quinta-feira, 9 de maio de 2013

EM BUSCA DA AUTONOMIA


Qualquer criança precisa de autonomia. Autonomia é poder fazer coisas como segurar a mamadeira, sentar-se sem apoio, andar livremente, alimentar-se, banhar-se sem a ajuda dos adultos.

 

Ter autonomia é uma questão de maturação cerebral e dos órgãos internos. E se expressa por meio de uma vontade ou desejo de fazer coisas. E realizando pequenas coisas, as crianças desenvolvem habilidades, capacidades, criam o hábito, ficam mais inteligentes e rápidas e preparam-se para novos desafios impostos pelo crescimento e pela vida. A autonomia é, portanto, uma questão de sobrevivência física e psíquica.

Muitos pais amam tanto seus filhos que, em nome desse amor e da felicidade da criança, passam a se dedicar integralmente a eles. Fazem tudo por eles, para eles e no lugar deles. Chegam a ficar sem tempo para si mesmo ou, abdicam de certos direitos pessoais.

Mas, isto é uma tremenda bobagem. Primeiro, porque a maturidade da criança independe da vontade dos pais por ser parte da evolução de todo ser humano. Segundo, porque ao fazer tudo por eles e no lugar deles, os pais atuam no sentido oposto ao do desenvolvimento da criança, impedindo que esse desenvolvimento aconteça. Terceiro, até pode ser que as crianças sejam felizes no início da vida e sintam-se amadas porque não entendem a extensão dessa posição famílias. Mas, cedo ou tarde, chega à idade em que começam a compreender. E essa ajuda toda, torna-se um verdadeiro pesadelo para as crianças. E, em vez de crianças felizes como desejavam seus pais, tornam-se pessoas infelizes porque se sentem inúteis, incapazes, com sentimentos de baixa autoestima e de autoconfiança.

Por mais que pais se dediquem, acabam por perceber o crescimento dos filhos. Estão cansados e esgotados. É quando percebem que os filhos amados tornaram-se pessoas exigentes, preguiçosos, desleixados, irresponsáveis. E, algumas vezes, tornaram-se verdadeiros tiranos. Nunca estão satisfeitos, nada é suficientemente bom.


É aí, que alguns pais “acordam”. Porém, não sabem o “por quê” da transformação do filho. E, na tentativa de dar outro rumo, passam a exigir deles, em termos de comportamentos e atitudes, o que não haviam ensinado na época adequada. E dependendo da época em que esse acordar (conscientização) acontece, pode ser tarde demais.

Se a autonomia é importante para as crianças sem deficiência, mais importante ainda é para as que possuem deficiência intelectual. Isto porque elas precisam aprender como sobreviver neste mundo.

Crianças com deficiência intelectual devem ser estimuladas a fazer coisas sozinhas. E, quanto mais cedo, melhor. Ensinar pequenas coisas e com dificuldades progressivas é o recomendado. E criar oportunidades diárias para que a criança possa praticar essa nova habilidade.


Uma delas se refere à alimentação. Por um tempo, os pais deram comida na boca (por serem pequenas demais ou por apresentarem alguma dificuldade motora), depois comeram sozinhas e fazendo o uso da colher ou do garfo. Porém, aos 7 anos (idade cronológica ou mental) é hora de novos desafios.

SERVIR-SE DE ALIMENTOS

Vão aqui algumas dicas para todos. Nessa idade, as crianças já podem colocar no próprio prato:

1-   Alimentos frios – como as saladas, por exemplo. Enquanto isso se ensina a pegar pouco (para evitar desperdícios) e, se quiser mais, poderá pegar outra vez. Alimentos quentes e mornos são servidos pelos pais nesta fase. Quando estiver bem aprendido, passa-se para a segunda.

 

2- Alimentos mornos – são os bolinhos, verduras e outros acompanhamentos. Só os alimentos quentes serão servidos pelos pais. Reforçam-se os ensinamentos anteriores. E quando estiver bem aprendido, passa-se para a terceira fase.

 

3-   Alimentos quentes - as crianças passam a servir-se deles também, mas, um tipo de cada vez. Comece com arroz e feijão, depois massas e, por último, as sopas e caldos. Enquanto isso, os pais podem colocar no prato os alimentos que não estiverem sendo trabalhados.

 

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