sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Conversa de adultos 7 - AS CRIANÇAS E AS CORES (dos 3 aos 4 anos)

Desde que as crianças passam pegar um lápis e papel para rabiscar, sua preocupação maior são as marcas que fazem. Os instrumentos que usam são ocasionais e dependem do momento. Diante de uma poça d’água ou tinta podem usar a mão toda, um ou mais dedos. As marcas também podem ocorrer em outros locais: parede, móvel, sofá, brinquedo, etc. O que importa para as crianças de tenra idade são as marcas que deixam e não onde ou com o que são feitas.

Quando a criança procura de lápis e papel, é porque ela já fez uma porção de testes e outras tantas observações, até compreender que alguns instrumentos são usados naquilo que os adultos chamam de “papel”. E se é um lápis preto, colorido ou caneta, não importa para ela. Ela usa o que está a seu alcance.


A partir do terceiro ano de vida, as cores começam a despertar sua atenção. E nova série de experiências, testes e observações são realizadas. E os adultos podem e devem observar essas experiências e os progressos que a criança faz.

1- A criança pega um lápis colorido, não importa a cor e desenha tudo: sol, lua, estrela mato, flores, jardim, casa, figuras humanas etc., mesmo que estas coisas não se pareçam com o real. Isto porque seus conhecimentos ainda não atingiram esse patamar. No dia seguinte, desenha as mesmas coisas com outra cor. E assim vai experimentando uma a uma todas as cores, de sua caixa de lápis.


E se os adultos tentarem impor uma cor para que ela desenhe, ela desiste de fazê-lo. Por isso, não devemos corrigir, ajudar ou fazer por ela. A criança aprende a desenhar sozinha, por meio de suas próprias experiências e pelas observações que faz. Aprende por tentativas que dão certo e pelas que dão errado e pela repetição dessas experiências, para que se transformem em hábitos automatizados. E isto, “ninguém pode fazer por ela”.


2- Nesta fase as cores não têm significado. São apenas experiências e aprendizado. Por isso, se espanta ao desenhar com branco num papel branco. Por isto, é bom que deixemos algumas folhas coloridas no “cantinho de desenhar”.

3- Por volta do quarto ano, por já ter explorado bastante as as várias cores de sua caixa de lápis, as crianças passam para uma segunda fase de experiências: a integração de cores num mesmo desenho.


E novamente se encanta. As possibilidades de combinação de cores são infinitas. No início, começam com duas cores diferentes. E a cada produção vão juntando duas cores escuras, claras, uma escura e outra clara e, assim construindo novas experiências e fazendo novas observações. Os mais avançados, podem experimentar mais que 3 ou 4 cores num único trabalho.


Mas ainda não existem cores “preferenciais”. Ela gosta de todas, porque as combinações trazem sensações visuais que lhe agradam ou que não lhe agradam. Essas sensações ainda não são bem definidas pela criança como eu gosto desta ou eu não gosto desta cor. Por isso, se nesta idade a criança diz que gosta do roxo, do azul ou do vermelho é porque o adulto a está influenciando de alguma forma.

Nenhum comentário:

Postar um comentário