quarta-feira, 26 de outubro de 2011

O CÉREBRO E A ATENÇÃO


Segundo Fonseca (1995), a atenção depende da organização interna e externa dos estímulos. Ela é indispensável em tudo o que fazemos. Na escola, a atenção é essencial. Sem ela, as informações não são (ou são mal) recebidas e, portanto, não podem ser integradas.

A atenção depende do sistema nervoso periférico para captar os estímulos. Uma vez captados, ocorrem uma porção de estimulações no córtex cerebral, cuja finalidade é selecionar o que é importante para processar as informações e manter o estado de alerta.


As informações recebidas, transferidas de uma área para a outra e de um hemisfério para o outro, fazem com que as funções cerebrais possam orientar e dirigir a atenção para processar as informações e a fixá-las na memória. Para que a atenção se estabeleça precisa que outros processos entrem em funcionamento. São processos visuais, auditivos e tatilquinestésicos (tato + preparação para o movimento). Esses processos funcionam independentemente, mas de forma integrada e interligada para formar o sistema atencional. Acionado este sistema, a área motora é estimulada para entrar em ação, gerando o movimento como resposta.
 Para Mello, Miranda e Muszkat (2006). a atenção, a visão, a audição, o tato e o movimento trabalham juntos provocando uma reação no sujeito que chamamos de   comportamento. Por isso é que se observa a atenção da criança enquanto ela realiza uma atividade.
 Para desempenhar uma tarefa (desenhar, pintar, ler, escrever, etc), é preciso seguir algumas regras: ouvir o que se pede, compreender o que foi pedido, manter-se atento durante a atividade, manusear os instrumentos necessários com habilidade e olhar o que está fazendo. Portanto, o desenho, a pintura ou qualquer outra atividade serve de “pretexto” para que se observe sua atenção.
 A partir de então. podemos observar o seguinte:
1- Sobre a ordem dada:
a)      a criança desenha o que é pedido? (para saber se ela ouviu e compreendeu)
b)  ela desenhar outra coisa? Pode ser que ela não tenha ouvido ou não tenha compreendido. (o que merece investigação mais apurada)
2- Como age enquanto realiza a tarefa:
a)   Começa logo? Desenvolve e termina? Mantém-se atento e concentrado o tempo todo?
b)  ra, olha para os lados, levanta ou conversa?  Retoma o trabalho e termina-o ou não? "Enrola" para não terminar? As respostas a estas questões ajudam a compor o diagnóstico de "falta de atenção".

Ter problemas em um dos tipos de atenção não significa ter um déficit de atenção. Para se definir se existe falta ou déficit, exames mais minuciosos devem ser feitos devido a inúmeras causas envolvidas.


Fonte:
FONSECA, Vitor da. Introdução às Dificuldades de Aprendizagem: Porto Alegre, RS, Artes Médicas, 1995

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