segunda-feira, 18 de novembro de 2019

Conversa de adultos 9 – OS DESENHOS E AS CORES


Dos 5 aos 6 anos, as mãos já estão mais hábeis, inclusive no traçado dos desenhos. Mas ainda podem cometer alguns erros.

 1- PODEM ERRAR NAS CORES DOS OBJETOS: O Zezinho quer fazer um desenho “do pai e seu carro”, como um presente a ele. Zezinho quer reproduzir o pai e o carro bem bonito de forma que agrade o pai. Por isso, deposita mais atenção nessas figuras. E dá um colorido caprichado, porém, colore um “céu amarelo” para terminar de compor a cena.



Zezinho estava preocupado em fazer um desenho bonito “do pai e o carro do pai” e para o progenitor, uma coisa muito importante para a pequena criança. O pai era o foco principal, alguém a quem amava muito e queria agradar, colocando aí toda a sua atenção. O céu era apenas um complemento, um dado secundário e de menor importância. O menino usou o amarelo, como poderia ter usado outra cor qualquer. Em crianças de 5 a 6 anos, o grau de envolvimento emocional é grande e os erros cor-objeto podem ocorrer como um fato natural.

Á medida que as crianças se aproximam do 6º ano, as relações dos objetos com suas formas, tamanhos e cores vão acontecendo espontaneamente. Mas o “envolvimento emocional” entre as relações com os objetos está registrado nos seus desenhos. E outros erros podem ocorrer, como por exemplo, os “erros de proporções”.

Imaginem:-  Normalmente, Laurinha parece um furacão. Faz mil coisas o tempo todo e não para quieta um só instante. Hoje, no entanto, Laurinha acordou com uma chata e irritante dor de cabeça. Apesar de ter tomado remédio, a dor custava a passar. 


Mesmo assim, Laurinha que adora desenhar e colorir, pegou um papel e começou a desenhar uma figura humana. A figura tinha braços e pernas no lugar e um vestido cobria um corpo compatível com o tamanho dos braços. No entanto, a cabeça era o dobro do tamanho do restante do corpo.


O Juquinha desenhou uma porção de figuras: casa, árvore, bola, gato e uma figura humana feminina. Desenhou os primeiros em tamanho pequeno. A figura humana, no entanto, era muito grande. Ao falar sobre seu desenho, ele falou da casa em que vive, da árvore que havia no quintal, da bola que era seu brinquedo preferido e o gato de estimação. Ao falar da figura feminina, ele disse ser a “mãe”.

Como se vê, nos relatos de Laurinha e de Juquinha, eles tinham motivos importantes para desenharem suas figuras de “forma desproporcional”: Laurinha, por uma dor que a incomodava e Juquinha, mostrando a importância da mãe em sua vida. Há algo de anormal nisto? Não, claro que não. Se isso acontecer com os desenhos de seus filhos, procurem saber o motivo antes de fazer julgamentos e sem ficar mostrando o correto.



Gente, tem coisas que precisamos ensinar às crianças. Outras coisas, ela precisa aprender sozinha. Tem que adquirir experiências por conta própria. As cores e as proporções são assim. Não adianta influenciar. Ela precisa dessa experimentação para a formar sua futura personalidade. A experimentação estimula a capacidade inventiva e torna a criança mais flexível e ajustável aos obstáculos que a vida impõe. São condições humanas que não podem ser compradas na lojinha da esquina.

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