividades. 

Por ser uma questão cerebral, decorrem daí algumas influências quanto a PREVALÊNCIA – que traz implicações sociais e psicológicas para os sujeitos envolvendo a aceitação, a auto-estima e a autoconfiança, e quanto a DOMINÃNCIA -  que traz implicações orgânicas e a significação a nível pessoal.

Não basta que saibamos se as crianças são destras ou canhotas. Há muito mais que deve ser levado em conta. Sabemos que os destros usam a mão direita como preferencial. Mas não é só: o olho e o pé também estão em jogo. Os canhotos usam o olho, a mão e o pé esquerdo como preferenciais. Os ambidestros usam os dois olhos, as duas mãos e os dois pés com igual habilidade, pois sua dominância ocorre nos dois lados do cérebro simultaneamente.

Mas, destros ou canhotos podem ter uma dominância homogênea ou cruzada. Na dominância homogênea destros e canhotos usam olho, mão e pé do lado dominante. Na dominância cruzada, eles usam o olho e a mão do lado dominante e o pé do lado auxiliar ou vice-versa.

Vivemos numa sociedade em que a maioria das pessoas é destra. Poucos são canhotos e, em número bem reduzido, os ambidestros. De acordo com a prevalência, muitas sociedades, famílias e escolas têm rejeitado crianças canhotas e muitos abusos se têm cometido. Hoje, um pouco menos que no passado, é verdade.

Chamamos de LATERALIDADE CONTRARIADA  quando motivos sociais ou uma situação fazem com que o sujeito seja “OBRIGADO” a usar o lado contrário ao dominante como preferencial. Muitas sociedades que excluem sujeitos canhotos, os pais e professores os forçam a utilizar a mão direita auxiliar como preferencial para que não sejam rejeitados ou banidos. Hà muitas famílias que se sentem envergonhadas ou incomodadas só porque o filho é canhoto e exigem que ele use a mão direita como preferencial para escrever, comer, recortar etc.   Outras situações também provocam a contrariedade lateral, como AVC (acidentes vascular cerebral), amputações e certas paralisias. A nível pessoal, o próprio sujeito pode contrariar sua lateralidade, como  por imitação ou por problemas afetivos.

A contrariedade lateral nunca é benéfica e provoca muitos prejuízos para os sujeitos como por exemplo: a diminuição da habilidade manual envolvendo prejuízos no ritmo, na agilidade e força muscular e facilitando o surgimento de sincinesias (movimentos parasitários). Traz ainda prejuízos como atrapalhar as funções cerebrais, o ajuste emocional, atrasos de linguagem e alterações na escrita.

Qualquer perturbação na dominância lateral (que começa a definir aos 3 anos de idade e se completa aos 7 anos) acarretará dificuldades para as aprendizagens escolares, seja a nível espacial, seja na leitura, na escrita ou nos cálculos.

Os prejuízos a nivel da estrutura espacial são: dificuldade em se orientar no ambiente; desorganização generalizada dos materiais pessoais; são pessoas estabanadas que derrubam objetos, esbarram em móveis e carteiras, quebram objetos etc.

Os comprometimentos na leitura são: dificuldades na aprendizagem da direção gráfica; dificuldade em aprender os conceitos de direita e esquerda; comprometimento da leitura; no ritmo da execução das tarefas; perda de força muscular; dificuldades na precisão dos movimentos.

Os comprometimentos na  escrita são: má postura; dificuldade na coordenação motora fina; dificuldade em discriminar visualmente; letra angulosa e irregular;  dificuldade em encontrar o lugar onde parou e por isso  pulam pedaços quando copiam); dificuldades de linguagem; perturbações afetivas; dificuldades no sono, dificuldades em manter a atenção, gagueira e sincinesias.

O que são sincinesias?
Sincinesias são movimentos parasitários sem nenhum valor para o movimento principal. Muitos, as confundem com manias ou tiques como colocar a língua para fora ou movimentá-la quando recorta papel ou tecido ou martelar um prego; enrolar o cabelo ou segurar a ponta da orelha enquanto lê; movimentar a perna com movimentos repetitivos e rápidos enquanto conversa com alguém; alisar uma mexa de cabelo ou coçar a cabeça quando o sujeito está falando, colocar a mão na cintura quando fica em pé, etc. Manias e tiques são coisas diferentes.

Há dois tipos de sincinesias mais graves e de origem neurológica:

a)    A SINCINESIA DE IMITAÇÃO – um membro (braço ou perna) faz um movimento. O outro repete a mesma seqüência assim que o movimento anterior cessa,
b)   A SINCINESIA AXIAL OU DE COORDENAÇÃO – uma pessoa abre e fecha a boca várias vezes. Esse movimento é repetido por uma ou por ambas as mãos. Ou, a mão faz o movimento e a boca repete.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

O CUBO DE RUBIK


O Cubo de Rubik é o famoso “cubo mágico”. Ele é um excelente material de estimulação motora para crianças que possuem problemas coordenação motora grossa e fina, servindo de exercício para os dedos, mãos e punhos. É também um estimulador pedagógico porque trabalha muitos conteúdos matemáticos como as formas geométricas planas e espaciais, simetria e serve como resolução de problemas. Além disso, é estimulante mental, pois desenvolve o raciocínio.

Seu nome se deve a Erno Rubik, um professor de design de decoração de interiores de Budapest. Rubik idealizou este jogo em 1974, baseado nos conhecidos quebra-cabeças  e no Tangram. Seu invento não foi simples devido a enorme quantidade de movimentos possíveis (cerca de 2.217.093.120). Os primeiros cubos foram rejeitados pelas indústrias. Porém, em 1978, graças a uma forte campanha publicitária. Era possível ver pessoas entretidas com seus cubos em todos os lugares. Mas, sua explosão comercial deu-se em 1980, com uma enorme produção industrial que se espalhava pelo mundo afora. Este jogo se transformou numa “febre mundial”. com todos os jogadores tentando organizar suas seis faces.
Como material de estimulação, a criança não precisa completar o jogo. Basta que gire as faces do cubo. E nessa tentativa irá exercitando até que se canse ou desista.  O que importa é o exercício realizado.


fonte:http://www.rico.eti.br/rubik.html